Deus chama a Moisés – Êxodo 3 e 4

Um dia, Moisés estava cuidando do gado no deserto. Ali viu algo muito especial: uma sarça ardente, porém o fogo não a consumia. Surpreso e deslumbrado, aproximou-se para ver o espetáculo.

Naquele instante, ouviu a voz de Deus, que vinha da sarça: “Moisés, Moisés!”. “Aqui estou”, respondeu ele. “Tira as sandálias, porque você está pisando em lugar santo”.

Deus disse: “Eu vi quando maltrataram o meu povo no Egito. Ouvi seu clamor. Estão sofrendo muito e sentem uma grande dor. Decidi libertá-los e tirá-los desta terra. Guiarei o povo pelo deserto até chegar a um país onde serão livres. Você é o eleito para tirar meu povo do Egito. Deve dizer ao faraó que os deixe sair. Eu estarei com você, guiando seu caminho”.

Retirado do Livro Minha Bíblia – Ed. Paulus

Saber dosar

No pequeno país da Europa, havia um rei que vivia bastante preocupado com a maneira como governar seu povo. Certo dia, pediu orientação a um conselheiro.

- Caro conselheiro, devo ser severo com os súditos para que mantenham sempre o respeito e nunca pensem em se rebelar contra mim, ou devo ser amoroso fazendo-lhes as vontades para que me tenham grande carinho? Ajude-me.

O conselheiro meditou por alguns instantes e logo se pronunciou:

- Qual o objeto que vossa majestade mais aprecia?

Mesmo sem entender direito aonde o conselheiro queria chegar, o rei respondeu:

- O que mais amo são os dois vasos chineses muito valiosos.
- Traga os aqui então.

Ainda sem compreender, o rei atendeu ao pedido e mandou trazer os dois vasos.

Vendo-os o conselheiro disse.

- Tragam um pouco de água fervendo e um pouco de água gelada. Coloquem a água gelada em um vaso e a fervendo em outro.

Prevendo o que ia acontecer o rei interveio rapidamente:

- Louco! Não percebe que os vasos vão se partir?

- Exatamente, respondeu o conselheiro. Assim será com o reino. Se agir com severidade excessiva, ou com grande benevolência, não será um bom rei. Vossa majestade precisa saber dosar os dois, para exercer sempre uma autoridade saudável.
Para refletir
Liderar com sabedoria e equilíbrio é uma ação muito difícil, mas quando encontramos o ponto exato, a medida certa entre os extremos, tornamo-nos grandes lideres. A água fervendo quebra o vaso, assim como a nossa ação enérgica, e por vezes violenta, destrói a auto-estima dos subordinados e, com ela, todas as tentativas de espontaneidade. A água gelada trinca o vaso, assim como nosso excesso de benevolência e proteção acomoda e impede as pessoas de serem criativas e originais.
Para discutir
-Qual a medida certa para liderar bem?
-Em seu ambiente de trabalho, como agir com os subordinados?
-Como você gostaria que seu chefe o tratasse?
Retirado do Livro Parábolas de Liderança – Ed. Paulus

1º Domingo do Advento

O evangelho está situado no discurso escatológico e introduz o tema da vigilância, ressaltado em diversas parábolas. Exorta a preparar a vinda do Senhor, que vem para realizar a salvação na história. Propõe uma escolha radical: acolher ou recusar o Filho do Homem, o Senhor Jesus que se manifesta nas atividades cotidianas, como comer, beber, casar. O trabalho no campo caracteriza a missão dos discípulos/as. Com a forma imperativa “vigiai”, os discípulos são convidados a estar preparados: viver com disponibilidade, dedicando-se ao serviço do Reino, acolhendo a sua presença em cada momento. Na 1ª leitura, Isaías utiliza a imagem das peregrinações religiosas ao templo de Jerusalém, para ressaltar a esperança universal de salvação. O povo estava passando por um momento de crise político-religiosa. Mas, incentivado pelo profeta, encontra na palavra de Deus, a instrução e a norma para trilhar o caminho da vida, transformando as armas da guerra em instrumentos de paz. A 2ª leitura insere-se após a proclamação do mandamento fundamental do amor ao próximo. Quem assume com radicalidade esse princípio vive o kairós de Deus, isto é, o tempo de salvação. É hora de despertar, de acordar para o tempo novo de libertação. O Senhor nos reveste com a sua graça para que caminhemos como filhos da luz, libertos das obras das trevas.

Iniciando hoje o advento e o novo ano litúrgico, somos chamados a permanecer em atitude vigilante para acolher os sinais de Deus. A palavra do Senhor nos desperta, nos mantêm acordados para o compromisso de sermos construtores de paz. A luz da salvação refulge em nós sob a forma de amor fraterno e solidário.

A vinda do Senhor é antecipada na celebração eucarística. Mas nós não celebramos apenas sua presença, e sim o desejo que ele venha, que possamos estar com ele em todos os momentos da nossa vida e, sobretudo na outra vida. E enquanto caminhamos neste mundo sejamos vigilantes, nos despojando a cada dia das ações das trevas e nos revestindo das armas da luz.

Retirado da Revista de Liturgia

Palavra de Deus na Quaresma do ano A

“Nos domingos e festas, toda missa apresenta três leituras: a primeira do Antigo Testamento, a segunda, do Apóstolo (isto é, das Epistolas dos apóstolos ou do Apocalipse, segundo os diversos tempos do ano), a terceira, do Evangelho. Com esta distribuição sublinha-se a unidade do Antigo e do Novo Testamento, e da História da salvação, cujo centro é Cristo e seu mistério pascal que celebramos”.

As leituras dominicais da Quaresma do ano A estão organizadas de tal maneira que nos conduzem harmonicamente num caminho que nos leva até a plenitude da Páscoa de Cristo.

As primeiras leituras (as do Antigo Testamento) nos apresentam seis grandes momentos da história da salvação, desde o inicio até a chegada de Jesus. A proclamação de acontecimentos importantes dos primórdios nos fazem perceber a iniciativa salvadora de Deus numa sucessão de diferentes etapas:

1) A criação do mundo e a queda de Adão e Eva;

2) A vocação de Abraão, que dá origem ao povo eleito;

3) A caminhada do povo de Israel pelo deserto, na liberdade plena, com a história da água que sai da rocha;

4) A unção de Davi como rei do povo eleito;

5) A visão do profeta Ezequiel, dos ossos ressequidos que voltam a ter vida;

6) O Servo de javé que se entrega para salvar a todos.

As segundas leituras ( de Paulo) são uma espécie de “homilias” do apostolo, aplicando à nossa vida a mensagem das outras leituras. “A Páscoa de Israel do Antigo Testamento e, sobretudo, a Páscoa de Cristo Jesus são o modelo e pauta da Páscoa de cada cristão”. Assim:

1) À queda de Adão, Paulo opõe a vitoria e a graça do novo e definitivo Adão, Jesus;

2) Paralelo à vocação de Abraão, Paulo nos fala de nossa vocação cristã;

3) Falando do Espírito que será derramado sobre os crentes, Paulo nos prepara para ouvir o evangelho da samaritana;

4) Convidando-nos a viver como filhos da luz, Paulo nos prepara para ouvir o evangelho da cura do cego de nascença;

5) Convidando-nos como ressuscitados, Paulo nos prepara para a escuta do evangelho da ressurreição de Lázaro;

6) Falando-nos da entrega total que Jesus faz de si, Paulo nos prepara para a escuta do evangelho da Paixão.

Os evangelhos nos apresentam Jesus como o modelo vivente do caminho pascal:

1) As tentações de Jesus no deserto;

2) Suas transfiguração na montanha.

Os três seguintes se caracterizam por seus temas batismais:

3) A águas e a samaritana;

4) A luz e a cura do cego;

5) A vida restituída a Lázaro;

6) E no domingo de Ramos ou Paixão, proclama-se o evangelho da paixão segundo Mateus.

Retirado do Livro Liturgia em Mutirão – Ed. CNBB

Dinâmicas de Grupos – Debaixo da saia da Joana

Esta atividade é dividida em duas partes. A primeira parte consiste no seguinte: no inicio de uma sessão, o coordenador deve pedir que cada participante diga em voz alta uma frase que lhe pareça bonita, importante ou que tenha uma boa mensagem. A frase pode ser de autoria própria, de autor conhecido ou desconhecido. Não se deve explicar o porquê de se ter escolhido a frase. Deve-se apenas dizer a frase. Os participantes devem ser orientados a guardar a frase proferida. Ao final da sessão de trabalho, os participantes são convidados a ficar de pé e retomar a frase dita no inicio. Cada qual deverá dizer novamente em voz alta a frase escolhida, acrescentando, porém, ao final a expressão “debaixo da saia da Joana”. Conforme a frase escolhida, este acréscimo irá produzir significados divertidos.

Observação: No caso de haver no grupo uma pessoa de nome Joana, é preferível que o coordenador substitua este nome por outro parecido, para evitar constrangimentos.

Retirado do Livro Dinâmicas para Encontros de Grupo – Ed. Vozes

Saudade é o amor que fica...

Médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional, com toda vivência e experiência que o exercício da medicina nos traz, posso afirmar que cresci e me modifiquei com os dramas vivenciados pelos meus pacientes. Dizem que a dor é quem ensina a gemer. Não conhecemos nossa verdadeira dimensão, até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além. Descobrimos uma força mágica que nos ergue, nos anima, e não raro, nos descobrimos confortando aqueles que vieram para nos confortar.

No início da minha vida profissional, senti-me atraído em tratar crianças, me entusiasmei com a oncologia infantil. Tinha, e tenho ainda hoje, um carinho muito grande por crianças. Elas nos enternecem e nos surpreendem como suas maneiras simples e diretas de ver o mundo, sem meias verdades. Nós médicos somos treinados para nos sentirmos "deuses". Só que não o somos! Não acho o sentimento de onipotência de todo ruim, se bem dosado. É este sentimento que nos impulsiona, que nos ajuda a vencer desafios, a se rebelar contra a morte e a tentar ir sempre mais além. Se mal dosado, porém, este sentimento será de arrogância e prepotência, o que não é bom. Quando perdemos um paciente, voltamos à planície, experimentamos o fracasso e os limites que a ciência nos impõe e entendemos que não somos deuses. Somos forçados a reconhecer nossos limites!

Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional. Nesse hospital, comecei a frequentar a enfermaria infantil, e a me apaixonar pela oncopediatria. Mas também comecei a vivenciar os dramas dos meus pacientes, particularmente os das crianças, que via como vítimas inocentes desta terrível doença que é o câncer.

Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento destas crianças. Até o dia em que um anjo passou por mim. Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada porém, por 2 longos anos de tratamentos os mais diversos, hospitais, exames, manipulações, injeções, e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimioterapias e radioterapia. Mas nunca vi meu anjo fraquejar. Já a vi chorar sim, muitas vezes, mas não via fraqueza em seu choro. Via medo em seus olhinhos algumas vezes, e isto é humano! Mas via confiança e determinação. Ela entregava o bracinho à enfermeira, e com uma lágrima nos olhos dizia: faça tia, é preciso para eu ficar boa. Um dia, cheguei ao hospital de manhã cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. E comecei a ouvir uma resposta que ainda hoje não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.

Meu anjo respondeu:

- Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade de mim. Mas eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida! Pensando no que a morte representava para crianças, que assistem seus heróis morrerem e ressuscitarem nos seriados e filmes, indaguei:

- E o que a morte representa para você, minha querida?

- Olha tio, quando agente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e no outro dia acordamos no nosso quarto, em nossa própria cama não é?

(Lembrei minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, costumavam dormir no meu quarto e após dormirem eu procedia exatamente assim.)

- É isso mesmo, e então?

- Vou explicar o que acontece, continuou ela: Quando nós dormimos, nosso pai vem e nos leva nos braços para o nosso quarto, para nossa cama, não é?

- É isso mesmo querida, você é muito esperta!

- Olha tio, eu não nasci para esta vida! Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!

Fiquei "entupigaitado". Boquiaberto, não sabia o que dizer. Chocado com o pensamento deste anjinho, com a maturidade que o sofrimento acelerou, com a visão e grande espiritualidade desta criança, fiquei parado, sem ação.

- E minha mãe vai ficar com muitas saudades minha, emendou ela.

Emocionado, travado na garganta, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei ao meu anjo:

- E o que a saudade significa para você, minha querida?

- Não sabe não tio? Saudade é o amor que fica!

Rogério Brandão
Médico oncologista clínico

O nascimento de Moisés – Êxodo 2

Houve um faraó no Egito que odiava os israelitas. Como já eram muitos, teve medo de ser destituído por eles. Mandou então jogar no rio Nilo todos os filhos recém-nascidos dos israelitas.

Uma das mães não quis ver seu filho morrer e o manteve escondido até ele completar três meses. A ponto de ser descoberta pelas autoridades egípcias, o colocou numa cesta de vime e largou num braço do rio.

A filha do faraó foi tomar banho e encontrou a cesta. Ficou curiosa e pediu a uma escrava que a pegasse. O bebê começou a chorar e conquistou seu coração. Com amor, ela exclamou: “Vou chamá-lo de Moisés, que significa tirado das águas”.

A irmã de Moisés, que estava por perto para ver o que acontecia, apareceu e disse: “Senhora, deixe-me chamar alguma mulher do meu povo para que o amamente”. E foi buscar a mãe do menino.

Quando Moisés cresceu, levaram-no ao palácio real, onde foi tratado como filho do faro. Quando era já um jovem, soube dos maus-tratos que sua gente sofria, por isso fugiu do palácio e foi viver com os israelitas.

Retirado do Livro Minha Bíblia – Ed. Paulus

Brasa sem chama

É incrível como às vezes nos desanimamos por pouca coisa. Veja a história de Mateus, por exemplo. Ele era um grande atleta, o melhor jogador de futebol da escola. De uma hora para outra, deixou de ir aos treinos sem dar explicação alguma aos colegas. O treinador ficou preocupado e foi até a casa de Mateus para ver o que tinha acontecido.

Mateus estava no pátio, em frente a uma pequena fogueira, apenas olhando as chamas e contemplando a noite estrelada. Seu rosto mostrava grande desânimo. O treinador se aproximou e ouviu Mateus. Ele se lamentava porque, apesar de ser o melhor do time, não tinha tanto destaque. Queria aparecer mais, por isso deixou o time.

Por alguns instantes os dois permaneceram em silencio, olhando para a fogueira. Então o treinador pegou uma varinha e com ela tirou da fogueira a maior brasa, aquela que estava mais incandescente. Ambos continuaram em silencio, apenas olhando a brasa. Apesar de sua vivacidade, aos poucos a brasa foi se apagando. Aquela que tinha a maior chama agora não passava de um pedaço de carvão.

O atleta começava a entender a lição do treinador. Por alguns instantes permaneceu imóvel. Depois de mais alguns minutos, o treinador empurrou o carvão já frio e sem vida de volta para o fogo. No mesmo instante, ele voltou a queimar, aumentando as chamas do fogo.

Mateus, então, disse:

- Amanhã mesmo voltarei a treinar.

Para refletir

Mateus não precisou ouvir nenhuma palavra para entender que uma equipe só é forte quando todos estão juntos. Sozinho, o atleta ou qualquer pessoa perde sua força e seu brilho se apaga, suas qualidades desaparecem. Ele só é o melhor do time pela ajuda e suporte que recebe dos demais.

Aqui vemos também a função do líder, que é manter todos em sintonia e andando na mesma direção, com os mesmos objetivos. Só assim alcançarão o sucesso. Além de elaborar estratégias, o líder deve animar a equipe sempre.

Para discutir

-O que deixa você desanimado no trabalho em equipe?

-Você tem consciência das vantagens e desvatangens de se estar num grupo, em vez de trabalhar sozinho?

-É um líder compreensivo e incentivador?

Retirado do Livro Parábolas de Liderança – Ed. Paulus

O Senhor exalta os humildes

“Subiram dois homens ao templo para orar. Um era fariseu, o outro, publicano.

O fariseu, em pé, orava no seu interior: ‘Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens: ladrões, injustos e adúlteros, nem como o publicano que está ali. Jejuo duas vezes na semana e pago o dizimo de todos os meus lucros’.

O publicano, porem, mantendo-se a distancia, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ‘Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!’.

Digo-vos: este voltou para casa justificado, e não o outro. Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado.”

Relendo o texto

Os personagens da parábola são dois homens que sobem ao templo para orar. Depois são postas em evidencia, por Jesus, algumas diferenças fundamentais: um é fariseu, o outro publicano; um está habituado a escolher os primeiros lugares, pelo que se põe à frente para orar, o outro, que está habituado a ser marginalizado, permanece distante, mesmo para rezar.

O fariseu é a imagem do homem que, habituado a possuir tudo, a ser sempre ouvido, a obter aquilo que pede, pensa que também Deus deva ficar submisso a ele. Poder-se-ia dizer que esse fariseu já está certo da resposta afirmativa que obterá de Deus com a sua oração.

Não age dessa maneira o publicano, o qual colocou Deus em primeiro plano, por isso ele ora, mas Deus vem ao seu encontro por primeiro. Não possui as coisas, mas as usa como dom de Deus, não está certo a respeito da resposta que Deus dará à sua oração, mas se confia a ele, sabendo que Deus, acima de tudo, lhe dará a conversão.

O publicano tem consciência dos erros cometidos, mas ao mesmo tempo tem a confiança que Deus não o deixará cair até o fundo, mas o socorrerá antes para poder mudar-lhe o coração.

Meditando o texto

Também esta parábola coloca às claras o fato de que Jesus gostava muito de pensá-la de modo diferente de todos os outros. Geralmente é mais ouvido aquele que produz mais barulho, que se coloca em maior evidência, que sobe rápido na vida. Esta é a mentalidade humana. Jesus, ao invés, exalta o publicano que nem mesmo ousa elevar os olhos ao céu. Quem permanece humilde, não se orgulha das próprias seguranças e de seus hábitos, mas sabe confiar-se a Deus, sabe depender em tudo da bondade do Senhor. Se o Senhor dá, o humilde aceita louvando, e se alguma vez Deus dá o sofrimento e a fadiga, o humilde se confia a Deus, abandona-se à santa vontade de Deus.

Não ocorre o mesmo para o homem habituado ao poder, ao sucesso, especialmente quando recebe louvores de outras pessoas. Ele se torna soberbo, acredita que é capaz de desprezar a Deus, de poder sustentar tudo com as próprias forças. Jesus ensina, porém, que para entrar no Reino dos céus é preciso continuar sendo pequenos como crianças, simples e pobres para deixar-se converter e mudar o coração por Deus.

Retirado do Livro A Palavra para os Jovens – Ed. Ave Maria

Domingo do Cristo Rei do Universo

O titulo de rei evoca a realidade das monarquias que dominaram e ainda dominam o mundo com poder e força. E, muitas vezes, a própria igreja confundiu o reinado de Jesus com esses reinados. Mas Jesus é rei no sentido bíblico do termo, em que a função de rei é ser defensor dos pobres, das viúvas e dos órfãos.

Jesus nunca quis ser chamado de rei, justamente porque não se identificava com certos reis do seu tempo, que não cumpriam esse dever fundamental. Quando o povo queria aclamá-lo rei, ele fugia. Mas, no processo de sua condenação, ali ele é rei no verdadeiro sentido, o rei-servo que cumpre sai missão de dar a vida em defesa dos pobres e humilhados.

A festa de Cristo Rei nos chama ao despojamento de qualquer idéia triunfalista que possamos ter a respeito de nós mesmos, do nosso trabalho e da própria igreja. Proclamar Jesus rei do universo é mais que tudo, invocar que venha a nós o seu reino, assim na terra como no céu. Ao mesmo tempo, é um apelo de conversão para nos colocarmos nesta trilha da consagração total a serviço dos pequenos e fracos, como único caminho para seguir os seus passos.

Retirado da Revista de Liturgia

O tempo da Quaresma

Para qualquer festa importante, a gente costuma se preparar. E se prepara bem! Festa de 15 anos, formatura, casamento, bodas etc... E quanto mais importante a festa, parece que mais tempo leva a preparação. Você com certeza conhece exemplos de festa preparada até com mais de um ano de antecedência... Na preparação já se começa a viver a festa.

Nós cristãos celebramos todo ano a festa da Páscoa: morte e ressurreição de Jesus e nossa. É a maior de todas as festas. A mais importante... Grande demais para ser preparada em apenas três dias ou uma semana. Por isso, estendemos a sua preparação para quarenta dias. Daí Quaresma, período de quarenta dias, que vai da quarta-feira de cinzas até a quinta-feira santa pela manhã.

Nesses quarenta dias de preparação para a Páscoa, Deus nos leva a lembrar os quarenta anos do povo de Deus no deserto. Sobretudo, Deus nos leva a reviver os quarenta dias que Jesus passou no deserto, preparando-se para a sua missão.

É um tempo forte na vida da Igreja, em que fazemos o caminho para a Páscoa, motivados pela Palavra e unidos aos sentimentos de Jesus Cristo, cultivando a oração, o amor a Deus e a solidariedade com os irmãos.

É um tempo em que, na tradição da Igreja, os catecúmenos se preparavam intensamente para o batismo na noite da Páscoa, isto é, na Vigília Pascal.

É um tempo de graça e benção, escuta mais intensa da Palavra de Deus, de conversão e mudança de vida, de recordação e preparação do batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos, tempo de oração mais intensa, tempo de jejum como aprendizagem, entrega e docilidade à vontade do Pai, tempo de esmola ou de partilha de bens e de gestos solidários, de carinho com os pobres e necessitados.

As celebrações mais importantes da Quaresma são:

-Quarta-feira de cinzas, através da qual abrimos esse tempo de preparação pascal: “Convertei-vos, e crede no Evangelho!”.

-Depois temos cinco domingos da Quaresma, nos quais as comunidades se reúnem para celebrar a presença viva do Senhor que nos mostra o caminho para a vitória definitiva da Páscoa.

-E então vem o domingo de ramos, no qual lembramos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, onde ele sofrerá a paixão e mergulhará na morte, para depois ressuscitar vitorioso.

-Ainda, como parte da Quaresma, se celebra na quinta-feira santa pela manhã a missa dos santos óleos.

-Nas comunidades, durante a Quaresma, se fazem também celebrações penitenciais, como sinais da nossa busca de conversão e da misericórdia de Deus que nos acolhe em seu perdão. Nelas, também se celebram ofícios próprios, como meio de intensificar a oração.

Concluindo, lembramos esta belíssima oração que a Igreja faz, no primeiro domingo deste tempo forte de sua vida: “Concedei-nos, ó Deus onipotente, que ao longo desta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo, e corresponder a seu amor por uma vida santa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”. E toda a assembléia confirma dizendo: “Amém”.

Retirado do Livro Liturgia em Mutirão – Ed. CNBB

Amar a Deus e amar ao próximo

Levantou-se um doutor da lei e, para pô-lo à prova, perguntou: “Mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna?” Disse-lhe Jesus: “Que está escrito na lei? Como é que lês?” Respondeu ele: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamento, e a teu próximo como a ti mesmo”.

Falou-lhe Jesus: “Respondeste bem, faze isto e viverás”.

Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: “E quem é o meu próximo?”

Jesus então contou: “Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas moas de ladrões, que o despojaram, e depois de o terem maltratado com muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o maio morto. Por acaso, desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante. Igualmente um levita, chegando àquele lugar, viu-o e passou adiante. Mas um samaritano que viajava, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de compaixão. Aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montaria e levou-o a uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: ‘Trata dele, e quanto gastares a mais na volta te pagarei’. Qual destes três parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos de ladrões?” Respondeu o doutor: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai, e faze tu o mesmo”.

Relendo o texto

Existem, nesta parábola, personagens principais e também personagens secundários. No segundo plano está um doutor da lei que quer colocar Jesus em apuros, uma figura que não é deixada de lado, porque, às vezes, também nós arriscamos se tão repletos de ciência, das nossas idéias, mas não tão capazes de amar, de acolher os outros, a ponto de nem mesmo sabermos quem é o nosso próximo.

Os personagens principais são, pois, um homem que é assaltado por bandidos, depois um sacerdote e um levita que passam além, um samaritano que, ao invés, se detém e socorre o ferido.

Do homem que foi despojado e surrado pelos ladrões pouco se diz, mas talvez Jesus o tenha feito voluntariamente, para indicar que o amor pelo próximo deve ser para com todos, indistintamente, não importa que aparência tenha, que língua fale, o que importa é que é preciso amá-lo, acolhê-lo.

Há, pois, o sacerdote e o levita que servem no templo, portanto, quanto ao seu trabalho, já são pessoas importantes, mas talvez o seu serviço ao templo seja constituído de regras bem definidas, de costumes que não obrigam a mais que isso, ao passo que servir ao próximo é muito mais abrangente, requer a capacidade de amar, de dar algo que, certamente, é custoso: o tempo, as energias, os costumes.

Enfim, há também o samaritano, aquele que não mede esforços nem tempo, não pensa duas vezes para dar do que lhe pertence, por amor.

Meditando o texto

A caridade, se você se diz cristão, não pode deixar de ser uma obrigação. De fato, Cristo entregou a sua vida por amor e a vida dos cristãos é imitação da vida de Jesus, por isso são importantes as obras realizadas na existência diária. O amor é o que dá sentido, torna verdadeiros os gestos que se cumprem.

Talvez o sacerdote e o levita, chegando ao termo da sua caminhada, tenham orado por aquele homem encontrado ao lado do caminho. Mas que sentido terá alcançado a oração do sacerdote e do levita se aquilo que aquele homem necessitava era de amor?

O samaritano, ao invés, juntou o amor aos seus gestos e esses se tornaram algo de maravilhoso. E a caridade vai além: os dois primeiros, de fato, simplesmente passam adiante, mas o samaritano detém-se, aproxima-se: socorre o homem, inclinando-se sobre ele, cuidando de seus ferimentos, levando-o a uma hospedaria, pagando de seu próprio bolso.

O amor supera qualquer atitude, suscita sempre uma nova variedade de atitudes e de gestos. É toda a pessoa que se coloca em estado de acolhimento, de disponibilidade, de perdão, de paciência, de tensão terna e operosa, como em um crescendo continuo de oferta de si mesmo.

Basta que o samaritano se detenha e é envolvido na aventura do amor, cujo condutor é o próprio Deus.

Procurando, agora, questionar-nos

-O amor, a caridade, pressupõe que se deva renunciar a qualquer coisa: quais são as coisas que mais me mantém ligado e, portanto, me tornam incapaz de amar?

-Ouvimos freqüentemente dizer que amar é penoso, que é preciso dar alguma coisa. Você já pensou alguma vez na alegria que se prova depois de ter ajudado alguém?

Retirado do Livro A Palavra para os Jovens – Ed. Ave Maria

Dinâmicas de Grupo – Grupos com crachás diferenciados

Esta dinâmica é indicada para os cursos ou encontros durantes os quais se pretende trabalhar com diversos grupos, sempre alternando a composição dos grupos. Conforme o numero de grupos que se pretende forma, deverão ser preparados crachás com o numero de cores correspondentes. Ao mesmo tempo, coloca-se números nos crachás, também conforme o numero de grupos que se pretende formar, mas alternando-se as cores, de modo que os grupos dos números não coincidam com os das cores. Assim pode-se também desenhar pequenas figuras geométricas em algum canto do crachá, formando-se outra combinação de grupos. Estes crachás, com as diversas combinações para formação de grupos sempre diferentes, deverão ser embaralhados e distribuídos aleatoriamente no inicio do encontro. Cada participante preenche o seu crachá, com os dados solicitados. No momento da apresentação, o coordenador pode solicitar que as pessoas se apresentem seguindo algum critério. Durante o encontro ou curso, o coordenador separa os grupos, sempre com um critério diferente: por números, por cores, por figuras geométricas...

Retirado do Livro Dinâmicas para encontros de Grupo – Ed. Vozes

Os irmãos de José vão ao Egito – Gênesis 45 e 47

Veio um tempo de grande seca e não havia comida em parte alguma. O Egito era o único lugar onde se encontrava trigo e comida. Ali chegaram muitas caravanas para abastecer-se.

Chegaram também os irmãos de José. Depois de muitos anos, ele pôde vê-los novamente. Apesar de reconhecê-los imediatamente, tratou-os com dureza e os acusou de espiões. Eles trataram de defender-se. Disseram ser homens honestos que apenas queriam comprar trigo. José já não guardava nenhum rancor de seus irmãos. Não conseguiu conter a emoção e exclamou: “Sou eu, José! Nosso pai ainda vive?”.

Os irmãos não se atreviam a responder, pois estavam muito assustados. José se aproximou deles e disse: “Não se assustem. Não vou me vingar por vocês terem me vendido aos mercadores. Somente desejo ajudá-los”.

José fez com que seu pai e seus irmãos se estabelecessem no Egito e lhes deu as melhores terras do país.

Retirado do Livro Minha Bíblia – Ed. Paulus

O ensinamento da mosca II

Você se lembra daquela mosca que caiu no copo de leite e sobreviveu? Ela era muito curiosa, e pouco tempo depois caiu novamente num copo. Ficou com medo, mas se lembrou da experiência anterior. Começou a se debater com rapidez, aguardando o liquido se tornar sólido.

Outra mosca, que passava por ali, viu o desespero e pensou em ajudar. Aproximou-se e ofereceu-se para puxar a companheira que se debatia no copo. Mas ela não aceitou a ajuda, pois sabia que iria se salvar. A segunda mosca insistiu:

- Tem um canudo ali. Nade até ele e suba!

Mas nada, ela estava certa de que o leite iria transformar-se em manteiga, pois se lembrava muito bem da experiência que tivera há alguns meses.

O que ela não sabia é que o liquido, desta vez, não era leite, mas suco. Debateu-se por muito tempo e nada acontecia. Suas energias se esgotaram e ela acabou afundando.

Para refletir

Experiências passadas ajudam muito a superar novos desafios, mas cada situação tem suas particularidades e exige respostas diferentes. A solução de um problema no passado não é garantia de solução do mesmo problema no presente, nem será no futuro. O líder deve adaptar-se a cada situação, procurando a melhor saída para cada problema, analisando todos os elementos envolvidos. Uma visão limitada ás experiências do passado pode trazer graves problemas e comprometer muitos projetos inovadores. Novos paradigmas surgem do abandono de velhas formas de pensar. Às vezes não basta apenas otimismo e perseverança, é preciso uma atitude radical. Aceitar a ajuda e ouvir os pontos de vista de quem está ao nosso redor é sempre muito útil.

Para discutir

-Você já se viu numa situação semelhante à da mosca da parábola?

-Como encontrou a solução para o problema?

-Qual a importância que você dá as experiências passadas?

Retirado do Livro Parábolas de Liderança – Ed. Paulus

Domingo da perseverança

Para a comunidade de Lucas, exposta às perseguições de fora e às crises internas, refletir sobre o fim dos tempos servia como incentivo e firmeza no caminho da fé. A destruição de Jerusalém, ocorrida anos antes da redação final deste evangelho, era um sinal muito forte que apontava para a chegada dos últimos tempos. As perseguições, vividas por esta comunidade, podiam ser vistas como o começo do juízo de Deus sobre a história e o mundo, quando ele fizer justiça aos justos e puser fim às injustiças dos maus.

A afirmação de que não ficará pedra sobre pedra contrasta com o ensinamento final: é permanecendo firmes que vocês irão ganhar a vida. Os cristãos não precisam temer as instabilidades e turbulências da vida: a resistência da fé se faz acolhendo a força que vem de Deus e que se manifesta no Espírito de sabedoria que vem do próprio Deus, no momento presente. Em tempos de crise, é importante encontrar nosso apoio na estabilidade que é dada por Deus no coração profundo, superando nossa humana sensibilidade. As perseguições e os conflitos encontrarão aí um espaço que não poderão influenciar. É a partir deste núcleo firme e desta profundidade da vida cristã que se estrutura o testemunho que nós, cristãos, somos chamados a dar.

A paciência que o Senhor nos pede não é resignação ao sofrimento, mas uma atitude de perseverança que nos mantém na expectativa do mundo que Deus vai criar e nos engaja no serviço bem concreto para apressar a sua vinda. Na celebração, a ação do Espírito que opera na Igreja a santificação, reúna o nosso coração e nos dê a consciência para discernir e o amor para cumprir a vontade de Deus em cada momento presente.

Retirado da Revista de Liturgia

Quarta-Feira de Cinzas

A festa mais importante do ano, a celebração do acontecimento central e máximo de toda a história da humanidade é a Páscoa. E porque ela é tão grande, merece uma preparação à altura. Começa na “Quarta-Feira de Cinzas” a nossa preparação para a Páscoa.

E como inauguramos esta preparação? Colocando cinza sobre a nossa cabeça, como sinal de penitência, isto é, como sinal de que estamos dispostos a nos alinharmos no caminho de Deus com seu projeto de justiça e paz para todos. Além disso, passamos esse dia fazendo jejum, também como sinal de penitência.

Serão então quarenta dias de preparação: Quaresma. A Campanha da Fraternidade, enfocando um problema social que mais aflige a sociedade, à luz da Palavra de Deus vai nos ajudando na preparação para a Páscoa.

Quarta-Feira de Cinza! Celebramos neste dia o mistério do Deus misericordioso que acolhe nossa penitência, nossa conversão, isto é, o reconhecimento de nossa condição de criaturas limitadas, mortais, pecadoras. Conversão que consiste em crer no Evangelho, isto é, aderir a ele, viver segundo o ensinamento do Senhor Jesus. Numa Palavra, trata-se de entrar no caminho pascal de Jesus. “Convertei-vos, e crede no Evangelho”: é o convite que Jesus faz.

Esta Palavra, a gente ouve, recebendo cinzas sobre a nossa cabeça. Por que cinzas? É para lembrar que, de fato somos pó! A fé em Jesus ressuscitado faz com que a ida renasça das cinzas. Quando o ser humano reconhece sua condição de criatura realmente necessitada da ação de Deus, em Cristo e no Espírito, então Jesus Cristo faz brotar vida de nossa condição mortal. Reconhecer-se assim, é entrar na atitude pascal, isto é, de passagem com Cristo da morte para a vida. Esta páscoa, a gente vive na conversão, através dos exercícios da oração, do jejum e da esmola ou partilha de bens e gestos solidários, no espírito do Sermão da Montanha.

Páscoa que celebramos na Eucaristia, pela qual aclamamos Deus como aquele que, acolhendo nossa penitência, corrige nossos vícios, eleva nossos sentimentos, fortifica nosso espírito fraterno e, assim, nos dá a graça de nos aproximarmos do seu jeito misericordioso de ser, e nos garante uma eterna recompensa.

Por isso que o sacerdote, em nome de toda a assembléia, canta na Oração Eucarística: “Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso..., vós acolheis nossa penitência como oferenda à vossa glória. O jejum e abstinência que praticamos, quebrando nosso orgulho, nos convidam a imitar vossa misericórdia, repartindo o pão com os necessitados... Pela penitencia da Quaresma, vós corrigis nossos vicio, elevais nossos sentimentos, fortificais nosso espírito fraterno e nos garantis uma eterna recompensa”.

Junto com a oferta total de Cristo ao Pai, pelo Espírito Santo, na Liturgia eucarística, une-se também a oferta de nossa penitência quaresmal. E Deus, por sua vez, nos recompensa com o Corpo entregue e o Sangue derramado de seu Filho Jesus, na santa comunhão.

Que o Cristo pascal nos ajude, para que o nosso jejum seja realmente agradável a Deus e nos sirva de remédio para a cura dos nossos vícios. E assim possamos celebrar dignamente a santa páscoa de Cristo e nossa Páscoa.

Retirado do Livro Liturgia em Mutirão – Ed. CNBB

Um coração sempre pronto a amar

“O Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo.

O Reino dos céus é ainda semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra,”

Relendo o texto

Nas breves parábolas narradas por Jesus, se quiséssemos indicar os protagonistas, deveríamos fixar a atenção também nas coisas. De fato, existe um tesouro escondido em um campo e existe uma pérola preciosa aos quais é comparado o Reino dos céus. Existe, porém, também um homem que em ambos os casos, encontrando o tesouro ou a pérola preciosa, vende tudo o que possui e, mesmo nessa situação, está cheio de alegria, está rico com o que encontrou. Existe também um tempo no qual se procura, tem-se canseira para encontrar, e um tempo de alegria, de paz, no qual se ama as pessoas, as coisas que estão próximas.

O homem das duas pequenas parábolas é um homem que tem o coração puro, isto é, límpido e simples, que sabe apreciar toda a beleza que está ao seu redor, que sabe procurar aquilo que verdadeiramente tem valor. É bom, é belo, isso pelo qual vale à pena gastar e dedicar às próprias energias. Jesus nos apresenta o Reino dos céus como algo pequeno, mas muito precioso, como a dizer que, olhando as coisas e as pessoas que estão ao nosso redor, com um coração liberto e simples, tudo pode tornar-se um “tesouro”, algo de precioso, pelo qual é necessário abandonar todas as outras coisas.

Meditando o texto

Jesus refere-se, nas parábolas, a realidade de tal maneira pequena que nos espanta crer que possam produzir efeitos tão grandes. De outra parte, sabemos muito bem, porque já nos contaram milhares de vezes, que os humildes e os pequenos são os que aos olhos do Senhor têm maios valor.

Podemos olhar também para a figura de Maria, uma simples e humilde garota, que é chamada para ser mãe de Jesus, uma vida pobre e humilde que é exemplo de dedicação e dom de si pela causa de Jesus. Uma criatura que seguiu Jesus, que quis confiar-se e, por isso, foi engrandecida por Deus.

É possível que a nossa impaciência nos leve a querer ver logo os resultados de tudo o que fazemos, a quere que os outros nos agradeçam imediatamente por aquilo que damos, no entanto, Maria nos mostra que a vida inteira deve ser empregada para alcançar a bem-aventurança prometida por Deus.

No coração de cada um está oculto um potencial de amor que só Deus, como um comerciante á procura de pérolas preciosas, pode descobrir. Mas para fazer com que Deus se aproxime do nosso coração precisamos conservá-lo puro e simples, aberto ao acolhimento, capaz de atenção para tudo e para todos.

Procurando, agora, questionar-nos

-Tenho um coração capaz de amar verdadeiramente sem limites ou preferências, ou ao invés, fecho o coração a qualquer um que não me seja particularmente simpático?

-Se eu devesse avaliar a minha procura do bem, quanto posso dizer ter procurado: suficientemente? Com todo o coração?

-De coisas pequenas e humildes, o Senhor sabe extrair coisas preciosas. E eu me dedico igualmente aos outros, ou tenho necessidade de ser recompensado para despender minhas energias, meu tempo e também meus bens, para ajudar quem de mim precisa?

Retirado do Livro A Palavra para os Jovens – Ed. Ave Maria

Dinâmicas de Grupo – Provérbio pela metade

Para esta dinâmica é necessário que se prepare previamente tiras de papel, escrevendo-se em cada uma delas um provérbio ou uma frase bastante conhecida. Estas tiras de papel são cortadas ao meio, de modo que em cada um dos pedaços de papel fique uma parte do provérbio. Preparam-se tantos pedaços quantos forem os participantes. Estes pedaços são dobrados e cada um dos participantes recebe um destes bilhetes na entrada na sala. Quando todos estiverem já reunidos, o coordenador explica que em cada pedaço de papel há uma parte de um provérbio. Cada um deve procurar a outra metade. Ao se acharem eles devem se apresentar mutuamente, dizendo os dados que forem convenientes para uma apresentação. Quando todas as duplas já estiverem se achado e conversado, todos são convidados a ficar em circulo. As duplas não devem, porém, se separar. Uma após outra, as duplas devem ler em voz alta o provérbio que as uniu e um deve apresentar o outro ao grupo.

Retirado do Livro Dinâmicas para encontro de Grupo – Ed. Vozes.

José no Egito – Gênesis 39 e 41

Os mercadores chegaram ao Egito e venderam José a um homem chamado Putifar, chefe da escolta do faraó. José mostrou-se um homem trabalhador, honesto e sábio. Por isso, Putifar o nomeou seu administrador geral. O faraó soube da habilidade de José de interpretar sonhos. Mandou chamá-lo e pediu-lhe que interpretasse um sonho que há tempo o perturbava: “Estava na margem do Nilo quando vi sair sete vacas gordas que se puseram a pastar entre os juncos. Logo saíram sete vacas magras e feias. As vacas magras devoraram as vacas gordas. Também vi sete espigas bonitas, devoradas por sete espigas secas”.

José escutou e interpretou o sonho. Disse-lhe: “ As sete vacas gordas e as sete espigas bonitas significam sete anos seguidos de abundante riqueza e boas colheitas. As sete vacas magras e as espigas secas significam sete anos de fome e miséria”.

Aconselho o faraó a nomear um homem inteligente, capaz de poupar nos anos bons para que nada faltasse quando a escassez chegasse.

O faraó considerou sábias suas palavras e o nomeou governador geral do Egito. José aceitou o cargo, administrou com sabedoria e durante os anos de abundancia acumulou o necessário para os anos de escassez.

Retirado do Livro Minha Bíblia – Ed. Paulus

O ensinamento da mosca I

Certa vez, duas moscas aventureiras resolveram provar do liquido branco e denso que viram num copo. Aproximaram-se, mas acabaram caindo dentro do copo de leite. Uma das moscas, muito forte, bateu suas asas com vigor e conseguiu chegar à borda. O copo, porém, não estava cheio e a mosca não conseguiu alcançar o topo. Desanimada e não vendo mais alternativas, afundou.

A outra mosca, mais fraca, porém muito mais persistente, continuou a agitar as suas asas. Depois de algum tempo, o leite foi se condensando e formou uma camada de manteiga. A mosca esperou até suas asas se recuperarem e voou dali.

Para refletir

A persistência normalmente traz bons resultados. Quando insistimos em nossos pontos de vista, em nossos objetivos, mesmo não vendo muitas perspectivas, acabamos tendo êxito. Quando desanimamos e nos entregamos, acabamos por “morrer”, como a primeira mosca. Procure sempre novas alternativas. Dificilmente elas estarão aparentes, mas com perseverança e força de vontade elas o levarão ao sucesso. Tudo depende da sua postura e atitude diante das adversidades.

Para discutir

-Com qual das duas moscas você mais se identifica?

-Sua tendência é desistir diante das dificuldades ou persistir, mesmo sem saber ao certo aonde vai chegar?

-Como você enfrenta os problemas cotidianos?

Retirado do Livro Parábolas de Liderança – Ed. Paulus

Domingo de todos os Santos e Santas da humanidade

O sermão da montanha, em Mateus, é uma espécie de manifesto de Jesus, atualizando para a comunidade cristã a aliança de Deus no Sinai. Jesus é o novo Moisés, dirigindo-se agora a todos os que o escutam. O cerne do manifesto são as oito bem-aventuranças, tendo no centro a bem-aventurança da misericórdia. Mais que mandamentos são bênçãos e promessas de felicidade, vinculadas a uma exigência radical.

As bem-aventuranças mostram que há uma felicidade ao alcance das nossas mãos, não a felicidade que o mundo promove à base do ter que gera competição, mas a felicidade que vem de Deus à base do amor. Essa felicidade pode ser conquistada dia a dia , no exercício do desapego que faz de nós pessoas livres e abertas a relacionamentos que se apóiam na misericórdia e na comunhão.

Como aquela multidão na montanha, a assembléia reunida acolhe o ensinamento de Jesus como bênção e promessa, como uma saída eficaz para alcançar a felicidade tão desejada. É confirmada pelo testemunho dos santos e santas, que aprenderam o segredo de vencer os obstáculos sem perder a fé e a ternura e são proclamados felizes. Que o Espírito de Deus nos faça viver uma consagração total assumindo em nossa vida as bem-aventuranças como segredo para alcançar a verdadeira felicidade.

Retirado da Revista de Liturgia

Vigília Pascal: Cristo ressurgiu da morte

A Vigília Pascal é a grande festa dos cristãos e possui a Liturgia mais solene da Igreja, a mãe de todas as vigílias e Liturgia. A celebração mais bonita e marcada pela emoção e pelo louvor. No Exultet cantamos: Pois eis agora a Páscoa, nossa festa, em que o real Cordeiro se imolou: marcando nossas portas, nossas almas, com seu divino sangue nos salvou.

Na celebração, somos acolhidos com palavras muito afetuosas: Nesta noite santa, em que nosso Senhor Jesus Cristo passou da morte para a vida, a Igreja convida os seus filhos dispersos por toda a terra a se reunirem em vigília e oração. Se comemorarmos a Páscoa do Senhor ouvindo sua Palavra e celebrando seus mistérios, podemos ter a firme esperança de participar do seu triunfo sobre a morte e de sua vida em Deus.

Na Vigília pascal, noite toda iluminada com a luz do Ressuscitado, nela nós mergulhamos. Na liturgia sentimos o passado, hoje presente na celebração. Vivemos o presente com a ressurreição de Cristo e nossa ressurreição, aqui e agora. Sentimos o futuro como presença, aqui e agora, de um final feliz. É a noite da vitoria, da alegria, da festa, pois a nossa vida em Cristo ressuscitado tornou-se luz, vida e vitoria. Aleluia.

Nesta noite, a comunidade se reúne para celebrar a ressurreição do Senhor – acontecimento histórico que a constitui e identifica. Celebra Cristo, o novo Adão, a nova criação do mundo. Cristo é o Moises que liberta o povo de todas as escravidões. Em Cristo o povo livre e peregrino, fundamentado na nova Aliança com Deus, vive a plenitude da promessa e faz a experiência da fraternidade e da partilha.

O Círio Pascal é o símbolo de Cristo Ressuscitado que vence toda escravidão. Acendemos as nossas velas no Círio e saímos pelas ruas cantando a nossa ressurreição e nossa vitoria no Ressuscitado.

Na Vigília Pascal, lembramos e renovamos o nosso batismo. Pelo batismo morremos e ressuscitamos com Cristo. Mergulhamos nas águas para enterrar todo o pecado. Saímos da água para simbolizar que em Cristo iniciamos uma nova vida renovada e vivida no Espírito Santo.

O momento alto desta noite é a celebração da Eucaristia. Bendizemos ao Pai que ressuscitou seu Filho e nos faz participantes da sua vitoria sobre a morte. Reunidos ao redor da mesa, comemos o pão partilhado e bebemos o vinho, sangue derramando, como convivas, na esperança de um dia participar para sempre na festa do Reino, que um dia será plena e nunca se acabará.

A Vigília, portanto, é constituída de três momentos fundamentais: o momento da Palavra, o momento do batismo e o momento da Eucaristia como ponto alto. Mas é preciso ver a Vigília pascal no contexto do tríduo pascal que engloba a sexta-feira, o sábado e o domingo.

Para os primeiros cristãos a grande participação na páscoa de Cristo se dava na Vigília Pascal. O desafio hoje é resgatar o sentido original da Vigília Pascal como ápice do Ano Litúrgico e expressão máxima de apresentação na Ressurreição do Senhor.

Nesta celebração da Vigília Pascal, acolhamos a Palavra da ressurreição e deixemo-nos abençoar por esta Palavra. Passando pelas águas batismais, mergulhemos na imensidão da compaixão do Pai que nos recria para o novo jeito de viver.

A Vigília Pascal nos liga e nos introduz na celebração do Domingo da ressurreição e nos move para a festa dos cinqüenta dias de festa: “Este é o dia que o Senhor fez para nós. Alegremo-nos e Nele exultemos”. Mas a missa da Vigília é a verdadeira missa do Domingo de Páscoa. As outras missas durante o domingo são prolongamento da Vigília e mantém o clima pascal festivo.

Retirado do Livro Liturgia em Mutirão – Ed. CNBB

Ide, eu vos envio

“Com efeito, o Reino dos céus é semelhante a um pai de família que saiu ao romper da manhã, a fim de contratar operários para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e enviou-os para a sua vinha. Cerca da terceira hora, saiu ainda e viu alguns que estavam na praça sem fazer nada. Disse-lhes ele: ‘Ide também vós para a minha vinha e vos darei o justo salário’. Eles foram. À sexta hora saiu de novo e igualmente pela nona hora, e fez o mesmo. Finalmente pela undécima hora, encontrou ainda outros na praça e perguntou-lhes: ‘Por que estais todo o dia na sem fazer nada?’. Eles responderam: ‘É porque ninguém nos contratou’. Disse-lhes ele, então: ‘Ide, vós também, para a minha vinha’.

Ao cair da tarde o senhor da vinha disse ao seu feitor: ‘Chama os operários e paga-lhes, começando pelos últimos até os primeiros’. Vieram aqueles da undécima hora e receberam cada qual um denário. Chegando por sua vez os primeiros, julgavam que haviam de receber mais. Mas só receberam cada qual um denário. Ao receberam, murmuraram contra o pai de família, dizendo: ‘Os últimos só trabalharam uma hora... e deste-lhes tanto quanto a nós, que suportamos o peso do dia e do calor’. O senhor, porém, observou a um deles: ‘Meu amigo, não te falo injustiça. Não contrateis comigo um denário? Toma o que é teu e vai-te. Eu quero dar a este último tanto quanto a ti. Ou não me é permitido fazer de meus bens o que me apraz? Porventura vês com maus olhos que eu seja bom?’

Assim, pois, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos”

Relendo o texto

A parábola nos apresenta diversos personagens: há um patrão e existem numerosos operários que, em horas diversas, são mandados a trabalhar na vinha. O patrão tem a característica de ser uma boa pessoa, quer dar a todos o mesmo pagamento, de acordo com aquela justiça que coloca todos os homens no mesmo plano. O fato de todos os operários serem chamados, enquanto estão na praça, nos quer indicar a liberdade do homem diante do chamado de Deus. Todos podem ir para a vinha e trabalhar, nenhum possui alguém ou alguma coisas que o mantenha inexoravelmente ligado. Todos estão em condições de cumprir aquilo para o qual são chamados. No momento do pagamento, ao anoitecer, revela-se a diferença entre a maneira de pensar do patrão, que lembra a figura de Deus, o qual dá provas de uma bondade que ultrapassa até mesmo a justiça, sem por isso prejudicá-la ou mudá-la, e a maneira de pensar dos operários que nos mostra, ao invés, a nossa mesma atitude, de quando reclamamos uma justiça que, ao invés, se olhada com bastante atenção, é parcial e inteiramente a nosso favor.

Meditando o texto

Jesus com essa parábola quer recordar-nos o fato de Deus continuar a chamar, também no nosso dia-a-dia, continua a enviar os seus “operários”, isto é, cada um de nós, “para trabalhar na sua vinha”. Trabalhar na vinha, portanto, quer dizer que existe uma missão, um empenho para cada um, algo que dá sentido à vida para muitos dos nossos dias passados “na praça”, à espera de alguém que nos chame, que nos convide a participar. Mas a missão, que nos aguarda, significa deixar tudo! Jesus, na parábola, ensina que deixar tudo nem sempre é abandonar tudo, porque estamos habituados a levar em consideração a quantidade. Deus, ao invés, leva em consideração a qualidade da resposta de cada um às capacidades, aos dons que ele mesmo nos dá. Por isso, à Deus é suficiente que demos tudo quanto temos, que lhe entreguemos tudo, mesmo que fossem só poucos minutos de trabalho. O importante é que na missão que Deus nos confia esteja empenhado plenamente todo o nosso coração.

Procurando, agora, questionar-nos

-Estou disposto a escutar o que Deus quer de mim? Quando chega o momento de escutar a Deus, ponho-me em silencio, disponível, pronto a tomar a sério a proposta? Ou me preencho com outras coisas?

-O que penso eu da missão? É preciso dizer “sim” ao Senhor, sem reservas, confiando, ou é melhor esperar, procurando muitas desculpas?

Retirado do Livro A Palavra para os Jovens – Ed. Ave Maria

Dinâmicas de Grupo – Fazer um crachá

Os participantes são convidados a sentar-se. Cada um recebe um pedaço de papel recortado do tamanho a servir de crachá. É preferível que seja um pouco grosso. Os participantes são instruídos a preparar este pedaço de papel para ser um crachá, ou seja:
a) Fazer linhas onde será colocado nome, grupo a que pertence, a procedência etc.

b) Fazer bordas desenhadas no crachá.

c) Fazer algum tipo de desenho.

É importante salientar que o crachá apenas será preparado, ou seja, ninguém deve ainda colocar os dados pessoais. Terminada a preparação do crachá, estes são recolhidos, embaralhados e colocados sobre uma mesa. Todos são convidados a ir até a mesa, pegar um crachá e preencher com os dados pessoais. Tendo sido preenchido, cada qual deverá colocar o crachá em si mesmo. Quando todos já estiverem devidamente identificados com seus crachás, cada participante deverá procurar ver com quem ficou o crachá que ele preparou. Tendo encontrado esta pessoa, deverá colher alguns dados sobre ela (nome, grupo). Quando todos já estiverem conhecido quem ficou com o crachá que preparou, cada qual é convidado a apresentar a pessoa que ficou com o crachá que preparou. Esta apresentação poderá ser breve, ou, então, mais longa. A coordenação deverá definir previamente como quer a apresentação.


Retirado do Livro Dinâmicas para encontro de grupos – Ed. Vozes

Os sonhos de José – Gênesis 35 e 37

Jacó teve doze filhos. Amava a todos, mas José era seu preferido. Era o menor e se parecia muito com sua esposa Raquel. Para José, encomendou uma túnica nova, com muitas cores. Os irmãos de José ficaram com ciúmes da predileção do pai pelo irmão. Além disso, o invejavam porque tinha sonhos especiais.

“Sonhei” – disse José – “que estávamos atando feixes no campo, meu feixe se levantou e ficou de pé e os feixes de vocês rodaram e se prostraram diante dele. Também sonhei que o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam ante mim”. Os irmãos interpretaram os sonhos como um desejo de José de mandar neles. A inveja crescia e chegaram a odiá-lo.

Um dia, os irmãos de José estavam no campo pastoreando os rebanhos de seu pai. Jacó disse a José: “Vai ver se estão todos bem”. Quando o viram à distancia, planejaram matá-lo. “Aí vem o sonhador” – disseram. “Vamos matá-lo. Diremos que um animal o devorou.”

Ao ouvir isso. Rúben, o maior dos irmãos, para salvá-lo da morte, convenceu os outros que jogassem José num poço em vez de matá-lo.

Passava por ali uma caravana de camelos que se dirigia ao Egito para vender suas mercadorias. Judá, um dos irmãos, teve a idéia: “Vamos vender José como escravo. Não o matamos. Acima de tudo, é nosso irmão”. Os irmãos tiraram José do poço, tiraram-lhe a túnica e venderam-no aos mercadores.

Depois mataram uma cabra, rasgaram a túnica e mancharam com o sangue do animal. Voltaram para casa e mostraram ao pai. Ao vê-la ele exclamou; “É a túnica do meu filho. Algum animal selvagem devorou meu filho!”. Jacó ficou muito triste. Passou dias inteiros chorando a ausência do filho que acreditava estar morto.

Retirado do Livro Minha Bíblia – Ed. Paulus

Diferentes visões

Conta-se que uma indústria de calçados do Rio Grande do Sul,vendo que o mercado interno estava bastante competitivo, pensou em exportar sapatos para a Índia. Após elaborar um detalhado projeto, enviou dois consultores para lá, a fim de realizarem algumas pesquisas de campo e analisar o potencial de mercado do país.

Após algumas semanas, um dos consultores enviou o seguinte e-mail à diretoria da empresa:

- Senhores, cancelem o projeto de exportação de calçados para a Índia, pois aqui ninguém usa sapatos.

Os diretores ficaram pensativos, mas resolveram esperar o segundo consultor. No dia seguinte, receberam a mensagem:

- Senhores, tripliquem o projeto de exportação de calçados para a Índia, pois aqui ninguém usa sapatos, ainda.

Para refletir

Cada pessoa vê a realidade à sua maneira, isso é fato. Mas quão diferentes podem ser os pontos de vista. O consultor pessimista vê apenas o lado negativo, enquanto o otimista vê o lado positivo. Ambos estão certos, não se pode negar. Mas o otimista abre muitas portas que o pessimista não enxerga. Encontra muitas oportunidades que passam despercebidas pela pessoa que só vê o comum e o lado ruim das coisas. A disposição interior é fundamental para quebrar paradigmas, para inovar, para buscar novos horizontes, para encontrar soluções onde há poucas alternativas. Uma postura otimista e visionaria pode trazer ótimos frutos.

Para discutir

-Com qual dos consultores você mais se identifica?

-De modo geral, você é otimista ou pessimista?

-Quais os pontos positivos no seu modo de ver o mundo?

Retirado do Livro Parábolas de Liderança – Ed. Paulus