O verdadeiro amor é construído dia a dia


Havia um senhor que, todas as manhãs, ia tomar café com sua esposa, a qual se encontrava internada em um asilo. Certa manhã, este senhor estava esperando o ônibus. Quando olhou para o lado, viu um amigo seu que se aproximava. Cumprimentaram-se e o senhor convidou seu amigo para sentar-se ao seu lado. Contou ao amigo sobre sua jornada matinal de todos os dias. Ouvindo-o atentamente, este amigo lhe perguntou:

"Por que, todas as manhãs, você vai tomar café com sua esposa, se ela não se lembra mais quem é você? Ela tem Alzheimer!" Nisto, aquele senhor virou-se e, olhando profundamente nos olhos de seu amigo, disse-lhe:"Ela pode não se lembrar de quem eu sou, mas eu me lembro de quem ela é e do compromisso que nós assumimos perante Deus!"

Em uma sociedade com tantas propostas de felicidade, esta pequena história nos ensina o valor da fidelidade nas relações conjugais, em todos os momentos da vida: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias, manhãs, tardes e noites da vida a dois. A fidelidade entre o casal começa no período de namoro, momento propício do conhecimento, tempo de construir uma relação madura e humana. Estação de semeadura das flores que, um dia, irão florir nos canteiros de uma vida conjugal sacramentada pela bênção de Deus. 

A fidelidade no casamento é fruto da fidelidade no namoro. A busca pelo que é essencial no casamento deve sempre ser maior do que é periférico. Muitos relacionamentos conjugais se estacionam em sentimentos periféricos, os quais não trazem nenhum benefício para quem busca construir uma vida de amor partilhado. O amor, que um dia os uniu, acaba sendo deixado de lado por desentendimentos não resolvidos, pela falta de diálogo e compreensão de ambas as partes. 

Fidelidade nas alegrias da vida, mas também nos momentos de tristeza. Fidelidade na saúde e também na doença. O verdadeiro amor é construído dia a dia na vida do casal. A cada nova manhã, marido e mulher são sempre convidados a renovar a fidelidade um ao outro e a redescobrirem o motivo que, um dia, os levou ao altar: o amor que os uniu por toda a vida. 

Uma verdadeira experiência da fidelidade conjugal passa pelo processo da gratuidade do amor. Marido e mulher, que cobram amor um do outro, estão negociando seus sentimentos. A própria palavra “cobrança” revela, em si mesma, seu significado: só cobramos algo de alguém quando há uma dívida pendente. O amor conjugal não é negócio, mas pura gratuidade, doação e entrega. Quando as cobranças começam, o relacionamento entra num processo de contabilidade, no qual o saldo final sempre será negativo.

A cada novo dia, a cada nova manhã, o amor e a fidelidade devem ser renovados. Novas esperanças devem ser semeadas no jardim da vida a dois. Esposo e esposa devem cultivar, em conjunto, no canteiro da alma, o amor que os uniu um dia. Descobrir que o outro não é tão perfeito como se imaginava, é um exercício de paciência que só poderá ser vencido com as flores da paciência, do diálogo e do perdão. 

No casamento, a fidelidade nasce da simplicidade da partilha a dois. Cada casal é sempre convidado a descobrir, na simplicidade da vida a dois, o espetacular da vida matrimonial. 

Padre Flávio Sobreiro

31 de Agosto – Dia de Santo Inácio de Loyola


Neste dia celebramos a memória deste santo que, em sua bula de canonização, foi reconhecido como tendo "uma alma maior que o mundo".

Inácio nasceu em Loyola na Espanha, no ano de 1491, e pertenceu a uma nobre e numerosa família religiosa (era o mais novo de doze irmãos), ao ponto de receber com 14 anos a tonsura, mas preferiu a carreira militar e assim como jovem valente entregou-se às ambições e às aventuras das armas e dos amores. Aconteceu que, durante a defesa do castelo de Pamplona, Inácio quebrou uma perna, precisando assim ficar paralisado por um tempo; desse mal Deus tirou o bem da sua conversão, já que depois de ler a vida de Jesus e alguns livros da vida dos santos concluiu: "São Francisco fez isso, pois eu tenho de fazer o mesmo. São Domingos isso, pois eu tenho também de o fazer".

Realmente ele fez, como os santos o fizeram, e levou muitos a fazerem "tudo para a maior glória de Deus", pois pendurou sua espada aos pés da imagem de Nossa Senhora de Montserrat, entregou-se à vida eremítica, na qual viveu seus "famosos" Exercícios Espirituais, e logo depois de estudar Filosofia e Teologia lançou os fundamentos da Companhia de Jesus. A instituição de Inácio iniciada em 1534 era algo novo e original, além de providencial para os tempos da Contra-Reforma. Ele mesmo esclarece: "O fim desta Companhia não é somente ocupar-se com a graça divina, da salvação e perfeição da alma própria, mas, com a mesma graça, esforçar-se intensamente por ajudar a salvação e perfeição da alma do próximo".

Com Deus, Santo Inácio de Loyola conseguiu testemunhar sua paixão convertida, pois sua ambição única tornou-se a aventura do salvar almas e o seu amor a Jesus. Foi para o céu com 65 anos e lá intercede para que nós façamos o mesmo agora "com todo o coração, com toda a alma, com toda a vontade", repetia.

Santo Inácio de Loyola, rogai por nós!

O que é ser Feliz?


A sede de felicidade foi colocada em nosso coração pelo próprio Deus, porque ele nos criou para sermos felizes com Ele. Mas o pecado desvirtuou o sentido da felicidade; e agora, ao invés de buscarmos a felicidade que traz alegria, corremos atrás da felicidade que traz somente o prazer.

Inventaram agora um tal SEGREDO, através do qual você pode satisfazer todos os seus desejos não atendidos até hoje; é um sonho, uma miragem no deserto. A felicidade não é esta proposta por esta magia fantasiosa. A Carta da Felicidade é aquela que Jesus nos ensinou no Sermão da Montanha.

Ser feliz não é ter uma vida perfeita, sem dor e sem lágrimas; mas saber usar as lágrimas para regar a esperança e a alegria de viver. Ser feliz é saber usar as pedras nas quais tropeçamos para reforçar as bases da paciência e da tolerância. Não é apenas se encantar com os aplausos e elogios; mas saber encontrar uma alegria perene no anonimato.

Ser feliz não é voar num céu sem tempestade, caminhar numa estrada sem acidentes, trabalhar sem fadiga e cansaço, ou viver relacionamentos sem decepções; é saber tirar a alegria de tudo isto e apesar de tudo isto.

Ser feliz não é só valorizar o sorriso e a festa, mas saber também refletir sobre o valor da dor e a tristeza. Não é só se rejubilar com os sucessos e as vitórias, mas saber tirar as grandes lições de cada fracasso amargo.

Ser feliz é não se decepcionar e nem desanimar com os obstáculos e dificuldades, mas usá-los para abrir as janelas da inteligência e modelar a maturidade.

Ser feliz é ser forte na hora de perdoar, ter esperança no meio da batalha árdua, lutar com bravura diante do medo, saber suportar os desencontros. É acreditar que a vida é a maior empresa do mundo.

Ser feliz é jamais desistir de si mesmo e das outras pessoas. É jamais desistir de ser feliz; vivendo e crendo que a vida é um espetáculo e um banquete.

Ser feliz é uma atitude de vida; uma maneira de encarar cada dia que recebemos como um lindo presente de Deus. É não se esquecer de agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida que se renova.

Ser feliz é crer que há pessoas esperando o seu sorriso e que precisam dele. É saber procurar o que há de bom em tudo e em todos, antes de ver os defeitos e os erros.

Ser feliz é não fazer dos defeitos dos outros uma distância mas uma oportunidade de aproximação e de doação de si mesmo. É saber entender as pessoas que pensam diferente de nós e saber ouvi-las atentamente, sem respondê-las com raiva.

Ser feliz é saber ouvir o que cada pessoa tem a nos dizer, sem prejulgar ou desprezar o que tem para nos dizer. É saber sonhar, mas sem deixar o sonho se transformar em fuga alienante.
Ser feliz é fazer dos obstáculos degraus para subir, sem deixar de ajudar aqueles que não conseguem subir os degraus da vida. É saber a cada dia descobrir o que há de bom dentro de você e usar isto para o seu bem e o dos outros.

Ser feliz é saber sorrir, mas sem se esconder maliciosamente atrás do sorriso; mostrar-se como você é, sem medo. É não ter medo dos próprios sentimentos e ter coragem de se conhecer e de se amar. É deixar viver a criança alegre, feliz, simples e pacífica que existe dentro de você.

Ser feliz é ser capaz de atravessar um deserto fora de si mesmo, mas ser sempre capaz de encontrar um oásis dentro no seu interior.

Ser feliz é ter coragem de ouvir um Não e continuar a caminhada sem desanimar e desesperar. É ser capaz de recomeçar de novo quando se errou o caminho. É acreditar que a vida é mais bela do que a suas dores, desafios, incompreensões e crises.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se fazer autor da própria história.

Ser feliz é ter maturidade para saber dizer “eu errei”; “eu não sei”; “eu preciso de você”…

Ser feliz é ter os pés na terra e a cabeça nas estrelas; ser capaz de sonhar, sem medo dos sonhos, mas saber transformar os sonhos em metas.

Ser feliz é ser determinado e nunca abrir mão de construir seu destino e arquitetar sua vida; não ter medo de mudanças e saber tirar proveito delas. Saber tornar o trabalho objeto de prazer e  realização pessoal.

Ser feliz é estar sempre pronto a aprender e se orgulhar de absorver o novo. Ter coragem para abrir caminhos, enfrentar desafios, criar soluções, correr riscos calculados. Sem medo de errar.

Ser feliz é saber construir equipes e se integrar nelas. Não tomar para si o poder, mas saber compartilhá-lo. Saber estimular e fortalecer os outros, sem receio que lhe façam sombra. É saber criar em torno de si um ambiente de fé  e de entusiasmo.

Ser feliz é não se empolgar com seu próprio brilho, mas com o brilho do resultado alcançado em conjunto. É ter a percepção do todo sem perder a riqueza dos detalhes.

Ser feliz é não se esquecer de agradecer o Sol, desfrutar gratuitamente dos encantos da natureza, do canto dos pássaros, do murmúrio do mar, do brilho das estrelas, do aroma das flores, do sorriso das crianças.

Ser feliz é cultivar muitas amizades; é estar pronto para ser ofendido sem ofender, sem julgar e condenar.

Ser feliz é não ter inveja e saber se contentar com o que se tem; é saber aproveitar o tempo que passa; é não sofrer por antecipação o que ainda não aconteceu; é saber valorizar acima de tudo a vida.

Ser feliz é falar menos do que se pensa; é cultivar uma voz baixa. É nunca deixar passar uma oportunidade sem fazer o bem a alguém.

Ser feliz é saber chorar com os que choram, sorrir com os que sorriem, rezar com os que rezam.

Ser feliz é saber discordar sem se ofender e brigar; é recusar-se a falar das faltas dos outros; é não murmurar.

Ser feliz é saber respeitar os sentimentos dos outros; não magoar ninguém com gracejos e críticas ácidas.

Ser feliz é não precisar ficar se justificando; pois os amigos não precisam de explicações e os inimigos não acreditam nelas.

Ser feliz é nunca se revoltar com a vida; é agir como a árvore que permanece calada mesmo observando com tristeza que o cabo do machado que a corta é feito de sua madeira.

Ser feliz é ser como a raiz da árvore que passa a vida toda escondida para poder sustenta-la.

Ser feliz é não deixar que a tristeza apague o seu sorriso; é não permitir que o rancor elimine o perdão; que as decepções eliminem a confiança; que o fracasso vença o desejo da vitória; que os erros vençam os acertos; que a ingratidão te faça parar de ajudar; que a velhice elimine em você o animo da juventude; que a mentira sufoque a verdade.

Ser feliz é ter força para ser firme, mas ter coragem para ser gentil; é ter coragem para ter dúvida.

Ser feliz é ter o universo como caminho; o amor como lei; a paz como abrigo; a experiência como escola; a dificuldade como estímulo; o trabalho como benção; o equilíbrio como atitude; a dor como advertência; a perfeição como meta.

Ser feliz é amar a Deus e ao próximo.

Prof. Felipe Aquino

17º Domingo do Tempo comum - Domingo da multiplicação dos pães


Eliseu, na 1ª leitura, sacia a fome de muitas pessoas com apenas alguns pãezinhos. Esse fato é associado à fartura do tempo messiânico, realizada em Jesus Cristo.

A 2ª leitura exorta a vivermos a unidade no amor, pois formamos um só corpo, sustentados pela mesma fé e esperança no Deus, Pai de todos.

O relato da multiplicação dos pães, narrado também pelos outros evangelistas, tem a finalidade de suscitar a fé em Jesus que realizava sinais de salvação, sobretudo em favor dos doentes. A alusão à Páscoa, a festa dos judeus, mostra Jesus como o novo cordeiro pascal, que oferece a vida para alimentar a humanidade. A compaixão de Jesus, que vê a grande multidão necessitada ir ao seu encontro, suscita o comprometimento dos discípulos: Onde vamos comprar pão para que eles possam comer? . Jesus leva os discípulos a compreenderem que ele é o grande sinal do Pai, o pão vivo descido dos céus para dar a vida. Os gestos de tomar os pães, dar graças e distribuir são os mesmos que Jesus realizou na última ceia e acentuam que o pão distribuído é sinal de sua vida doada por amor. Com sua ação salvadora, os cinco pães de cevada e os dois peixes multiplicam-se e alimentam a multidão.

Revista de Liturgia

26 de Julho – Dia de São Joaquim e Sant'Ana


Com alegria celebramos hoje a memória dos pais de Nossa Senhora: São Joaquim e Sant'Ana.

Em hebraico, Ana exprime "graça" e Joaquim equivale a "Javé prepara ou fortalece".

Alguns escritos apócrifos narram a respeito da vida destes que foram os primeiros educadores da Virgem Santíssima. Também os Santos Padres e a Tradição testemunham que São Joaquim e Sant'Ana correspondem aos pais de Nossa Senhora.

Sant'Ana teria nascido em Belém. São Joaquim na Galileia. Ambos eram estéreis. Mas, apesar de enfrentarem esta dificuldade, viviam uma vida de fé e de temor a Deus.

O Senhor então os abençoou com o nascimento da Virgem Maria e, também segundo uma antiga tradição, São Joaquim e Sant'Ana já eram de idade avançada quando receberam esta graça.

A menina Maria foi levada mais tarde pelos pais Joaquim e Ana para o Templo, onde foi educada, ficando aí até ao tempo do noivado com São José. A data do nascimento e morte de ambos não possuímos, mas sabemos que vivem no coração da Igreja e nesta são cultuados desde o século VI.

São Joaquim e Sant'Ana, rogai por nós!

Família, um porto seguro


Tem coisa melhor no mundo do que chegar em casa e ter alguém esperando por você? Alguém preocupado com você, perguntando sobre o seu dia, suas dificuldades, suas perdas e vitórias. Alguém sempre disposto, com um ombro amigo, pronto para ouvi-lo e abraçá-lo. Se existem essas pessoas, elas são a sua família: pai, mãe, irmão, avô, avó, sobrinhos, filhos, netos. Sem dúvida, elas são importantíssimas na sua vida por diversas razões.

Você se engana quando se acha forte o suficiente para lutar contra os seus problemas, “matando um leão por dia” nessa selva de pedras. E que selva! Dificuldades, sentimentalismos, angústias, medos. Enfim, a vida nos traz problemas e dificuldades mesmo sendo bela! A família não foi criada para recreação ou por engano, mas exerce uma influência decisiva na formação do indivíduo. Os ataques a ela têm um objetivo único: destruir o ser humano.

O educador brasileiro Paulo Freire dizia o seguinte: “A mim me dá pena e preocupação quando convivo com famílias que experimentam a ‘tirania da liberdade’, na qual as crianças podem tudo: gritam, riscam as paredes, ameaçam as visitas em face da autoridade complacente dos pais que se pensam ainda campeões da liberdade”. Para que a sociedade seja o lugar de todos, na qual cada um se sinta livre – e por isso responsável pelo que acontece à sua volta – é fundamental revermos o conceito que temos de família.

Quando mais precisamos, nossos familiares sempre estão solícitos em ajudá-lo. Porém, nem sempre encontramos a solução dos nossos problemas dentro de nós mesmos ou no meio deles. Mesmo sendo possível fazer algumas escolhas para nortear nossas vidas, devemos nos lembrar que, quando menos esperamos, haverá sempre uma pedra no meio do caminho. De repente, seus amigos não são mais amigos, algumas pessoas que você ama se foram, e você tem a família para ajudá-lo.

É aí que nossos familiares e verdadeiros amigos fazem a diferença, abrindo nossos olhos, mostrando-nos que precisamos de ajuda externa; afinal, em certos problemas, a melhor coisa a se fazer é procurar um profissional que nos ajude com com essas situações. O profissional é Jesus de Nazaré, o Bom Pastor que dá a vida pelas Suas ovelhas. Ele nos convida a ser seus irmãos e irmãs. É verdade que alguns têm preconceito e não procuram a ajuda deste “profissional”, pois pensam que é tempo jogado fora; outros, por acharem que religião é coisa de loucos, de fracassados. Mas eu lhe digo que, quem pensa dessa forma, está completamente enganado!

Nesse mundo em que vivemos, somos bombardeados, diariamente, por problemas, dúvidas, incertezas e coisas semelhantes. Jesus, então, se apresenta como nosso Irmão, para nos indicar o verdadeiro caminho que nos conduz ao chefe da família: Deus, nosso Pai.

“Pai, reforce os laços que me ligam aos meus irmãos e irmãs de fé, de forma a testemunhar que formamos uma grande família, cujo Pai é o Senhor.  Amém.”

Padre Bantu Mendonça

16º domingo do Tempo comum - Domingo da volta dos Doze


Na 1ª leitura, os pastores, os dirigentes do povo são infiéis à missão, pois deixam que as ovelhas se dispersem. Deus renova a esperança de restauração com o surgimento de um bom pastor, descendente de Davi, que exercerá, segundo o seu coração, a justiça e o direito.

Na segunda leitura, Cristo estabeleceu a paz, reconciliando os povos e derrubando os muros de todas as divisões.

O evangelho introduz a narrativa da multiplicação dos pães, onde Jesus ensina a alimentar e socorrer as necessidades do povo. No texto de hoje, ele é exaltado como o pastor messiânico, porque se deixa mover pela compaixão que é própria de Deus. Os apóstolos, isto é, os enviados, retornam da atividade missionária e contam tudo o que tinham feito e ensinado. Acolhem o convite do Mestre para estar a sós com ele no deserto e em sua comunhão aprendem a partilhar com os necessitados. O Messias, o Filho de Deus, vendo a multidão que acorre ao seu encontro, manifesta a ternura do Pai, comove-se e começa a ensinar-lhes muitas coisas. Sua palavra, concretizada em gestos de misericórdia, alimenta e salva a multidão abandonada e sem pastor. Mediante o ensino e o cuidado, Jesus revela ser o verdadeiro pastor prometido, que reúne o povo disperso.

Revista de Liturgia

Dia do amigo!!


Por muito tempo acreditei que para se conquistar um amigo era preciso ressaltar as qualidades e talentos, era preciso ser forte e inteligente, para ser amado era necessário esconder todas as feridas, limitações e dificuldades. Mais Deus em sua infinita bondade me concedeu uma dádiva, viver a experiência de ser acolhida na minha maior miséria, na maior dor e ser amada assim, a partir de então entendi que a amizade se constrói na verdade de quem somos e de quem o outro é.

Pois diante de um verdadeiro amigo não precisamos dizer nada, ele é capaz de perceber se estamos bem ou não, e até de nomear o que estamos sentindo, quando, muitas vezes, nem nós mesmos entendemos o que está se passando em nosso interior.

Amizade é DOM mais é também TAREFA, é dom por ser graça de Deus, por ser expressão da bondade do Pai que sabe do que precisamos, pois ninguém entrar em nossa vida por acaso. É tarefa porque faz parte da amizade conduzir o outro ao céu, é fazer o outro melhor e esse precisa ser o alicece de uma amizade.

É Dom porque vem do divino, o amigo de verdade vem de Deus, Ele mesmo se encarrega de escolher por nós, é tarefa porque entra a superação e o esforço em tudo dividir, tudo partilhar, em tudo acolher.

A palavra de Deus nos diz em Provérbios 27,9 que: “Assim como os perfumes alegra a vida, a AMIZADE sincera dá animo para viver”. Essa precisa ser a certeza do coração de quem tem um verdadeiro amigo que é capaz de te acolher em todas as horas e em qualquer situação, pois sendo verdadeiro nunca ira dizer “vai em frente” e sim  “eu vou com você”.

Que em sua vida sua experiência de amizade seja reconhecer que é DOM,mais que é também TAREFA. Porque em nossa vida o amigo é o humano amor de Deus!

Josi Novaes
Comunidade Canção Nova

Sejamos simples, como Jesus é simples


Nós precisamos ser simples e humildes para compreendermos a vontade do Pai a nosso respeito e conhecer as riquezas do coração de Jesus.

O próprio Jesus, cheio do Espírito Santo, exulta: ”Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado” ( Lc 10,21).

Nós precisamos estar despojados de nós mesmos e disponíveis para o Reino do céu. Jesus quer contar conosco. Não tenhamos medo de viver numa total dependência do Senhor; de esperarmos tudo d’Ele, porque jamais seremos decepcionados.

Jesus, eu confio em Vós!

Retirado do Blog da Canção Nova

Nossa Senhora do Carmo


Ao olharmos para a história da Igreja encontramos uma linda página marcada pelos homens de Deus, mas também pela dor, fervor e amor à Virgem Mãe de Deus: é a história da Ordem dos Carmelitas, da qual testemunha o cardeal Piazza: "O Carmo existe para Maria e Maria é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua vida de lutas e de triunfos, na sua vida interior e espiritual". 

Carmelo (em hebraico, "carmo" significa vinha; e "elo" significa senhor; portanto, "Vinha do Senhor"): este nome nos aponta para a famosa montanha que fica na Palestina, donde o profeta Elias e o sucessor Elizeu fizeram história com Deus e com Nossa Senhora, que foi pré-figurada pelo primeiro numa pequena nuvem (cf. I Rs 18,20-45). Estes profetas foram "participantes" da Obra Carmelita, que só vingou devido à intervenção de Maria, pois a parte dos monges do Carmelo que sobreviveram (século XII) da perseguição dos muçulmanos, chegaram fugidos na Europa e elegeram São Simão Stock como seu superior geral; este, por sua vez, estava no dia 16 de julho intercedendo com o Terço, quando Nossa Senhora apareceu com um escapulário na mão e disse-lhe: "Recebe, meu filho, este escapulário da tua Ordem, que será o penhor do privilégio que eu alcancei para ti e para todos os filhos do Carmo. Todo o que morrer com este escapulário será preservado do fogo eterno". 

Vários Papas promoveram o uso do escapulário e Pio XII chegou a escrever: "Devemos colocar em primeiro lugar a devoção do escapulário de Nossa Senhora do Carmo - e ainda - escapulário não é 'carta-branca' para pecar; é uma 'lembrança' para viver de maneira cristã, e assim, alcançar a graça duma boa morte". Neste dia de Nossa Senhora do Carmo, não há como não falar da história dos Carmelitas e do escapulário, pois onde estão os filhos aí está a amorosa Mãe. 

Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!

15º domingo do Tempo comum - Domingo do envio dos doze apóstolos


Amós, na 1ª leitura, é chamado por Deus a exercer uma missão profética em favor de Israel. Ele, que era pastor e agricultor em Judá, assume a defesa do povo injustiçado, atuando com liberdade diante do poder político e religioso.

A 2ª leitura é um hino, que exalta a gratuidade do amor do Pai, revelada na história da salvação. Em Cristo, fomos escolhidos e libertados para sermos filhos, marcados com o selo do Espírito Santo.

No Evangelho, Jesus chama discípulos para serem seus colaboradores. Doze foram constituídos apóstolos e ficaram com ele. No trecho que lemos este domingo, depois de acompanharem a atuação de Jesus nos povoados, os Doze são enviados dois a dois com autoridade sobre os espíritos maus. As sandálias e o cajado facilitam a viagem, a caminhada para os povoados. A orientação para não levar pão, sacola, dinheiro, duas túnicas, sinaliza a necessidade de colocar a segurança e a confiança em Deus. O testemunho dos discípulos desperta o apoio solidário, a hospitalidade generosa, que favorece o bom êxito da atividade missionária. Como continuadores da obra evangelizadora, anunciam a conversão e atualizam os gestos libertadores de Jesus: unção com óleo, acompanhada pela fé, imposição das mãos. Tiago em sua carta lembra que os enfermos eram curados através da oração e unção com óleo em nome do Senhor.

Revista de Liturgia

11 de Julho - Dia de São Bento


Italiano do ano de 480, São Bento nasceu em berço nobre e estudou fora de sua cidade. Viveu como ermitão em uma gruta durante três anos em Úmbria. Atraiu devotos e acabou criando o Mosteiro de Monte Cassino, seguindo as regras beneditinas. Pregou o lema “ora e trabalha”. Morreu aos 67 anos.

Esta é a oração inscrita na Cruz-Medalha de São Bento: "Cruz de Santo Pai Bento. Que a Santa Cruz seja minha luz. Que o demônio não seja o meu guia. Afasta-te, Satanás. Não me persuadas a fazer coisas más. Aquilo que sugeres é mau. Bebe tu mesmo o teu veneno.” Em latim: "Crux Sacra sit mihi lux; non draco sit mihi dux; vade retro satana!; non suad mihi vana; sunt mala quae libas; ipse venena bibas."

Biografia

São Bento de Núrsia, nascido Benedetto da Norcia (Nórcia, c. 480 — monastério de Montecassino, c. 547) foi um monge italiano, fundador da Ordem dos Beneditinos, até hoje uma das maiores ordens monásticas do mundo. Foi o criador também da "Regra de São Bento", um dos mais importantes e utilizados regulamentos de vida monástica existentes e inspiração de muitas outras comunidades religiosas. Foi designado santo padroeiro da Europa e um grande intercessor pelo Papa Paulo VI em 1964, sendo venerado não apenas por católicos, como também por ortodoxos. Foi o fundador da Abadia do Monte Cassino, na Itália (destruída durante a Segunda Guerra Mundial e posteriormente restaurada).

A Regra de São Bento

A Regula Monasteriorum, que conta com 73 capítulos e um prólogo, foi retomada por Bento de Aniane no século IX, antes das invasões normandas; ele a estudou e codificou, dando origem a sua expansão por toda Europa carolíngia, ainda que tenha sido adaptada diversas vezes, conforme diversos costumes. Posteriormente, através da Ordem de Cluny e da centralização de todos os mosteiros que utilizavam a Regra, ela foi adquirindo grande importância na vida religiosa européia durante a Idade Média. No século XI surgiu a reforma de Cister, que buscava recuperar um regime beneditino mais de acordo com a regra primitiva. Outras reformas (como a camaldulense, a olivetana ou a silvestriana), buscaram também dar ênfase a diferentes aspectos da Regra de São Bento.

Apesar dos diferentes momentos históricos, nos quais a disciplina, as perseguições ou as agitações políticas causaram uma certa decadência da prática da Regra de São Bento, e mesmo da população monástica, os mosteiros beneditinos conseguiram manter, durante todos os tempos, um grande número de religiosos e religiosas. Atualmente, perto de 700 mosteiros masculinos e 900 mosteiros e casas religiosas femininas, espalhados pelos cinco continentes, seguem a Regra de São Bento. Inclusive algumas comunidades de confissões Luterana e Anglicana.

A Cruz-Medalha de São Bento

Diz-se que a Cruz-Medalha de São Bento foi descoberta por ocasião da condenação de algumas bruxas, que afirmaram não conseguir praticar qualquer tipo de feitiçaria ou encanto contra os moradores do mosteiro local. Intrigados com o fato, foram averiguar o que existia no mosteiro.

Ao entrarem em uma das dependências, observaram entalhadas na coluna as imagens contidas nas Medalhas utilizadas ainda hoje.

Observa-se ainda, que ao contrário da crendice popular, na frente da medalha não está a Cruz e sim a imagem do Homem de Deus, empunhando uma cruz e sua Regra.

Após a morte de São Bento, um fiel seguidor do santo cria uma medalha na qual estão escritas iniciais de frases em latim, como se vê abaixo:

Na frente da medalha

"Ejus in obitu nostro praesentia muniamur" = Sejamos protegidos pela sua presença na hora de nossa morte.

No verso:

CSPB = Crux Sancti Patris Benedicti (Cruz do Santo Pai Bento) 
CSSML = Crux Sacra Sit Mihi Lux (A Cruz Sagrada Seja a Minha Luz) 
NDSMD = Non Draco Sit Mihi Dux (Não seja o dragão o meu guia) 
VRS = Vade retro, satana! (Para trás, satanás!)
NSMV = Nunquam Suade Mihi Vana (Nunca seduzas minha alma)
SMQL = Sunt Mala Quae Libas (São coisas más que brindas)
IVB = Ipse Venena Bibas (Bebas do mesmo veneno) 

São Bento, rogai por nós!

Padre Ivan – 29 anos de Sacerdócio


Sabemos que toda vocação é sobrenatural, que não se trata de mérito pessoal. O chamado é sempre de Deus Pai, a iniciativa é Dele: “Não fostes vós que me escolhestes, fui Eu que vos escolhi”(Jo 15,16). Quanto à resposta, cabe ao homem responder livremente, pois somente a pessoa livre é capaz de seguir a Jesus Cristo.

O Sacertode é aquele que, com tanta alegria, desponibilidade e doação, atende a este apelo Divino, tendo Deus como guia, responsável, mesmo como tutor, é capaz de façanhas incríveis como orientar, acompanhar, colocar no verdadeiro caminho o rebanho recebido, num rebanho tão diverso como somente um pai pode fazer, entendendo, compreendendo as facetas de cada uma de suas ovelhas, tornando-se um com aquele intelectual, com aquele que chora, com o que tem dificuldade em se expressar, com aquele que necessita mais do sustento espiritual do que do material. Enfim, é estar sempre no meio dos seus paroquianos, atendendo as mais diversas necessidades.

Quando o Padre é pastor, quando ele faz questão de ser pastor, muito simplesmente, convive com suas ovelhas, chama-as pelo nome, conduzindo-as com bondade. Brinca com seu rebanho, canta, toca violão e dinamiza seus sermões, interagindo com todos.

Sabemos que ser padre não é uma tarefa fácil - é deixar tudo, é entrega-se nas mãos do Senhor!

Sua devoção filial e ilimitada à Nossa Senhora, o torna um dos seus filhos prediletos, assegurando ao senhor a proteção de uma Mãe amorosa, misericordiosa, e que responde com um amor enorme a esta sua dedicação a Ela.

Por tudo o que o senhor é, Padre Ivan, pelos seus 29 anos de Ordenação Sacerdotal, pelo que o senhor fez e pelo que faz, somos todos agradecidos ao serviço de sua vida religiosa, dedicada a Deus, à Igreja e à todos nós. O senhor é nosso irmão, guia espiritual e amigo!

Deus o conserve sempre assim, Parabéns!!!

Morre o cardeal Dom Eugênio Sales


O cardeal Dom Eugênio de Araújo Sales, arcebispo emérito do Rio, morreu às 22h30 desta segunda-feira (9), aos 91 anos, após sofrer um infarto em casa.

Segundo a Arquidiocese do Rio de Janeiro, velório e enterro serão na catedral da cidade: o velório nesta terça de manhã, e o enterro, na quarta, às 15h.

Nascido em Acari (RN), em 11 de novembro de 1920, Dom Eugênio Sales foi ordenado bispo aos 33 anos, em Natal (RN), com apenas 11 de sacerdócio. Em 1968, tornou-se arcebispo de Salvador e, em 1971, arcebispo do Rio.

Ficou à frente da arquidiocese carioca até 2001, onde se tornou referência na defesa de perseguidos políticos. Em 2008, soube-se que ele abrigou mais de 4.000 pessoas perseguidas pelos regimes militares do Cone Sul entre 1976 e 1982.
                                                             
Ele foi um dos prelados brasileiros que mais cargos ocuparam no Vaticano. Em nota, a arquidiocese lamentou a morte e registrou: "Dom Eugenio de Araujo Sales, o mais antigo Cardeal da Igreja Católica, era Cardeal Presbítero da Santa Igreja Romana, do Título de São Gregório VII. Seu lema, fundamentado na Carta de São Paulo aos Coríntios, foi: 'Impendam et Superimpendar' (2Cor 12,15: 'De muito boa vontade darei o que é meu, e me darei a mim mesmo pelas vossas almas, ainda que, amando-vos mais, seja menos amado por vós')".

O atual arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, afirmou ao Jornal da Globo que "Dom Eugênio Sales foi um homem que seguiu Jesus Cristo, que soube estar presente nos momentos do Brasil, na questão dos refugiados, dos perseguidos. Ao mesmo tempo, teve sua presença junto ao Vaticano. Ele deixa marcada sua vida pela sua presença significativa na Igreja e no Brasil. Lembramos de sua atuação na Favela do Vidigal, ajudando os mais necessitados. Foi alguém que nunca deixou a fidelidade ao seu amor à Igreja e ao Santo Padre”

Trajetória

Dom Eugênio Sales nasceu em 8 de novembro de 1920 e entrou para o seminário em 1936. Após o Curso de Humanidades, foi enviado ao Seminário Maior da Prainha em Fortaleza, onde permaneceu de 1937 a 1943.

Sua ordenação diaconal ocorreu no dia 16 de março de 1943. Na manhã do dia 21 de novembro do mesmo ano foi ordenado sacerdote por Dom Marcolino, na antiga Catedral de Nossa Senhora da Apresentação, em Natal, e celebrou a primeira missa por ocasião da festa da padroeira com a homilia proferida por Monsenhor Paulo Herôncio.

No início do seu ministério sacerdotal recebeu a nomeação para coadjutor da Paróquia de Nova Cruz e capelão do Colégio Nossa Senhora do Carmo. Em 1944, transferido para Natal, foi designado capelão do Colégio Marista, diretor espiritual e professor do Seminário São Pedro.

Em 1954, aos 33 anos, foi nomeado bispo auxiliar de Natal pelo Papa Pio XII. Em 6 de janeiro de 1962, foi nomeado administrador apostólico de Natal, função exercida até 1964.

Naquele ano, foi também nomeado administrador apostólico da Arquidiocese de Salvador. No dia 29 de outubro de 1968, foi nomeado pelo Papa Paulo VI arcebispo de Salvador.

Em 28 de março de 1969, o Papa Paulo VI comunicou oficialmente a escolha de Dom Eugenio Sales para o Colégio Cardinalício. Durante o Consistório realizado entre os dias 28 de abril e 01 de maio de 1969, é criado Cardeal.

No dia 13 de março de 1971, foi nomeado arcebispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro pelo Papa Paulo VI. Ocupou o cargo de 27 de março de 1971 a 25 de julho de 2001.

Saudades na terra, festa no Céu!!!