A fé que aprendeu a esperar contemplará milagres

Estamos em um mundo que quer tudo pra ontem; aprendemos, nos acostumamos e muitas vezes nos acomodamos com a cultura “fast-food”, queremos tudo rápido, comida rápida, carro rápido, computador rápido, muitos por aí “namoro rápido” e hoje em dia a última novidade é o “fast-miracle” (milagre rápido), queremos receber logo o que pedimos. Mas se pensarmos um pouco mais vamos descobrir que nem sempre os milagres são instantâneos e que muitas vezes isso pode ser um bom sinal pra você.

Comecemos a pensar por exemplo no maravilhoso milagre da vida, no nascimento de um bebê, não basta que os pais o desejem muito, o amem e estejam saudáveis… é preciso aprender a ser amigo do tempo e esperar o tempo necessário para que o bebê esteja totalmente gestado, e só depois vem o nascimento. Existe um tempo certo para nascer e quando esse tempo é de alguma forma acelerado demais, ocorre infelizmente um aborto (espontâneo). Poderíamos ainda falar de vários exemplos semelhantes para ilustrar a importância do saber esperar o tempo certo como: o surgimento da vida na terra, a construção de um grande edifício ou uma catedral, quem sabe ainda a Encarnação (Primeira Vinda de Jesus) que São Paulo em Gálatas diz que existiu um tempo determinado (cf. Gl 4,4), ou mesmo um casamento que as chances de dar certo são diretamente proporcionais ao tempo e sobre tudo a qualidade do tempo que se teve “antes” do casamento, mas penso que o exemplo da gravidez, já é suficiente.

Já parou pra pensar que talvez a sua fé seja uma fé da cultura fast-food? E que talvez você ainda não recebeu o que está pedindo exatamente porque Deus não quer que você tenha um milagre abortado? Já pensou isso? Você quer viver na fé fast-food, na fé delivery (pediu chegou!), cuidado muitas vezes essa comida é cara e nem sempre é tão boa! Os bebês não chegam assim não é verdade ? Temos muito a aprender com a gestação.

Deus está gestando seu milagre, mas tenha paciência, quando chegar a hora certa o milagre vai nascer, assim como na gestação, mesmo que você não veja diretamente o bebê, ele está ali e mesmo que demore longos nove (09) meses, não poucas vezes com tantos sofrimentos: Enjoo, inxaço, falta de ar, dores no corpo, etc, e o parto então? E se perguntarmos as mulheres; “Vale a pena o sacrifício?” “Sim!” Elas vão dizer, Jesus até disse: “Quando a mulher está para dar à luz, sofre porque veio a sua hora. Mas, depois que deu à luz a criança, já não se lembra da aflição, por causa da alegria que sente de haver nascido um homem no mundo” (Jo 16, 21), por isso tenha certeza, tem a fé inquebrantável, Deus está gestando um milagre e quando ele chegar, você vai perceber porque precisou de todo aquele tempo, e que todo sofrimento da gestação passou, e se levou bastante tempo (aos seus olhos, porque nos olhos Deus tudo tem um tempo certo para acontecer), é porque o milagre era imenso, era grandioso, creia nisso: Deus está gestando milagres.

Deus abençõe

Pe. Sóstenes Vieira
Retirado do Blog da Canção Nova

Domingo de Jesus em Cafarnaum

A 1ª Leitura nos mostra que a idéia central do livro do Deuteronômio é a posse da terra como resultado da fidelidade à aliança. O povo sabe: para permanecer na fidelidade ao projeto do Êxodo é preciso de profetas, como Moisés, que seja capaz de discernir em que consiste este projeto. Esse é o critério para distinguir entre o verdadeiro e o falso profeta.

Na 2ª Leitura, para os primeiros cristãos o fim dos tempos estava próximo. É neste contexto que Paulo escreve à comunidade dando alguns conselhos referentes ao casamento e a vida consagrada ao Senhor.

O Evangelho vem nos mostrar que em Cafarnaum, Jesus participa do culto do sábado, na Sinagoga e faz uma cura. O povo reconhece nele, alguém que fala com autoridade. Jesus se coloca na linha de Moisés e dos grandes líderes que libertaram o povo da escravidão, dos trabalhos forçados, da sede e da fome, das estruturas injustas e da religião alienadora. Ele é um profeta que ensina e age com autoridade.

O Pai nos convida a acolhermos em nossa vida essa palavra que hoje é para nós. É uma palavra que nos interpela a agir. O Senhor liberta-nos das forças da morte, cura-nos de nossas doenças e nos convida a continuar o seu ensino e a sua atividade.

Nesta celebração peçamos que o Espírito de Jesus nos confirme em sua Palavra. Que Ele livre cada uma pessoa e toda a nossa igreja do domínio do mal e da morte. Que Ele desenvolva para nós a vida e a liberdade. Que Ele nos fortaleça para que nenhuma força seja mais forte que o seu amor em nós. Para que o nosso falar e o nosso agir seja com autoridade.

Atenciosamente,
Pe. Francisco Ivan de Souza
Pároco do Santuário de Fátima

A Boa Notícia

O anúncio feito por Cristo é a Boa Notícia, que suscita um processo de transformação e de passagem para o novo. É saída do antigo, do comodismo e infertilidade para assumir posturas comprometedoras com as exigências da história. Na visão bíblica e cristã, o antigo é pautado por atitudes de pecado, de injustiças e desamor. A conquista do novo é o encontro com as propostas do Reino de Deus, a abertura do coração para a beleza da vida e a presença da graça de Deus em quem a reconhece.

No mundo antigo, a Palavra anunciava castigo para as cidades e povos infiéis a Javé. Nínive, por exemplo, foi ameaçada de destruição, caso não seguisse os conselhos de Jonas. Mas o seu povo foi capaz de experimentar o novo ao mudar de vida.

A Palavra hoje não anuncia catástrofes, mas a chegada da plenitude dos tempos. É como dizer: “o tempo está cumprido”. Aconteceu o nascimento de Jesus Cristo, a chegada do novo. É a chegada do “fim dos tempos”, e não “fim do mundo”.

As catástrofes naturais, enchentes, destruições, perda de pessoas e bens naturais, não significam a chegada do fim do mundo, como está na mente de muita gente. É o curso natural do tempo. O aquecimento global pode ajudar nesse processo.

A Boa Notícia não provoca medo, mas conversão. Ela exige fé e compromisso ativo na comunidade. O povo da cidade de Nínive entendeu a mensagem do profeta Jonas. Ela era a capital dos gentios. Deus guia ao bom caminho os pecadores.

A pregação de Jonas foi a imagem da pregação de Jesus. Em Cristo acontece a “irrupção do Reino de Deus”. Ele não anuncia catástrofe, mas a Boa Nova do Reino. Fez isso como Filho de Deus, convocando as pessoas para a conversão e a esperança.

Conversão é diferente de fazer penitência. Não à base do medo e do castigo, mas de fé na Boa Nova e de experimentar a presença de Deus na vida. Isso faz do convertido discípulo-missionário e “pescador de homens”.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Retirado do Blog da Canção Nova

Perseverar é preciso

Quando o assunto é perseverança, lembro-me de algumas lições que aprendi quando ainda era criança. Como morava em sítio distante da cidade, costumava caminhar muito e era normal fazer até viagens mais longas a pé. Por isso, era preciso sair de casa bem cedo para evitar o sol forte durante a caminhada. Recordo-me, por exemplo, de quando iámos em família visitar minha avó.

Tudo era festa, eu e minhas irmãs, também crianças, vivíamos com expectativa a preparação para essa viagem que tinha sempre data marcada com antecedência. Junto com a nossa mãe, pensávamos em tudo, inclusive nas coisas gostosas que iríamos comer, nos primos que nos esperavam para brincarmos juntos, etc.

Ainda sinto o cheiro do orvalho daquelas manhãs de verão, os primeiros raios do sol nos enchiam de força e alegria para começar a viagem. Mas o interessante é que a empolgação, que trazíamos no início do trajeto, aos poucos ia se desvanecendo e logo começavam a aparecer os primeiros sinais de desânimo. Lembro-me de que nos segurávamos ao máximo para não começar a reclamar do cansaço, mas, quando uma falava, as outras seguiam suas queixas que, em geral, eram relacionadas à distância, à demora e a tantas outras justificativas que apresentávamos como razão para desistirmos da viagem. Nessas horas minha mãe, com sua simplicidade e pedagogia própria da maternidade, nos dava lições de perseverança.

Geralmente nos sugeria uma pausa na qual nos alimentava, nos dava água e nos motivava, fazendo-nos lembrar que nossa avó já estava diante da porta da casa à nossa espera, que ela tinha feito várias coisas para nós. Dessa forma, ela nos ajudava a perceber que, afinal, já não estávamos assim tão distantes, pois já havíamos caminhado até ali. Regressar seria também cansativo e não nos traria felicidade. As palavras dela eram como injeção de ânimo para nós. Recomeçávamos a viagem animadas e, quase sem perceber, íamos nos apoiando na esperança que acabara de ser semeada em nossos corações.

Nestes dias, em meio às lutas próprias da missão, tenho pedido a Deus a graça da perseverança e Ele me fez lembrar das lições de minha mãe, além de acrescentar algumas outras... Perseverar é preciso, principalmente na vida cristã!

Já é de nosso conhecimento que o fracasso na vida de muitas pessoas deve-se ao fato de começarem seus projetos e não os terminarem, ou seja: falta de perseverança. Os homens que fizeram história e realizaram sonhos são os que não se renderam ao desânimo no meio do caminho, mas seguiram até o fim, mesmo cansados. Podemos recorder, por exemplo, Thomas Edson, que, segundo a história, tornou-se, depois de inúmeras tentativas fracassadas, o criador da lâmpada elétrica para o bem da humanidade. Outro exemplo bem próximo de nós é o do monsenhor Jonas Abib, quantas vezes ele sofreu o peso da responsabidade e até mesmo foi aconselhado a parar com relação à fundação da Canção Nova. Já pensou se ele não tivesse perseverado? E não faltam exemplos de perseverantes vencedores; que diga o testemunho dos santos.

É certo que nossa vida é uma viagem passageira por este mundo e o destino é a Casa, não da avó, mas do Pai Eterno, que desde sempre nos ama e está à nossa espera. Por isso é preciso nos conservar firmes e constantes nos propósitos que nos conduzem aos ideais; e no caso da vida cristã: que nos conduzem à vontade de Deus.

O cansaço, às vezes, nos assola, o “sol forte” dos acontecimentos pode nos tirar as forças. Muitas vezes, precisamos até parar um pouco para nos recompor e reencontrar as inspirações iniciais para que possamos seguir em frente, mas sem voltar atrás. Como explicava minha mãe: desistir também tem seu preço e não nos traz felicidade.

Que hoje seja um dia de retomada em nossa caminhada em todos os aspectos de nossa vida! A Palavra do Senhor, que partilho com você neste sentido, é um conselho do apóstolo Paulo para a comunidade de Coríntios:

"Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão" (I Cor 15, 58).

Estou unida e rezo por você!
Dijanira Silva
Retirado do Blog da Canção Nova

Castigo de Deus... ou oportunidade para crescer?

Quase todo ano é a mesma história. Ano novo, novas enchentes. Aí vêm mortes, desabamentos, acidentes, alagamentos, muita dor… Pra todo lado se vê gente desabrigada, desalojada, desesperada…

É muito difícil não perguntar: Por quê? Como entender que pessoas inocentes, boas, idosas, crianças sofram tanto? Seria castigo de Deus? Ou, na verdade, Ele não tá nem aí pra tudo isso?!

De fato, não é fácil entender a tragédia humana. Não há explicações. Sempre esbarramos no imprevisível, no inexplicável, no mistério. E já aprendemos que de nada adianta ficar procurando um porquê. Muitas perguntas continuarão sem respostas. Mas podemos interrogar sobre os motivos, as causas, e que proveito podemos tirar de tudo isso, uma vez que nada é inútil, nada é em vão.

O povo da bíblia também tinha seus questionamentos. Diante da humilhação, das tragédias, das derrotas, da destruição dos templos, ao ver a Arca de Deus ser levada pelos inimigos vinha sempre esta interrogação: por que Deus permite isso? Até mesmo a deficiência física era considerada como pecado. Os discípulos perguntam a Jesus: “Quem pecou, ele ou os seus pais, para que nascesse cego?” (Jo 9,2). Numa dessas oportunidades em que Jesus é questionado sobre o assunto, ele afirma que os galileus que foram assassinados por Herodes quando ofereciam sacrifícios a Deus, bem como os que morreram com a queda da torre de Siloé não eram mais pecadores. E continua: “Contudo, se vocês não se converterem, morrerão também” (cf. Lc 13,1-5).

Jesus procura acabar com a imagem de um Deus vingativo, que vigia e castiga. Tirar a ideia de que sofrimento é castigo. Mas aproveita a oportunidade para fazer aquele grupo refletir: o que causa a verdadeira morte é o pecado. O que destrói de fato o ser humano é o mal.

Jesus quer nos ensinar que acontecimentos trágicos e sofrimentos inesperados são sempre uma oportunidade para amadurecermos. Mesmo não sendo vontade de Deus, ele permite que aconteça para ajudar seu povo a valorizar mais a vida, a ser mais solidário com os que sofrem, a entender que essa vida é transitória. Ensina a necessidade de repensar nossas atitudes e nossas escolhas. Há fenômenos que são naturais. Há outros que são consequência da ganância, da irresponsabilidade, do egoísmo, de descuido do poder público e da população.

De fato, muitas enchentes são naturais; mas outras tantas são causadas pelo desequilíbrio gerado por desmatamentos e represamento de água, por falta de infraestrutura, pelo excesso de lixo jogado nas ruas, pela falta de planejamento urbano. Há deslizamentos que são resultado da especulação imobiliária e da falta de políticas públicas de moradia. O apoio aos atingidos e a reconstrução sempre esbarram na escassez de recursos ou no desvio de verbas. É difícil acreditar, mas tem muita gente que se aproveita das tragédias, da fragilidade, da dor para lucrar. Vemos isso a todo instante. O sofrimento vem da natureza, mas o estrago maior é causado pelo próprio ser humano.

O certo é que a vida nos oferece muitas lições. É preciso estar atentos. Ver o que não depende de nós e o que está em nossas mãos. Tanta dor não pode ser em vão. Tanto sofrimento deve nos ajudar de alguma forma. Tudo isso pode despertar em nós um maior cuidado com a natureza, o esforço para evitar o consumismo e o desperdício, a luta para diminuir as desigualdades sociais, maior engajamento político e organização popular para exigir políticas públicas adequadas e necessárias. Aprendemos o poder da união, da organização, da solidariedade. E aprendemos sobretudo ao ver no rosto daquele povo machucado a expressão da fé, da coragem, da teimosia. Ao sentir em seus olhos embaçados pelas lágrimas o brilho da esperança e o desejo de reconstruir. Como não se deixar tocar por tudo isso? Como não aprender com tantas lições da vida?!

Pe. José Antonio de Oliveira
Retirado do Site da Comunidade Shalom

Domingo do Chamamento dos Apóstolos

Na 1ª Leitura, o livro de Jonas surgiu no pós-exílio, quando o povo de Israel estava fechando-se no exagerado nacionalismo. Achava que só ele tinha a salvação. O livro relata a conversão dos Ninivitas que não pertenciam ao povo hebreu e anuncia a misericórdia de Javé a toda humanidade.

Na 2ª Leitura, a igreja primitiva vivia como se o fim do mundo e a manifestação final e gloriosa do Senhor, fosse acontecer de uma hora para outra. Paulo dá alguns conselhos referentes à vida cotidiana de toda a comunidade.

O Evangelho nos mostra que depois do batismo e da prisão de João Batista, Jesus se dirige para a Galileia, lugar considerado marginal. É ali que se dá o começo da boa notícia de Deus a todos os homens e mulheres e também o chamamento de todos os discípulos.

Jesus não começou a sua vida pública na capital, mas na Galileia denominada de lugar dos pobres. Isso pode suar estranho aos nossos ouvidos acostumados com a propaganda “alma de qualquer negócio”. Mas é esse o jeito de Deus agir no mundo.

O seu reino não depende da notoriedade humana. Segue o ritmo das coisas menores como o grão de mostarda e o ouro escondido.

O reino de Deus não tem nada a ver com o nacionalismo do antigo testamento, nem com o sistema de cristandade adotado em outros tempos pela igreja.

Ele acontece na Galileia da vida, em qualquer canto perdido do mundo onde não há alguém capaz de vencer o ódio pelo amor.

Nesta celebração, Ele mesmo nos visita no seu amor e nos faz passar de uma vida baseada no ativismo, para um estilo que revele o amor paterno de Deus tomando conta do mundo.

Que Ele nos livre das manias de grandeza e nos eduque à apoiar nossa missão na força humilde que reúne as pessoas em torno de projetos alternativos, que se opõem aos projetos faraônicos dos grandes.

Atenciosamente,
Pe. Francisco Ivan de Souza
Pároco do Santuário de Fátima

O amor tem seu tempo

A urgência dos nossos dias nos faz pensar exatamente na urgência do amor. Quando o sentimento se faz presente entre duas pessoas é muito comum a necessidade imediata de dizer: “Eu te amo”. Algumas pessoas dizem: “Que loucura! Isso não é amor”; outras afirmam: “Pra que esperar, eu amo e digo!”.

Avaliar nossos sentimentos e todas as implicações que ele envolve também nos faz pensar que os caminhos para o amor nunca são ou estão prontos, mas certamente, passam por nossa maturidade.

A maturidade biológica nem sempre está relacionada à maturidade psicológica. As expectativas dos pais nem sempre serão concretizadas nos desejos dos filhos. Da mesma forma, o que foi vivido no passado nem sempre será válido para as experiências atuais.

Os gregos diziam que amor é “uma questão de despertar para a vida” e, com isso, nem todos despertam ao mesmo tempo, nem esperam as mesmas coisas ou se satisfazem com as mesmas coisas.

Quando se acelera o processo do amor, muitas vezes, se “mata” esse sentimento. É por isso que as pessoas não podem se casar porque os pais delas se admiram, porque as famílias se dão bem ou porque o (a) namorado (a) tem ou não tem um status, ou um tipo de estudo.

Amor requer tempo, conhecimento, – reconhecimento do que gosto ou não –, das minhas limitações e da limitação do outro.

Amor é como uma construção: escolhe-se o terreno, as fundações e a base para que a obra seja realizada, os tijolos vão sendo colocados um a um, até que a casa seja coberta e todo o acabamento interior seja feito. Depois virão os jardins, os detalhes, os cuidados.

E é por isso que o amor não pode ser urgente: uma casa feita às pressas, com material de qualidade inferior, tende a cair antes do tempo. Imaginem se os tijolos desta casa, que é o amor, forem assentados com areia e água?

Sonhos são muito bonitos nas novelas, mas, na vida real, os caminhos não são prontos. Os caminhos de um casal se fazem pela descoberta das alegrias e das tristezas que os dois podem viver. Estes se fazem ainda pela capacidade de reconhecer no outro aquele que me faz feliz, mas não apenas a única pessoa do mundo que me faz feliz, mas que me completa em parte da vida, que é muito mais do que apenas uma pessoa ou um único motivo.

“Quem quer o amor precisa dar tudo o que tem para possuí-lo (Mt 13,44)” e é por isso que o amor exige dedicação e decisão.

Se você ainda não está pronto para isso, pense se não é tempo de se autoconhecer para conviver com o amor, mas também não espere que esteja 100% pronto para vivê-lo, pois a perfeição não existe, ainda mais quando falamos de seres humanos.

E lembre-se: para tudo existe um tempo: amor, afetividade, sexualidade, cada um deve e precisa acordar em seu tempo, até mesmo para que as experiências fora do tempo e erradas não se tornem marcas negativas no futuro.

Elaine Ribeiro
Retirado do Blog da Canção Nova

Eucaristia, nosso Tesouro!

"Eu repreendo e educo os que eu amo. Esforça-te, pois, e converte-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo. Ao vencedor farei sentar-se comigo no meu trono, como também eu venci e estou sentado com meu Pai no seu trono." (Ap 3,19-21)

Estamos a caminho dessa vitória. Queremos estar com Jesus na glória, sentar-nos com Ele, como Ele está assentado com o Pai no Céu. Mas o próprio Jesus nos diz que para isso há uma condição:

"Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6,53-55).

Se queremos ter a vida em nós mesmos, vida plena e vida eterna, precisamos da Eucaristia: comungar frequentemente e adorar a Jesus no Santíssimo Sacramento para vencer com Ele e ressuscitar no último dia. Ao participarmos vivamente do sacrifício da Santa Missa, quando comungamos com o Corpo e o Sangue de Cristo, Ele renova para nós o mesmo sacrifício do calvário.

A cada Celebração Eucarística, Jesus nos faz este convite: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo”. É por isso que nossa presença na Celebração Eucarística precisa ser profunda e fervorosa, pois é o próprio Jesus que se dá a nós nessa Ceia.

Os primeiros cristãos celebravam a Eucaristia até mesmo nos tempos difíceis de perseguição. Faziam isso de forma clandestina, às escondidas. Algumas vezes, a Eucaristia era levada também àqueles que não podiam estar na celebração, porque se encontravam longe e não tinham como chegar, ou estavam na prisão, à espera do martírio.

Hoje temos muitos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística, que levam Jesus aos hospitais e asilos ao encontro das pessoas que estão impossibilitadas de sair de casa: Ele quer chegar a todos sem exceção.

Agradeçamos muito a Jesus por esse grande presente, que é a Eucaristia:

Obrigado, Jesus, porque estás dizendo: “Eis que estou à porta, e bato: Se alguém me abrir a porta, porque ouviu minha voz, entrarei em sua casa e cearemos”. Obrigado por esse privilégio, Senhor. Quero ouvir a Tua voz e reanimar o meu zelo, a minha fé. Quero intimamente unir-me a Ti, Senhor, em cada Eucaristia. Quero participar da Eucaristia como atualização no sacrifício do calvário. Esse é um privilégio maravilhoso. A Eucaristia é um presente para mim, por isso não quero mais participar dela com relaxamento. Quero ser fervoroso. Reanima-me, Senhor!

Monsenhor Jonas Abib
Retirado do Livro: "Eucaristia, nosso Tesouro"

A quem muito foi dado, muito será pedido

Nem sempre se reflete bastante sobre a advertência de Jesus: “A quem muito foi dado, muito será pedido” (Lc 12,48). O ser humano vive inundado nos dons divinos: a existência, a família, os amigos, as qualidades físicas, intelectuais e morais, os bens materiais, a conservação da vida, as numerosíssimas graças espirituais, o perdão diuturno, enfim, um oceano de dádivas. Não se deve desperdiçar impunemente tudo que se recebe do Criador. O notável psicólogo francês René Le Senne, com muita razão, afirmou que todos possuem qualidades inestimáveis.

A má administração dessas qualidades gera os defeitos por não se procurar o equilíbrio psicossomático. Célebre o dito de Sócrates, filósofo grego: “Conhece-te a ti mesmo”. Cada um tem um perfil caracterológico bem determinado e precisa colocar seus dotes a serviço próprio e dos outros. Um dos mais lamentáveis erros é o da baixa autoestima, fruto da depreciação das próprias habilidades, o que concebe a inveja. Disso resulta, outrossim, a ingratidão para com Deus, não Lhe agradecendo os bens recebidos. Lembra São Tiago: “Toda dádiva perfeita vem do alto, descendo do Pai das luzes” (Tg 1,16). Eis por que diz o Livro do Eclesiastes: “Que alguém coma e beba e goze do seu trabalho é dom de Deus” [...] E quem recebeu de Deus riquezas e bens e a possibilidade de gozar deles, desfrutar-lhes a sua parte e alegrar-se entre os seus cuidados, também isso é dom de Deus! (Ec 3,13. 5,18).

O Espírito Santo comunica carismas especiais aos seguidores de Cristo, como São Paulo enumera em suas várias cartas. O dom da profecia, que é a capacidade peculiar de denunciar os erros, o dom do serviço, do ensinamento, da coragem, da generosidade, da misericórdia, do discernimento dos espíritos. As diversas pastorais oferecem oportunidade para o exercício e desenvolvimento dessas capacidades colocadas para o bem do próximo. Cada um, além disso, tem uma vocação específica e nas diversas profissões pode e deve trabalhar para si e para os outros. Como diz o ditado, é preciso sempre “o homem certo no lugar certo”.

As capacidades humanas, porém, se desenvolvem como Deus previu para cada um, quando se confia inteiramente n'Ele, pedindo-Lhe força para bem executar as tarefas cotidianas. Cumpre fazer bem, com todo o empenho, a ocupação de cada instante e, aliás, sábia a diretriz “Age quod agis”, do poeta grego Xenofanes. Não se mede nem se avalia uma existência pelo número de anos, nem pelo período histórico, mas, sim, pela vivência plena e intensa, repleta de ações que perenemente repercutirão. Bem afirmou Vieira: “Nem todos os anos que passam se vivem: uma coisa é contar os anos, outra é vivê-los”.

As ações são, em verdade, os dias e é por elas que têm valor os anos, sempre cada um se lembrando de que “a quem muito foi dado, muito será pedido”. O viver em plenitude cada instante é o segredo da verdadeira vida. O importante é viver bem, cultivando os dons recebidos de Deus. Eis porque Horácio, poeta latino, lançou esta sentença: “Carpe diem, quam minimum credula postero” – aproveita o dia presente e não queiras confiar no de amanhã. Escrivá dá este conselho: “Que a tua vida não seja estéril. Sê útil. Deixa rasto”. Goethe dá o motivo: “Cada momento, cada segundo é de um valor infinito, pois ele é o representante de uma eternidade inteira”. Ideia já expressa por Apuleio: “tempus aevi imaginem” – o tempo é a imagem da eternidade.

Virgílio advertiu que não se pode dissipar o tempo: “Fugit irreparabile tempus” – foge o irreparável tempo. Razão teve Riminaldo ao escrever: “Há quatro coisas que não voltam atrás: a pedra, depois de solta mão; a palavra, depois de proferida; a ocasião, depois de perdida; e o tempo, depois de passado”. Tudo isso merece uma reflexão profunda, pois cada um de nós dará um dia contas a Deus do tempo e das dádivas d'Ele recebidos e Jesus alertou “a quem muito foi dado, muito será pedido”.

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Retirado do Blog da Canção Nova

Domingo do Testemunho de João Batista

Na 1ª Leitura, Samuel é um personagem chave na História do povo do Antigo Testamento. Viveu e desempenhou um papel de liderança na transição entre a época dos juizes e a época dos reis. Ele soube fazer a ligação entre a religião popular praticada nos santuários do interior, e a religião do Templo. Samuel exerceu esse serviço como resposta ao chamado do Senhor, que exigiu dele muita escuta e discernimento: Samuel, Samuel, ele respondeu aqui estou..

A 2ª Leitura nos mostra que a Comunidade cristã fundada por São Paulo, era formada de pessoas simples e de modestas condições. Paulo escreve sua primeira carta aos coríntios no momento em que a comunidade estava vivendo uma fase difícil marcada por divisões escândalos: Irmãos o Corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor.

O Evangelhista João vem nos mostrar que a vocação dos primeiros discípulos nasce de uma pergunta de Jesus: o que vocês estão procurando? E os discípulos respondem com outra pergunta: Mestre onde moras? A resposta de Jesus a essa procura exige um novo movimento: “Vinde e Vede”.

A experiência dos primeiros discípulos nos ensina que só há jeito de encontrar o que buscamos na vida: sair de nossa posição e nos colocar no caminho da fé, aceitando o desafio de entrar na intimidade daquele que nos chama a permanecer com Ele.

Jesus perguntou: o que estais procurando?

Se Jesus me perguntasse: e você, o que procura? Será que eu, você, nós, saberíamos de verdade, o que estamos procurando? Vale a pena meditar um pouco sobre esta pergunta.

Conclusão: A nossa Oração hoje, deve ser para todos aqueles que estão à procura do Senhor. Que as minhas atitudes não sejam um empecilho para os outros encontrarem o Senhor da vida.

Atenciosamente,
Pe. Francisco Ivan de Souza
Pároco do Santuário de Fátima

Aparições de Nossa Senhora de Fátima – Aparições do Anjo

No dia 13 de Maio de 1917, três crianças (Lúcia de Jesus dos Santos (10 anos), Francisco Marto (9 anos) e Jacinta Marto (7 anos)) afirmaram ter visto "...uma senhora mais branca que o Sol" sobre uma azinheira de um metro ou pouco mais de altura, quando apascentavam um pequeno rebanho na Cova da Iria, freguesia de Aljustrel, pertencente ao concelho de Vila Nova de Ourém, Portugal. Lúcia via, ouvia e falava com a aparição, Jacinta via e ouvia e Francisco apenas via, mas não a ouvia. As aparições repetiram-se nos cinco meses seguintes e seriam portadoras de uma mensagem ao mundo. A 13 de Outubro de 1917 a aparição disse-lhes ser a Nossa Senhora do Rosário.

Os relatos destes acontecimentos foram redigidos pela Irmã Lúcia a partir de 1935, em quatro manuscritos, habitualmente designados por Memórias I, II, III e IV e transcritos com outras fontes para este artigo.

Aparições do Anjo

Antes das aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria em 1917, Lúcia, Francisco e Jacinta tiveram no ano anterior três visões do Anjo, Anjo da Paz ou Anjo de Portugal. Estas visões permaneceram inéditas até 1937, até Lúcia as divulgar, pela primeira vez, no designado texto Memória II. A narração é mais completa e o texto definitivo das orações do anjo é publicado na Memória IV, escrito em 1941. As aparições do Anjo em 1916, foram precedidas por três outras visões, de Abril a Outubro de 1915, nas quais Lúcia e outras três pastorinhas, Maria Rosa Matias, Teresa Matias e Maria Justino viram, também no outeiro do Cabeço, e noutros locais, suspensa no ar sobre o arvoredo do vale "uma como que nuvem mais branca que a neve, algo transparente, com forma humana. Era uma figura, como se fosse uma estátua de neve, que os raios do sol tornavam algo transparente". A descrição é da própria irmã Lúcia.

Retirado do Livro Memórias da Irmã Lúcia

Amar não é fácil

Se amar fosse fácil, não haveria tanta gente amando mal, nem tanta gente mal-amada.

Se amar fosse fácil, não haveria tanta fome, nem tantas guerras, nem gente sem sobrenome.

Se amar fosse fácil, não haveria crianças nas ruas sem ter ninguém, nem haveria orfanatos, porque as famílias serenas adotariam mais filhos, nem filhos mal concebidos, nem esposas mal-amadas, nem mixês, nem prostitutas. E nunca ninguém negaria o que jurou num altar, nem haveria divórcio, nem desquite, jamais...

Se amar fosse tão fácil, não haveria assaltantes e as mulheres gestantes não tirariam seu feto, nem haveria assassinos, nem preços exorbitantes, nem os que ganham demais, nem os que ganham de menos.

Se amar fosse tão fácil nem soldados haveria, pois ninguém agrediria, no máximo ajudariam no combate ao cão feroz. Mas o amor é sentimento que depende de um 'eu quero', seguido de um 'eu espero'; e a vontade é rebelde, o homem, um egoísta que maximiza seu 'eu' por isso, o amor é difícil.

Jesus Cristo não brincava quando nos mandou amar. E quando morreu, amando, deu a suprema lição. Não se ama por ser fácil, ama-se porque é preciso!

Pe. José Fernandes de Oliveira
Retirado do Blog da Canção Nova

Espírito Santo, portador da vida nova

Sem o Espírito Santo não somos nada, só Ele nos santifica. Foi o próprio Jesus quem nos deixou o Paráclito e não colocou limite de tempo para estar conosco, é uma promessa eterna. Ele é a Revelação de Deus para nós. Quando o Espírito age, Ele não vem só, n'Ele estão o Pai e o Filho. E o próprio Espírito tem a missão de nos tornar semelhantes à Santíssima Trindade. Como? Com a ajuda do Sacramento da Crisma, Ele nos dá os sete Dons Infusos, que nos ajudam no nosso processo de santificação. Esse caminho pode ser difícil, mas não é impossível. E nós temos a missão de colocá-lo em prática.

Somos imagem de Deus, somos livres n'Ele, precisamos lançar mão daquilo que o Espírito nos mostra que é bom, indicando o caminho a seguir. Temos em nossas mãos a livre escolha de agir conforme Ele ou não. Nós nos assemelhamos a Deus Pai quando agimos como Ele age; por isso temos que agir no amor.

O Espírito quer nos reconstruir de tudo o que o pecado destruiu em nós. Ele é o único portador da vida nova contida em Deus. Tudo o que fazemos deve ser regido pelo Espírito Paráclito, seja no nosso trabalho, seja em nossa casa, mesmo nas maiores dificuldades.

O dom da fortaleza é o dom de vivermos com fidelidade a nossa fé diante de qualquer situação, mesmo diante do martírio. “Nada temas diante daquilo que estás a viver.” O Espírito Santo de Deus faz de nós homens e mulheres de têmpera. Nada pode fazer com que neguemos a nossa fé em Jesus Cristo.

Em Pentecostes, os discípulos estavam trancados com muito medo, mas algo surpreendente aconteceu: o derramamento do Espírito Santo, e isso deu um novo vigor a eles. Da mesma forma e intensidade, Deus espera que também escancaremos as portas do nosso coração a Ele!

Precisamos perdoar sempre. Se achamos que é difícil fazer isso e não conseguimos, é porque nos falta o Paráclito para nos ajudar nessa tarefa. N'Ele não podemos permanecer como antes. Depois que experimentamos o batismo no Espírito somos os primeiros a ser convidados a dar passos em relação àquelas pessoas mais difíceis.

Deus nos pede radicalidade! Estamos preocupados apenas em ter e não com a nossa alma, precisamos nos abrir ao Espírito. Precisamos ser portadores d'Ele em nossas família.

Os dons carismáticos nos ajudam a suportar e a superar as dificuldades. Quando clamamos de forma humilde Deus nos ouve. Somos da escola de Jesus, e Ele passou pela dor extrema, e nós Seus seguidores também trilharemos esse caminho, mas o superaremos como amor.

“Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém,” somos, em Cristo, chamados a viver uma vida na radicalidade do Evangelho. Jesus nos deu a vida para que n'Ele possamos viver a vida nova. Precisamos, portanto, de coragem, até mesmo quando o assunto for a castidade. A nossa luta será recompensada pela fidelidade a Deus: Não desanimemos, para Deus tudo tem jeito!

“O Espírito prepara para o Senhor um povo bem disposto”!

Mazinho e Celiane
Retirado do Blog da Canção Nova

Domingo dos Santos Reis

No contexto da 1ª Leitura, o Povo de Deus encontra-se no cativeiro, na Babilônia ou refugiado em algum outro país, vivendo em meio a povos pagãos. Para o povo isso era como se a terra estivesse coberta de trevas.

Alguns grupos estavam voltando e Jerusalém estava em vias de reconstrução, mas o clima geral era de muito pessimismo.

O profeta Isaias, porém, tinha certeza que Jerusalém seria reconstruída e seria mais gloriosa do que antes. Ele acreditava que não só o povo de Israel iria ver a sua luz, mas também os povos pagãos.

Na 2ª Leitura, Deus não fez conhecer aos homens das gerações passadas o Seu mistério, mas acaba de o revelar agora, pelo espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados a mesma promessa em Jesus Cristo por meio do Evangelho.

No Evangelho, a estrela de Belém pode guiar nossos passos ao longo deste ano. Deus se manifesta a todos os povos na pessoa do recém nascido.

Natal e Epifania celebram aspectos diferentes de um mesmo mistério. Enquanto no Natal celebramos a encarnação do Filho de Deus e seu nascimento na carne, a Epifania salienta as manifestações que anunciam na terra o nascimento terreno desse Filho.

São Leão Magno nos recorda que “Se o verbo se encarnou num povoado distante, numa família modesta, não quis, porém limitar aos estreitos limites da casa paterna as primícias da sua vinda: quis logo dar-se a conhecer a todos, ele que se dignou nascer para todos”.

Hoje evocamos esta manifestação fazendo memória do episódio dos magos, mas a Epifania é celebrada também na festa do batismo do Senhor no Domingo das Bodas de Cana, na Festa da apresentação do senhor no Templo.

Hoje, somos convidados a participar da grande convocação que Deus faz em Cristo, a todos os pobres, aos pequenos e humildes de toda a terra.

O assunto das leituras deste domingo é a manifestação de Deus a todos os povos, representados pelos três reis do oriente: Baltazar, Gaspar e Melchior. Jesus é o Messias Salvador rejeitado pelos seus, mas revelado aos pagãos e por eles acolhido.

Na celebração de hoje imploramos que venha sobre nós, sobre todas as igrejas cristãs e todos os povos a luz que nos oriente o caminho do Deus verdadeiro.

Atenciosamente,
Pe. Francisco Ivan de Souza
Pároco do Santuário de Fátima

Epifania do Senhor, onde a estrela parou

Com a festa de Epifania, a Igreja celebra a manifestação de Jesus ao mundo. Epifania, palavra de origem grega, significa "manifestação externa, aparecimento". No mundo helenista, a palavra era usada para exprimir a chegada de um imperador em visita aos territórios de seu domínio. O uso tradicional desta palavra, para indicar esta narrativa do nascimento de Jesus, em Mateus, induz a uma interpretação gloriosa deste nascimento.

Mateus apresenta Jesus como a luz e a glória de Deus para o povo de Israel, sendo a Ele que os povos vêm em adoração, em uma perspectiva universalista, a qual está presente também no pensamento de São Paulo, na segunda leitura do domingo da Epifania do Senhor.

A menção da estrela que guia os Reis Magos é uma alusão à estrela de Jacó, que, depois, se transformou na estrela de Davi, com seis pontas e doze lados, associando Jesus ao messianismo davídico. Assim também se dá com o nascimento em Belém, que era tida como a terra de origem de Davi. Todos estes acentos messiânicos o evangelista os fazia para convencer sua comunidade de cristãos originários do judaísmo que, em Jesus, se realizavam as suas expectativas messiânicas, conforme a tradição do Antigo Testamento.

A estrela que guiou os Reis Magos parou num humilde presépio, onde nascera o Menino Jesus e onde Maria e José permaneceram por algum tempo, cuidando, contemplando e adorando o Menino-Deus. A estrela leva a Jesus. O ambiente é rústico, simples e pobre, mas a estrela indica a grandeza do Filho de Deus, que se tornou humano para que nós pudéssemos nos tornar divinos.

Na nossa vida, o Espírito Santo também se faz estrela, conduzindo-nos a Jesus. Que cada um de nós, como os Reis Magos, aprenda a seguir, com admiração, interesse e amor essa estrela que sempre quer brilhar para nós.

Neste nosso primeiro artigo do ano da graça de 2012, quero expressar meu agradecimento a todos os que me acompanham, partilhando a Palavra de Deus, conforme nos exortou o Papa Bento XVI para que usássemos de todos os aeropágos para pregar o Evangelho de Jesus Cristo.

Que tenhamos, nesta solenidade, as atitudes benditas de humildade, solidariedade, alegria, serviço fraterno. Eis a lição que o Cristo do presépio, o Cristo da Epifania, vem trazer para nós. Somente colocando em prática a Sua mensagem é que saberemos construir e merecer a felicidade eterna, que pode ser vivida ainda aqui neste mundo. A estrela para em Jesus. Vamos, como os simples pastores ou como os Reis Magos, seguir essa estrela, que nos faz construir a paz e o amor.

Que no ano de 2012, sejamos mais fraternos, solidários vivendo sempre à luz de Cristo, o Redentor, que se manifesta ao mundo para que, no Seu seguimento, sejamos homens e mulheres mais gente.

Dom Eurico S. Veloso
Retirado do Blog da Canção Nova

O anjo fala a Deus

Denomina-se iluminação o ato pelo qual um anjo superior dá a conhecer a um inferior alguma verdade sobrenatural de que teve conhecimento, graças à imediata revelação de Deus. Por exemplo, Deus manifestou diretamente a todos os seres angélicos a futura Encarnação do Verbo, mas não de modo igual: a uns comunicou mais, a outros menos, deixando aos anjos superiores o encargo de iluminar os inferiores, de modo que estes progredissem no conhecimento desse mistério até o dia de sua realização.

Conforme São Tomás, a iluminação é feita da seguinte maneira: em primeiro lugar, o anjo superior fortalece a capacidade de entender do anjo inferior; em segundo lugar, o superior propõe ao inferior aspectos particulares de verdades sobrenaturais que ele, anjo superior, “concebe de modo universal”.

São Tomás ilustra esta doutrina dando o exemplo de um professor que, para ensinar uma matéria, divide-a em partes coerentes e ordenadas, acomodando-a à capacidade dos alunos. Evidentemente, estes terão um conhecimento fracionado, muito inferior ao do professor. Assim se passa com os anjos: “O anjo superior toma conhecimento da verdade segundo uma concepção universal, para cuja compreensão o intelecto do anjo inferior não seria suficiente”. Para iluminar o inferior, o superior fragmenta e multiplica a verdade que ele próprio conhece de modo universal, tornando-a mais particular.

Esta forma de comunicação, por iluminação, só procede dos anjos superiores para os inferiores. Todavia, na locução, também os anjos inferiores falam aos superiores. Segundo o Doutor Angélico, a locução tem por finalidade manifestar algo interior àquele com quem se fala ou pedir-lhe alguma coisa: “Falar nada mais é do que manifestar a outro o próprio pensamento”. Não se trata aqui de apresentar uma verdade sobrenatural, pois neste caso, teríamos a iluminação. Em outras palavras, toda iluminação é locução, mas nem toda locução é iluminação.

Evidentemente, a comunicação dos anjos entre si não se expressa com sons, gestos ou outro elemento material, pois sua natureza é só espiritual. Essa comunicação se dá por um ato de vontade, pelo qual um anjo dirige o pensamento ao outro, dando a conhecer conceitos que possui. Pode, inclusive, dar a conhecer algo a uns e não a outros, conforme queira.

Os anjos se comunicam também com Deus, nunca porém como o agente se dirige ao paciente ou, segundo a terminologia humana, o mestre ao discípulo. “O anjo fala a Deus – explica São Tomás -, seja consultando a divina vontade a respeito do que deve ser feito, seja admirando a excelência divina que ele nunca compreende a fundo”.

Claro que o principal objeto de conversa dos anjos é Deus, pois toda criatura tende naturalmente a voltar-se para o Criador, sobretudo em se tratando de seres tão perfeitos como eles[6]. Além do mais, estando na Visão Beatífica, estarão sempre contemplando novos aspectos d’Ele durante toda a eternidade. Sendo Deus infinito, por mais que os anjos do Céu O vejam no seu todo, não O veem totalmente, o que é impossível a qualquer criatura.

Eles conversam também sobre os desígnios divinos a respeito do universo material, no qual o elemento mais importante é o homem. Não podem, pois, deixar de interessar-se enormemente pela ação divina na História; assim, os anjos superiores comunicam aos inferiores o que “veem” em Deus a tal propósito.

Poderíamos, pois, imaginar um diálogo no qual nosso anjo da guarda pergunta a um anjo mais elevado como compreender melhor nossa psicologia. Por exemplo, por que procedi de tal modo, por que deixei de agir em tal ou qual ocasião, etc. O anjo superior, além de dar ao anjo da guarda as explicações, acrescentaria uma orientação sobre como guiar nossa alma da maneira mais conforme ao plano de Deus.

Uma coisa é certa: nossos anjos da guarda estão constantemente conversando sobre nós com os anjos que lhes são superiores, de maneira que existe uma “cascata”, ou “cadeia”, de anjos interessados na santificação e salvação de cada um de nós.

Que tal pensamento contribua para aumentar nossa devoção aos santos anjos, esses gloriosos intercessores celestes, dos quais muitas vezes nos esquecemos!?

Padre Louis Goyard
Retirado do Blog da Canção Nova

Precisamos ter a 'cara' do Pai!


Nosso caminho é a santidade. Fomos criados à imagem de Deus. Precisamos ter a “cara” do Pai. Essa é a obra do Espírito Santo em nós.

Se você guardar um frasco de perfume vazio e, depois de algum tempo, abri-lo, sentirá ainda o perfume, pois o frasco ficou impregnado com o aroma. É por isso que o Senhor nos encheu com o Espírito Santo, para nos impregnar da santidade d'Ele [Deus]. Não é nossa santidade, nem a nossa perfeição, mas a de Deus. Ele tem o direito de nos impregnar da Sua santidade e perfeição. É preciso dar a Deus o direito de ser Deus em nós. Ele tem o direito de nos transformar à Sua imagem. Ele nos deu o Seu Espírito Santo para colocar em nós a Sua santidade.

Por isso é preciso sermos “renovados pela transformação espiritual de nossa inteligência” e renunciarmos ao conceito errado de que não merecemos ser santos; de que não somos dignos, de que isso não é para nós e de que não somos capazes.

Hoje voltamos a viver a mesma expectativa dos tessalonicenses: a efusão do Espírito Santo nos foi dada e o próprio Espírito suscitou em nós a viva expectativa da vinda do Senhor. A espera do Senhor não nos deixa de braços cruzados, mas nos impulsiona para a santidade. A primeira e a última geração recebem a mesma graça.

Somos os eleitos e vamos viver o que essa passagem bíblica nos revela. A nossa geração verá o Senhor vindo na glória. Então se alegre! Agora sofremos porque estamos misturados com o joio deste mundo, mas teremos esta grande recompensa: veremos o Senhor vindo com poder e glória! Por essa razão, vale a pena sofrer agora, lutar pela santidade e aguentar os sofrimentos e romper com o pecado. Vale a pena remar contra a correnteza e ser diferente. Precisamos cumprir a ordem divina que nos exorta: “Sede santos, pois eu sou santo”.

Por isso, irmãos: ou santos ou nada!

Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib
Retirado do Blog da Canção Nova