Você cuida bem da nossa casa?


A pergunta apresentada é facilmente respondida se tivermos por referência nossos lares, pois é evidente que cercamos com o maior cuidado possível nossas moradias, que nos abrigam, protegem e nos dão descanso. No entanto, indago sobre o nosso zelo pelo meio ambiente, pelo planeta em que vivemos. Nesse campo a resposta parece mais complicada.

Talvez como mais uma expressão do egoísmo que vige em nossa sociedade, temos nos preocupado apenas com as casas em que residimos, mas temos ignorado a casa que Deus criou para todos nós e - mais importante – deixou para que dela nos utilizássemos de modo racional e solidário. A conclusão é inevitável: Infelizmente não temos cuidado a contento de nosso planeta.

Tem sido muito comum a repetição de críticas dirigidas à sociedade acerca da inapropriada exploração e preservação do meio ambiente. As análises, em regra, têm como foco ações de grande dimensão e repercussão. Contudo, creio que precisamos refletir sobre as pequenas condutas individuais que farão com que vivamos em uma casa mais limpa e equilibrada. Quantas coisas podemos fazer e não as fazemos! Vejo que experiências do nosso cotidiano deveriam ser transportadas para a nossa atuação no que se refere ao meio ambiente.

Fico a imaginar se tivéssemos em relação à água a mesma parcimônia que temos para gastar nosso dinheiro. Ninguém, por mais abastado que seja, tem prazer em desperdiçar os bens que conseguiu reunir com seu esforço. Deveríamos ter o mesmo sentimento com o bem valioso e finito que é a água.

Além disso, como cuidamos mal do nosso lixo! Muitas de nossas cidades vivem imundas não só em razão do descuido dos governantes com a limpeza pública, mas também porque ainda não reproduzimos nas ruas o que fazemos em nossas residências. Por exemplo, assim como não jogamos sujeira no chão de nossas salas, não deveríamos fazê-lo nas ruas. Em nossa atual dinâmica, não podemos sujar nossas moradas, mas não nos preocupamos com a casa de todos, que é o planeta.

Ultimamente vêm sendo editadas leis por todo o Brasil, tal como na cidade de São Paulo, em que há punições para os que tratam de modo desleixado o lixo; para os que emporcalham as vias públicas e, a partir de 2012, para os que se utilizem das populares, mas poluentes, sacolinhas de plástico. As medidas são dignas de aplausos e precisam se espalhar por todo o Brasil. Contudo, antes de tudo, a questão é de conscientização pessoal. Mais do que leis necessitamos nos educar e nos transformar.

É preciso, portanto, que percebamos que o sentimento de obrigação em cuidar da limpeza e higidez de nossas residências deve ser o mesmo em relação à casa de todos, que é o planeta em que vivemos. Necessitamos, a começar por mim, fazer nossa parte.

Paulo André Pires Simões 
Canção Nova

Não aceite soluções fáceis

Muitos erros e sofrimentos acontecem porque queremos dar soluções facéis e rápidas para problemas difíceis; o que é um grave erro que causa sérios problemas.

Quanto mais difícil o problema, tanto mais difícil será a sua solução, pois não há solução fácil quando o problema é difícil.

Na vida também é assim, não há solução fácil, cômoda, rápida e barata para os problemas difíceis. Mas, infelizmente, no campo do comportamento estamos cheios de "soluções fáceis", que, em vez de solucionarem os problemas, os tornam ainda mais graves.

Há sempre duas maneiras de solucionar um problema: a primeira será “facíl”, improvisada, rápida, cômoda, sem sacrifícios e, muitas vezes, imoral. A segunda será “dificil”, demorada, planejada, árdua e dispendiosa. A segunda maneira de se resolver um problema será eficaz e duradoura; a primeira, inócua e falsa. Não se arrisque.

É fácil, por exemplo, retirar o pobre da rua e escondê-lo das vistas dos turistas; contudo, é dificil retirar a miséria do pobre e promovê-lo, mas esta é a medida dificil e correta. É fácil limitar o número de nascimentos, é fácil esterilizar homens e mulheres em massa como se fossem animais; assim como é fácil distribuir pílulas... Contudo, é difícil implantar uma eficaz e digna paternidade responsável.

É facíl fazer a guerra; difícil manter a paz. É facil distribuir preservativos e seringas para se evitar a Aids; mas é difícil ensinar as pessoas sobre o emprego moral do sexo e o valor da castidade...

O grande problema do mundo não é resolver os seus problemas, mas “como” resolvê-los. Nunca acredite numa solução fácil e rápida. A sabedoria popular já aprendeu que “o barato sai caro” e que “a pressa é inimiga da perfeição”.

As soluções sérias são eficazes e duradouras; geradas no sofrimento, na oração, na paciência, nas lágrimas, no diálogo, na compreensão, entre outros.

Não há solução fácil para problema difícil. Esta é a pior tendência do homem moderno: querer resolver todos os problemas de maneira rápida, com soluções imediatistas, atropelando o tempo, a moral, os costumes, a fé e o próprio Deus. Por fim ele se dá conta de que correu em vão. Acostumado a lidar com as coisas, a técnica e as máquinas, o homem de hoje se esquece de que ele é dotado de uma alma transcedente e imortal.

O Papa João Paulo II nos ensinou que as soluções propostas por Cristo, para os graves problemas da humanidade, são difíceis, mas jamais decepcionam. Jamais eu vi alguém chorar porque viveu os preceitos do Evangelho, mas eu já vi muita gente chorar porque não quis vivê-los.

O Mestre disse que aquele que não pratica os Seus ensinamentos é como aquele que constrói a casa na areia; e logo esta é destruída pelas tempestades e correntezas.

Todo problema tem uma solução; senão deixa de ser problema. A solução nem sempre é facíl, mas sempre existe.

Felipe Aquino

Domingo da renúncia para seguir Jesus

Pedro, o discípulo-símbolo, aquele que constrói a comunidade sobre a rocha, é, ao mesmo tempo, uma pedra de tropeço. Ele tem dificuldade de aceitar o caminho da cruz, porque para ele o messias tem que ser um líder bem sucedido, e nem passa pela sua cabeça que a cruz seja um caminho obrigatório. O próprio Jesus teve que vencer a tentação de realizar a missão usando como meios o poder e o dinheiro. A partir do momento em que ele assume a missão, não como um rei de Israel, mas como um servo de Deus, teve de enfrentar muitos desafios e sofrimentos. 

Mas este evangelho não serve para justificar o sofrimento humano, seja ele causado por uma doença ou pela miséria, ou por qualquer outro peso que se imponha sobre nós. O evangelho nos manda combater o sofrimento e a morte. Quando nos pede para abraçar a cruz, está se referindo às renúncias e aos riscos que temos de correr para sermos fiéis à missão que o Pai nos confia. Muitas vezes é preciso abrir mão de sonhos pessoais legítimos e colocar os interesses da comunidade acima dos nossos próprios interesses para obedecermos aos caminhos de Deus. Não só em nível pessoal, mas coletivo e social. 

Também a Igreja é convidada pelo Senhor a renunciar a si mesma e a abandonar toda pretensão de prestígio e força, para que possa cumprir efetivamente sua missão salvadora. 

E a comunidade cristã oferece esta ética da doação e renúncia de si como um caminho de superação de tantos problemas, como a concentração das riquezas nas mãos de poucos.

O anúncio da cruz, no qual nós fomos batizados e que constitui o caminho do nosso discipulado, é feito a nós todas as vezes que nos reunimos para celebrar. Da mesma forma que o cristão não pode evitar o escândalo da cruz, nossa assembléia não pode deixar de perceber a marca de pobreza com que Deus se apresentou. A liturgia não é feita de prodígios e sinais extraordinários, nem tem sua essência no espetáculo ou no teatral. Como revelação de Deus, ela se constitui como a simples, mas profunda reunião de homens e mulheres, discípulos e discípulas, que fazem a memória da paixão e entrega do Senhor, mas também de sua ressurreição. O que constitui o centro e o eixo da liturgia é a memória do dom que Jesus fez da própria vida e da vida que ele gerou com isto. Como afirmamos todas vezes que celebramos a eucaristia: “Anunciamos, Senhor, vossa morte e proclamamos vossa ressurreição!”.

Retirado da Revista de Liturgia

É hora de despertar

“Isso é tanto mais importante porque sabeis em que tempo vivemos. Já é hora de despertardes do sono. A salvação está mais perto do que quando abraçamos a fé. A noite vai adiantada, e o dia vem chegando. Despojemo-nos das obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz. Comportemo-nos honestamente, como em pleno dia: nada de orgias, nada de bebedeira; nada de desonestidades nem dissoluções; nada de contendas, nada de ciúmes. Ao contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não façais caso da carne nem lhe satisfaçais aos apetites.” (Rom 13, 11-14) 

São Paulo
 está dizendo isto, porque a vinda do Senhor está próxima. A nossa salvação e a salvação da nossa família está mais perto do que quando conhecemos o Senhor. 

Hoje, infelizmente, a corrupção, a imoralidade e a depravação na terra são tremendas. Nós estamos vivendo em tempos onde existe uma enorme dificuldade de viver a nossa
  na prática por causa das trevas que nos envolvem, porque ela é muito forte e nós percebemos que há um véu de impiedade que pesa sobre nossos corações. Impiedade é justamente esta negação de fé, é uma rebeldia e um afastamento de Deus. Ela tem suas consequências na maldade. Mas não é culpa nossa, é o clima que nos envolve, é como a poluição das grandes cidades que diminuem o oxigênio do ar. Estamos vivendo um clima de poluição espiritual. 
Você é o instrumento que Deus escolheu para a salvação da sua família.

O mundo está na poluição da impiedade, mas o Senhor está nos alertando de que a noite já vai adiantada. No entanto, graças a Deus, o dia já vem chegando. Não caia nessa de ficar com medo da vinda do Senhor, pois Ele virá para nos arrancar desta situação.
 

Jesus disse que a vinda do Filho do Homem se dará como nos dias Noé, ou seja, os homens viviam uma vida normal, casavam-se e davam-se em
 casamento, até o dia em que Noé entrou na Arca e veio o dilúvio. 

Você precisa proclamar que Deus constituiu a sua casa como a Arca da Salvação para todos os da sua família. E Deus viu que somente Noé foi considerado justo. Não que ele era o "certinho", mas Noé era justo, porque temia e obedecia ao Senhor. Por isso, ele foi salvo com toda a sua família. É Deus dizendo que você, homem ou mulher, adulto ou jovem, é o instrumento que Ele escolheu para ser a salvação da sua família.
 

Até você que é jovem e diz que seus pais não querem saber de nada, nem mesmo os seus irmãos. Deus escolheu você como escolheu Noé. Se você for obediente como Noé foi, você vai ser instrumento de salvação para todos da sua família, porque Deus não quer salvar somente a você, mas a todos. Só não será salvo quem realmente não quiser. Você foi esta pessoa escolhida para ser, quem sabe, o único Noé da sua casa.
 

O que Noé tinha para esperar do mundo na época dele? Nós também não temos mais o que esperar deste mundo que só aplaude a imoralidade, a depravação e a maldade. Não temos mais nada a esperar a não ser que os filhos e as filhas de Deus se deixem
 converter e que o Senhor venha e lave a face da terra. 

Diga: "Eu começo, hoje, o primeiro dia da minha vida. Entrego minha vida em Suas mãos, Senhor. Quero que Jesus seja o Senhor da minha vida".
 

Monsenhor Jonas Abib

A porta de entrada para o divórcio

O que une um casal não é o sexo, não é a genitalidade, mas o amor, a ternura, o carinho. Ame profundamente. Primeiro pelo diálogo, pela presença, pela segurança recebida, pelo amor, pela fidelidade. O que nutre o casal é a ternura, é o carinho! Quando o carinho, o amor, a convivência e o diálogo desaparecem, abre-se uma brecha para a genitalidade e, como consequência, os desentendimentos se multiplicam.

“Casalzinho” que avança o sinal e parte para asexualidade,
 em geral, vive se desentendendo e brigando, porque a atração física está ocupando o lugar do diálogo, da convivência, da afinidade espiritual. Pior ainda quando resolvem as brigas com sexo. Enganam-se e se estragam cada vez mais...

Em geral, esta é a porta de entrada para o divórcio. Casamentos que se iniciam com
 namoro avançado não costumam durar muito tempo. Uma vez que já se experimentou tudo antes domatrimônio, nada mais sustenta o casal. A vida matrimonial é exigente: trabalho, casa, compromissos... Depois vêm os filhos... Se o casal não treinou com carinho e ternura, tudo vai se complicando, porque as relações sexuais, embora importantes para a harmonia do casal, não são tudo. Se o amor não se traduzir em gestos concretos, o casamento começará a naufragar.

Existem árvores que necessitam de cuidados especiais desde a semente; só assim darão bons frutos. Com o matrimônio é a mesma coisa: precisa ser cuidado enquanto ainda é plantinha... Só assim os frutos virão.

Namorados, noivos ou vocacionados ao casamento, creiam que isso é possível! Isso é sinônimo de santidade! Loucura é o que o mundo ensina! Todo aquele que se decide por viver essa aventura acaba sendo bênção para si e para sua
 família. 

Não quero dizer com isso que você vai se privar das relações sexuais no casamento. Não é certamente isso que Deus lhe pede. Ele quer a sua pureza agora e depois no casamento... E isso lhe é possível!

Monsenhor Jonas Abib – Retirado do livro
 "Homem e mulher em sintonia" 

Abusar da misericórdia de Deus é desprezar Sua justiça

Da misericórdia de Deus muito se fala, mas pouco de Sua justiça. Abusa-se da misericórdia divina, para, assim, se continuar numa vida pecaminosa, apenas fazendo um propósito: Mais para o fim da vida farei uma confissão e Deus me perdoará. Mas, e se o fim da vida for amanhã...? O inferno está cheio de bons propósitos, disse um santo. É o próprio demônio que nos engana, incutindo-nos uma falsa idéia de misericórdia para ofendermos ainda mais a Deus e tornarmo-nos indignos de Seu perdão. 

Santo Afonso Maria de Ligório, Doutor da Igreja, Príncipe dos Moralistas, adverte-nos a respeito desse grande perigo para a nossa vida espiritual, num sermão no qual demonstra que abusar da misericórdia de Deus é desprezar sua bondade.
 

Pode ser que haja no meio de vós, meus irmãos, alguém que se encontre com a alma carregada de pecados e que — longe de pensar em se livrar deles pela confissão e penitência — não cessa de cometer novos pecados, se sobrecarregando ainda mais . Este, certamente, abusa da misericórdia divina; pois, a que fim nosso Deus tão bom deixa que este pecador viva senão para que se converta e, por conseqüência, escape da desgraça de perder a alma?
 

Ele mereceu as severas censuras que o Apóstolo dirigiu ao povo judeu impenitente: “Porventura desprezas as riquezas da bondade, da paciência e da longaminidade de Deus? Ignoras que Sua bondade te convida à penitência? Mas que na tua dureza e coração impenitente, acumulas para ti um tesouro de ira no dia da ira e da manifestação do justo juízo de Deus” (Rom II, 4-5).Eu quero vos afastar, meus irmãos, desse funesto abuso, e vos preservar da desgraça de cair na morte eterna do inferno. A esse propósito, chamo vossa atenção para a seguinte verdade: Quando uma alma abusa da misericórdia divina, a misericórdia divina está bem próxima de a abandonar...
 

Santo Agostinho observa que, para enganar os homens, o demônio emprega ora o desespero, ora a confiança. Após o pecado, o demônio nos mostra o rigor da justiça de Deus para que desconfiemos de Sua misericórdia. Entretanto, antes do pecado, o demônio nos coloca diante dos olhos a grande misericórdia de Deus, a fim de que o receio dos castigos, devidos aos pecados, não nos impeça de satisfazer nossas paixões. ...Essa misericórdia sobre a qual vós cantais para poder pecar, dizei-me, quem vo-la prometeu? Não Deus, certamente, mas o demônio, obstinado em vos perder. Cuidado!, diz São João Crisóstomo, de dar ouvidos a este monstro infernal que vos promete a misericórdia celeste...“Deus é cheio de misericórdia, eu pecarei e em seguida confessar-me-ei”. Eis aí a ilusão, ou antes, a armadilha que o demônio usa para arrastar tantas almas para o inferno! ...
 

Nosso Senhor, aparecendo um dia a Santa Brígida, queixou-Se: “Eu sou justo e misericordioso, mas os pecadores não querem ver senão minha misericórdia” (Ego sum justus et misericors; peccatores tantum misericordem me existimant. – Rev. 1. I. c. 5). “Não duvideis, diz São Basílio, que Deus é misericordioso, mas saibamos que Ele também é justo, e estejamos bem atentos para não considerar apenas uma metade de Deus”. Uma vez que Deus é justo, é impossível que os ingratos escapem do castigo... Misericórida! Misericórdia! Sim, mas para aquele que teme a Deus, e não para aquele que abusa da paciência divina.

Retirado do Site da Comunidade Shalom

Nota de Falecimento


É com profunda tristeza que comunicamos o falecimento do pai de nosso querido Pároco, Pe Ivan, Sr José de Souza ocorrido na manhã de domingo, dia 21/08/2011, na cidade do Crato. 

Pedimos a todas as pessoas que nos acompanham e em especial a cada paroquiano de Fátima que façam suas orações para que DEUS possa confortar toda família, e em especial a esposa e filhos neste momento de perda e dor.   

Paz e Bem!!!


Experimente o céu na terra


A festa da Assunção de Nossa Senhora nos faz olhar para Deus, que realizou, por intermédio dela, toda Sua obra. Nossa Senhora antecipou em sua vida as realidades do céu, por isso Deus Pai foi ao seu encontro. A comemoração de hoje é a coroação de uma vida que tocou o céu, que foi fiel ao Todo-poderoso, de uma mulher que não se intimidou em dizer “sim” a Cristo.
Em virtude disso, Deus a preservou como sinal de pureza na terra. Assim, a Imaculada Conceição conseguiu passar em vida sem a marca do pecado original.
O ato de morte nada mais é do que o preço que pagamos pelos pecados que cometemos na terra. Mas a Nossa Senhora foi concedida a honra de ser assunta ao céu em corpo e alma.
A morte não é nossa inimiga, ela não tem a última palavra. É apenas uma curva na estrada, que continua mais intensa e cheia de vida do que antes.
Saiba onde procurar refúgio nas dificuldades, a Igreja é o refúgio ideal para qualquer cristão. Pois Ela com seus princípios petrinos e marianos sabe muito bem como acolher seus filhos.
E é esse princípio mariano que se apresenta por meio de Virgem Maria, a Igreja que acolhe, que sabe ouvir, que é terna, a Igreja que é como uma mãe para qualquer cristão.

Por isso, devemos estar preparados, pois quando chegar nossa hora devemos partir assim como Nossa Senhora, que experimentou o céu na terra. Que soube viver a vontade de Deus sem questioná-Lo ou vacilar no seu caminho.
Quando fizer seu caminho, faça da melhor maneira possível. Não poupe esforços para atingir seu verdadeiro potencial. Deus conhece o seu potencial e Ele não espera nada menos do que o máximo que pode oferecer.

Devemos nos perguntar: "Eu estou vivendo o céu aqui? Estou fazendo por onde para merecer as glórias que Deus reserva para mim?"

Se hoje tivéssemos que prestar contas a Deus, o que entregaríamos a Ele? Será que teríamos a consciência tranquila de devolver algo tão valioso quanto a vida que Ele nos proporcionou?

Nós somos chamados a sinalizar Deus, seja em um sorriso ou um ato de bondade. Desde que estejamos agindo segundo os ensinamentos de Cristo, estaremos nos aproximando um pouco mais do nosso céu aqui na terra. E o mais importante é que quando sinalizamos o céu não somos os únicos tocados por isso, todos à nossa volta sentem, pois estamos trazendo Deus para nosso convívio diário e dos nossos queridos.

Muitas vezes, os filhos não querem saber de Deus, mas sabem por quê? Porque seu testemunho de Deus é um testemunho frágil, você fala d'Ele, mas reclama o tempo todo. Você obriga seu filho a ir à Santa Missa, mas passa o dia todo falando da novela do dia anterior.

A verdadeira religião nos liberta e é feita de princípios, nos dá suporte, mas também dá visão para que enxerguemos além. Só assim seremos capazes de enxergar as coisas que o mundo não nos permite. Esqueça a morte, pois só Deus tem a última palavra, e acima d'Ele não existe nada.

Retirado do Blog da Canção Nova

Domingo da Páscoa de Maria

A 1ª Leitura, retirada do Livro de Apocalipse de São João, foi escrito para animar a resistência das primeiras comunidades numa grande perseguição e de uma luta imensa entre os seguidores de Jesus Cristo e o mal provocado pelo sistema judaico. Neste contexto vamos encontrar um sinal de Maria e de sua Páscoa. É um sinal animador.

A 2ª Leitura, nos mostra a mais antiga profissão de fé da Igreja primitiva, que se traduzia na expressão: Cristo morreu e ressuscitou. Esta carta nos ajuda a celebrar melhor a Festa de hoje.

A Festa da Assunção de Nossa Senhora diz respeito à vocação de toda a humanidade. No seu cântico, continuando os cantares de outras mulheres, como Miriam, Judite e Ana... Ela exulta de alegria porque a salvação de tornou mais próxima do que nunca e porque essa salvação se manifestou por meio dela, mulher simples, pobre, humilde serva de Senhor.

Maria, Isabel e Zacarias, representam a comunidade do povo de Deus de Israel e, portanto, de todo o povo de Deus que segue Jesus. É desse grupo, pobre e simples que nasce o anuncio da salvação, da grande transformação.

A Festa da Assunção de Maria diz respeito ao sentido último da nossa fé: A ressurreição de Cristo e a nossa ressurreição Nele.

Por este ato de fé, professamos que a vocação da humanidade é chegar à plena glorificação, libertada de toda maldade, de todo cativeiro de todo o pecado, de toda injustiça, de tudo que não é vida.

A glorificação de Maria se estende a todos nós. A todo povo de Deus. A todos os que colocam a sua confiança no Senhor e se tornam servidores do Reino.

Contemplando Maria assunta ao céu, somos confirmados em nossa fé.

Que nesta celebração o Senhor realize conosco a promessa que se cumpriu em Maria e possamos cantar com ela o canto dos redimidos: O meu espírito se alegra em Deus, porque olhou para a humilhação de sua serva.
Que o Senhor nos dê firmeza de espírito, para crermos no sentido profundo do batismo, que nos une a Cristo e nos fez experimentar em nossa própria carne, a vitoria da vida sobre a morte.

Atenciosamente,

Francisco Ivan de Souza
Pároco do Santuário de Fátima

Um Só Deus com o Pai, Um Só Homem com o Homem


Afirma Santo Agostinho: “Deus não poderia conceder dom maior aos homens do que dar-lhes como Cabeça a sua Palavra, pela qual criou todas as coisas, e a ela uni-los como membros para que o Filho de Deus fosse também filho do homem, um só Deus com o Pai, um só homem com os homens. Por conseguinte, quando dirigimos a Deus nossas súplicas, não separemos dele o Filho; e, quando o Corpo do Filho orar, não separe de si sua Cabeça. Deste modo, o único salvador de seu corpo, nosso Senhor Jesus Cristo, é o mesmo que ora por nós, ora em nós e recebe a nossa oração.

Ele ora por nós como nosso sacerdote; ora em nós como nossa cabeça e recebe nossa oração como nosso Deus. Reconheçamos nele a nossa voz, e em nós a sua voz” (Comentário sobre os Salmos, Sl 85,1).

Quando me ponho a matutar por que, afinal, temos tanta dificuldade de perceber essa união nossa com Jesus e Dele conosco, só me vem uma resposta: falta de oração, falta de vida interior, falta de ‘atenção ao interior’.

Planejamento de oração

Na correria de nossas vidas, traçamos planos e itinerários para tudo: o melhor caminho a tomar, a estrada melhor e mais curta, o melhor local para reabastecer. Usamos o GPS para nos indicar caminhos e nos informar se estamos ou não no rumo do nosso alvo. Contudo, frequentemente nos esquecemos de traçar planos e rumos para nossa vida espiritual.

Deixamos de cumprir nossos horários de oração e nossa vida interior se resume nas apressadas preces do acordar e dormir. Rezamos o terço enquanto fazemos outra coisa, considerando, com certa razão, que é melhor que nada. Eucaristia durante a semana? Bem, se tiver uma missa de 7º dia, de casamento, de bodas...

Entretanto, Jesus Cristo, ora por nós como sacerdote; ora em nós como nossa cabeça e esposo; recebe nossa oração como nosso Deus. Nossa voz é sua voz, sua voz é nossa voz.

Veja: o caminho de Deus para nós é sempre cumprido. Jesus ora por nós e em nós constantemente, quer oremos ou não. O que falta, infelizmente, é o caminho contrário, de nós para ele, que recebe nossa oração como nosso Deus.

Certa feita, a inscrição da parte central da basílica de São Pedro mudou minha vida, como se eu jamais a tivesse visto antes: “Pedro, Satanás pediu para joeirar-te como o trigo, eu, porém, orei por ti, para que não desfalecesses na tua fé.” Foi como se um raio me atingisse e eu pudesse perceber que Jesus, de fato, intercede por mim, pessoalmente. O mesmo acontece com você. Jesus, o Senhor, o Filho de Deus, o Esposo, ora em você e por você.

Tudo o que você tem que fazer é: primeiro, ler e rezar com a Palavra para que ela seja seu “GPS” na vida espiritual. A Palavra, como vimos em Santo Agostinho, é o próprio Cristo. Ela nos conduzirá segundo a sua vontade. Junto a isso, prestar atenção ao seu interior, ao que Deus diz e faz em seu interior. Ao escutar, com atenção, o que Jesus diz em seu interior, responder-lhe, com simplicidade, com suas palavras sem ostentação, nem que seja para dizer o que mais agrada ao Senhor: “Jesus, eu te amo!”

Emmir Nogueira
Retirado do Site da Comunidade Shalom 

Os dons espirituais potencializam o talento humano

Nascemos com capacidades e talentos naturais. Estes são responsáveis pela facilidade ou prazer que encontramos para realizar certos trabalhos, é uma inclinação, predileção por tais afazeres. Temos como exemplo: as habilidades manuais, de raciocínio lógico, o talento musical, a capacidade espacial, interpessoal, entre outras. Eles nos vêm como dons de Deus, infundidos na pessoa, geralmente transmitidos pela genética ou ao se desenvolver uma prática. São os chamados dons naturais.

Existem também os dons do Espírito Santo. A respeito deles São Paulo recomenda “Aspirai aos dons mais elevados” (cf. At 12, 31). São, de fato, mais elevados, pois vêm de uma realidade sobrenatural, que está acima das realidades terrenas. Trata-se dos dons de Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade, Temor de Deus – e ainda: Línguas, Discernimento, Fé, Cura e Milagres.

Sobre os dons do Espírito, a Bíblia TEB (Tradução Ecumênica Bíblica – edição para estudo) especifica: “Deus é fonte dos dons espirituais que transcendem toda maneira de ser das coisas” (
nota roda pé – Jo 4, 24).

Contudo, estes dons espirituais “mais elevados” manifestam-se por meio de nossas características humanas, ou seja, em nossas capacidades naturais. “As perfeições invisíveis de Deus – não somente seu eterno poder, mas também a sua eterna divindade – são percebidas pelo intelecto” (Rm 1, 20). E quando pedimos a intervenção dos dons do Espírito, estes perpassam nossas capacidades humanas de duas formas.

A primeira é percebida mais facilmente. Uma vez que nos colocamos disponíveis à ação sobrenatural do Espírito Santo e pedimos Sua comunicação conosco, Ele age nas faculdades humanas, geralmente na memória e nos sentidos, inspirando-nos com imagens, lembranças, trechos bíblicos, com uma palavra específica de exortação ou revelação, por uma sensação física ou a impressão-intuição acerca de algo até então desconhecido.
 

Tudo isso para revelar o que ocorre de sobrenatural e terreno, que está oculto aos olhos humanos, mas, que nos ronda e nos cerca.

É assim que aprendemos nos Seminários de Dons e suas oficinas, desenvolvemos o modo de Deus falar em nós, a linguagem d'Ele conosco, para edificação da comunidade e própria.

E a segunda forma, que talvez poucas pessoas tenham percebido, é o modo como os dons espirituais ampliam os horizontes das nossas capacidades humanas. Os dons sobrenaturais depositam algo em nossos dons naturais que os capacitam ainda mais. A Sabedoria do alto potencializará o saber humano, o discernimento dos espíritos aperfeiçoará a sensibilidade de discernir humanamente, o dom da Fé, vindo da escolha de Deus por cada um, alça a pessoa a querer conhecer mais do Senhor, fazendo de sua fé um príncipio de vida, embasado também em conhecimento teológico, e assim por diante.

Apesar de alguns nomes entre estas manifestações do Espírito e o talento humano serem os mesmos, não são iguais, nem uma "forma mais elevada" de nossas capacidades naturais. Exemplificando: a Ciência vinda de Deus é conseguir ver as coisas como o Senhor as vê, conhecimento da total realidade, das forças terrenas e angélicas, enquanto, ciência humana, se resume ao estudo de aspectos do cosmos, sobretudo do ser humano. Um cientista pode ter autoridade em tudo o que estuda e pesquisa, mas a Ciência de Deus lhe virá pela fé, numa revelação daquilo que ele não pode alcançar por esforço próprio.

Antes mesmo de ser visitado pelo Senhor e compor a famosa oração em que pediu o dom da Sabedoria, Salomão já era tido como sábio. A Sagrada Escritura cita seu pai, Davi, o aconselhando a agir com sua inteligência nata (cf. I Rs 2, 6). Somente mais tarde, é que, em sonho, Deus lhe aparece e lhe concede direito a um desejo (cf. I Rs 3, 5-15), e então, ele, que poderia ter pedido qualquer coisa ao Altíssimo, explicitou o desejo pela Sabedoria, dom do Céu (cf. I Rs 3, 5-15). Também o livro da Sabedoria mostra o rei Salomão testemunhando a procura e o amor a esse dom (cf. Sb 8, 2) antes de manifestar seu pedido ao Senhor (cf. Sb 9).

Após estar ungido com o dom divino, já no primeiro caso de julgamento em que presidiu, manifestou uma sabedoria fora do comum (cf. I Rs 3, 16-28), num ofício que era comum a um rei, em situação típica deste mundo, não o foi num momento de oração ou em motivações fora da esfera dos homens. Isso mostra que, atingido pela força de Deus, sua capacidade humana de inteligência foi multiplicada. Ele era capaz de esclarecer a verdade, mesmo quando não lhe traziam todas as provas e argumentos possíveis.

A capacidade pessoal passa a ser uma predisposição para, em conjunto com o Espírito Santo, manifestar ambos: o dom natural e o sobrenatural. Faz parte da identidade do indivíduo, e em algum momento da sua vida, quando aprouver ao Senhor, Ele providenciará uma situação em que a pessoa possa dar abertura a esse Espírito de Deus, e então o dom natural vai ser potencializado, conforme o exemplo acima.

Quanto mais usamos os dons espirituais, tanto mais entramos em sintonia com Deus e com nós mesmos, e, dessa forma, tanto mais nos tornamos homens e mulheres com apurada sensibilidade aos dons naturais que temos.

Será que Jesus usava, em todos os momentos, somente Sua divindade? Quando penetrava os pensamentos dos que Lhe armavam ciladas (cf. Lc 20, 23; Mt 9,3-4), seria impossível vir este discernimento por meio de Sua inteligência e da percepção humana? Se assim fosse, não haveria sentido em Jesus ter assumido em tudo a nossa humanidade, exceto o pecado. (cf. Hb 4, 15b).

Assim como a pessoa humana do Cristo pertence “
in proprio” à pessoa divina do Filho de Deus, Sua vontade e inteligência têm como primazia a revelação do ser espiritual da Trindade (cf. Catecismo da Igreja Católica, art. nº 470), nossa humanidade nos é dada para revelar uma identidade espiritual – quem somos no coração de Deus.

Tudo o que somos deve ser alcançado pelo Espírito para conseguirmos transfigurar um dia o que será nossa natureza celeste.

Deixe os dons do alto invadirem sua humanidade, todos os seus talentos, essa é apenas uma forma de descobrirmos como somos e seremos verdadeiramente na eternidade, diante do Senhor.

Deus abençoe!
Sandro Ap. Arquejada
Retirado do Blog da Canção Nova

Rompa com a mentira no seu relacionamento


Você pode imaginar quão difícil é uma ruptura num relacionamento. É só olhar como as separações são doloridas e deixam marcas profundas nos cônjuges e nos filhos. Muitas dessas separações conjugais são frutos do pecado que casais acabam vivendo a dois: situações de mentira, desregramentos, afastamento de Deus, agressividade; desrespeito; palavras de ofensa um para com o outro e assim por diante.

É preciso romper com o pecado e não romper com o relacionamento. O pecado precisa ser extirpado da nossa relação. Tudo que corrompe aquilo que Deus criou por amor não pode mais fazer parte de nossa vida. Vejo que o pecado mais sutil e o que mais destrói matrimônios é a mentira. Mentir, enganar o outro ou até omitir alguma coisa pode custar caro, porque fere a dignidade da outra pessoa e põe em risco a confiança e a fidelidade. Escolher o caminho de não falar a verdade, mesmo que seja em pequenas coisas, é escolher pela traição da confiança que o cônjuge depositou em você. Isso mesmo! A mentira já é traição!

Jesus disse: "E a verdade vos libertará" (cf. João 8,32b). E é nesta perpectiva que os nossos relacionamentos podem amadurecer e tornar-se fecundos: quando uma pessoa pode confiar na outra, certa de que o (a) outro (a) está sempre lhe dizendo a verdade, que nada ficando às escuras, escondido, porque isso não é bom.

Para isso o primeiro passo é se decidir pela verdade, pela sua verdade, pois é nela que Deus pode agir e que as coisas vão tomando o rumo certo e se contrói uma vida feliz.

Fica a dica de hoje: rompa com o pecado da mentira no seu relacionamento. Decida-se por falar e viver sempre a partir da verdade, na luz, na graça de Deus.

Que o Senhor o abençoe neste propósito!
Diácono Paulo Lourenço

Homilia do Papa na Solenidade da Assunção da Virgem Maria


Queridos irmãos e irmãs, 

Reencontramo-nos reunidos, mais uma vez, para celebrar uma das mais antigas e amadas festas dedicadas à Maria Santíssima: a festa da assunção para a glória do Céu em alma e corpo, isto é, em todo o seu ser humano, na integridade da sua pessoa. Nos é dada, assim, a graça de renovar o nosso amor à Maria, graça de admirá-la e de louva-la pelas grande coisas que o Onipotente fez para ela e o que operou nela.

Ao contemplar a Virgem Maria nos é dada uma outra graça: aquela de poder ver em profundidade também a nossa vida. Sim, porque também a nossa existência cotidiana, com seus problemas e sua esperança, recebe a luz da Mãe de Deus, do seu percurso espiritual, do seu destino de glória: um caminho e uma meta que podem e devem se tornar, de qualquer modo, o nosso mesmo caminho e a nossa mesma meta. 

Deixando-nos guiar pelas passagens da Sagrada Escritura que a liturgia de hoje nos propõe, gostaria de me concentrar, em particular, numa imagem que encontramos na primeira leitura, tirada do Apocalipse, e que ecoa no Evangelho de Lucas: isto é, aquela da arca. 

Na primeira leitura, escutamos: “Abriu-se o templo de Deus no céu e apareceu, no seu templo, a arca do seu testamento” (Ap 11,19). 

Qual o significado da arca? O nos que parece? Para o Antigo Testamento, esse é o símbolo da presença de Deus no meio do seu povo. Mas, agora, o símbolo deu lugar a realidade. Assim, o Novo Testamento nos diz que a verdadeira arca da aliança é uma pessoa vida e concreta: é a Virgem Maria. 

Deus não vive num objeto, Deus habita numa pessoa, num coração: Maria, naquela que carregou em seu colo o Filho eterno de Deus feito homem, Jesus nosso Senhor e Salvador. 

Na arca – como sabemos – eram conservadas as duas tábuas da Lei de Moisés que manifestavam a vontade de Deus para manter a aliança com o seu povo, indicando as condições para ser fiel ao pacto de Deus, para conformar-se a vontade de Deus e assim também a nossa verdade profunda.

Maria é a arca da aliança, porque acolheu em si Jesus; colheu em si a Palavra vivente, todo o conteúdo da vontade de Deus, da verdade de Deus; acolheu em si Aquele que é a nova e eterna aliança, culminando com a oferta do seu corpo e do seu sangue: corpo e sangue recebidos de Maria. 

Há razão, portando, a piedade cristã, nas ladainhas em honra a Nossa Senhora, que se voltam a ela invocando como Foederis Arca,ou seja, “arca da aliança”, arca da presença de Deus, arca da aliança do amor que Deus desejou realizar em nodo definitivo com toda a humanidade em Cristo.

A passagem do Apocalipse quer indicar um outro aspecto importante da realidade de Maria. Ela, arca vivente da aliança, tem um destino de glória extraordinária, porque é assim estreitamente unida ao Filho, que acolheu na fé e gerou na carne, capaz de compartilhar integralmente a glória do céu. 
É o que nos sugere as palavras escutadas: “Um sinal grandioso apareceu no céu: uma Mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas; estava grávida... atormentada para dar à luz. Ela deu à luz um filho, um varão, que Irá reger todas as nações...” (Ap 12,1-2; 5). 

A grandeza de Maria, Mãe de Deus, cheia de graça, plenamente dócil a ação do Espírito Santo, vive já no Céu de Deus com todo o seu ser, alma e corpo. 

São João Damasceno referindo-se a este mistério, numa famosa homilia, afirma: “Hoje, a santa e única Virgem é conduzida ao templo celeste... Hoje, a arca sagrada e animada pelo Deus vivente, a arca que trouxe no ventre o próprio construtor, repousa no templo do Senhor, não construído pela mão do homem”.(Homilia sobre a Dorminação,  2, p. 96, 723). 

E continua: “Era preciso que ela, que hospedou no seu colo, o Logos divino, transferi-se para as tendas do seu Filho... era preciso que a esposa que o Pai escolheu, habita-se no quarto nupcial do Céu” (ibid., 14, p.96, 742). 

Hoje, a Igreja canta o amor imenso de Deus por esta sua criatura: a escolhida como verdadeira “arca da aliança”, como aquela que continua a gerar e a doar Cristo Salvador à humanidade, como aquela que no céu divide a plenitude da glória e goza da mesma felicidade de Deus e, ao mesmo tempo, convida-nos também a tornar-nos, em nosso modo modesto, “arca” na qual é presente a Palavra de Deus, que é transformada e vivificada por sua presença, lugar da presença de Deus, para que os homens possam encontrar no outro a proximidade de Deus e, assim, viver em comunhão com Deus e conhecer a realidade do Céu. 

O Evangelho de Lucas que escutamos hoje (cfr Lc 1,39-56), nos mostra esta arca vivente, que é Maria, em movimento: deixando sua casa em Nazaré, Maria se coloca em viagem em direção às montanhas, para chegar logo à cidade de Judá, e ir à casa de Zacarias e Isabel. 

Parece-me importante destacar a expressão “logo”: as coisas de Deus merecem rapidez, na verdade, as únicas coisas no mundo que merecem rapidez são justamente aquelas de Deus, que têm uma verdadeira urgência para nossa vida

Então, Maria, entra nesta casa da Zacarias e Isabel, mas não entra sozinha. Entra carregando em seu ventre o Filho, que é Deus próprio feito homem.  Certamente, tinha alguém a sua espera e a espera de sua ajuda; naquela casa, e o evangelista nos guia a compreender que esta expectativa leva a outra, mais profunda. 

Zacarias, Isabel e o pequeno João Batista são, de fato, o símbolo de todos os justos de Israel, no qual os corações, ricos de esperança, atendem a vinda do Messias salvador. E é o Espírito Santo que abre os olhos de Isabel e a faz reconhecer em Maria a verdadeira arca da aliança, a Mãe de Deus, que vem para visitá-la. 

E assim, a velha parente a acolhe dizendo “em bom tom”: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre! E de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? (Lc 1,42-43). 

é o Espírito Santo que, diante daquela que o Deus feito homem, abre o coração de João Batista no ventre de Isabel. Isabel exclama: “Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre” (v. 44). 

Aqui o evangelista Lucas usa o termo  "skirtan", isto  é “saltar”, o mesmo termo que encontramos em uma das antigas traduções gregas do Antigo Testamento para descrever a dança do Rei Davi diante da santa arca que voltou finalmente para pátria (2Sam 6,16). 

João Batista, no seio da mãe, dança diante da arca da Aliança, como Davi, e reconhecesse assim Maria, a nova arca da aliança, diante da qual o coração exulta de alegria, a Mãe de Deus presente no mundo, que não tem para si a divina presença, mas a oferece, dividindo a graça de Deus. E assim – como diz na oração – Maria realmente é “causa nostrae laetitiae”, a arca na qual realmente o Salvador está presente entre nós”.

Queridos irmãos! Estamos falando de Maria, mas, num certo modo, estamos falando também de nós, de cada um de nós: também nós somos destinados desse imenso amor que Deus reservou – certo, numa maneira absolutamente única e irrepetível – a Maria. 

Nesta Solenidade da Assunção olhamos para Maria: ela nos abre a esperança, a um futuro pleno de alegria e nos ensina o caminho para alcançá-Lo: acolher na fé o seu Filho; não perder jamais a amizade com Ele, mas deixar-nos iluminar e guiar pela Sua Palavra; segui-Lo cada dia, também nos momentos no qual sentimos que as nossas cruzes se tornam pesadas. Maria, a arca da aliança que está no santuário do Céu, nos indica com luminosa clareza que estamos no caminho em direção a nossa verdadeira Casa, a comunhão da glória e da paz com Deus. Amém!