O poder que vem do alto!

“Mas o Paráclito, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.

E aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e fará outras ainda maiores”. (Jo. 14,26;14,12)

No livro dos Atos dos Apóstolos podemos sentir quão poderoso foi o derramamento do Espírito Santo sobre o seu povo. Naqueles dias, todos que ali estavam em oração tiveram uma experiência forte do poder de Deus que transformou suas vidas tornando-os testemunhas fiéis da salvação de Jesus.

Hoje Deus quer que tenhamos este mesmo poder pois somos exortados a levar a boa nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, e só podemos realizar tais maravilhas deixando que o Senhor nos unja com o seu Espírito.

Quando o Espírito Santo é derramado sobre nós, experimentamos o amor de Deus e passamos a compreender que, assim como Deus é amor, nós que somos sua imagem e semelhança, fomos criados para o amor: o amor a Ele sobre todas as coisas e ao próximo como nós mesmos.

Se tudo se resume no amor não só devemos, como precisamos estar sempre cheios de amor. Mas o amor é um dom de Deus e como todo dom vem Espírito, só podemos estar plenos de amor se estivermos plenos do Espírito. Foi o amor quem deu sua vida por nós. É por amor que devemos realizar todas as nossas obras, pois se não tenho amor sou como o bronze que soa, ou como címbalo que retine. É este dom que nos torna pessoas verdadeiramente espirituais.

Para tornarmos esse amor concreto, temos que agarrar todos os dons que Deus põe a nossa disposição, deixando-nos abertos ao seu Santo Espírito e mais que isso, tendo uma expectativa saudável desses dons, ansiando por eles.

No momento em que despertamos para os dons, não podemos restrigi-los a nós mesmos, pois eles são para a edificação da Igreja. Ora, se você edifica a Igreja e como você também é Igreja, você também é edificado e isso é sabedoria de Deus. Eu só frutifico se meus frutos alimentam aqueles que tem fome.

Os dons carismáticos têm, como uma de suas finalidades, a evangelização. Eles nos foram dados para que fôssemos autênticos evangelizadores, ramos que dessem frutos, pessoas cheias do poder de Deus. Tenhamos em mente que os frutos da vinha não são para os galhos, mas para os que têm fome. Se usarmos os dons somente para nós próprios, esse dons vão murchar e morrer, pois o egoísmo e o medo, são sentimentos que sufocam o Espírito Santo em nós.

Todos nós cristão recebemos uma ordem clara: “Ide e evangelizei a toda criatura”. Evangelizar é testemunhar e testemunhar é viver Cristo. Mas não podemos viver Cristo sem o poder que vem do alto, sem o seu Espírito Santo que nos vivifica e nos convence do amor.

É o Espírito que nos liberta do medo, da timidez, da insegurança, da auto-piedade. O Espírito Santo é o Espírito da verdade que nos mostra quem somos, arrancando toda e qualquer máscara que não raras vezes insistimos em vestir. É Ele, que por amor , nos ensina a orar através de seus dons transformando-nos e capacitando-nos a sermos testemunhas, até os confins da terra, de Jesus, o Senhor.

Deus não nos quer cristãos temerosos que apenas molham os pés nas águas do santuário. Como em Ez.47, 3-12 devemos, sim, mergulhar, deixar que a água nos carregue para que produzamos frutos, pois o Senhor tem hoje um trabalho que só nós podemos fazer.

É preciso então buscar esses dons e proclamá-los pois é através deles que o Senhor cura, orienta e fala aos corações. Recordemos quantas vezes num momento de oração, uma palavra de ciência, de sabedoria, uma profecia já nos renovaram ou nos libertaram durante a caminhada de vivência do evangelho. E o que dizer então do maravilhoso dom de línguas que vem em nosso socorro, nós que não sabemos nem o que pedir! Através desse Dom é o próprio Espírito, que perscruta os corações e conhece a vontade do Pai, que intercede por nós, pedindo aquilo que nosso ser necessita.

Foi através desse dom que, em At. 2, Deus chamou a atenção das pessoas que ao se aproximarem, puderam ser evangelizadas. Assim não menosprezemos nenhuma das ferramentas que Deus nos oferece para crescermos na graça e no conhecimento.

A verdade é que não podemos impedir a Deus de falar aos nossos irmãos porque estamos fechados aos seus dons, principalmente nós que já tivemos uma experiência do seu amor e constatamos as transformações em nossas vidas.

Desejemos pois ser instrumentos que levam o amor àqueles que estão sedentos de Deus. Que o nosso ser se abra aos dons que levam a santificação e a unidade da Igreja para que todos os lábios proclamem que Jesus é o Senhor!

Ir. Nancy Kellar

4º Domingo da Páscoa -Domingo do Bom Pastor

O evangelho se estrutura na oposição entre a figura do mercenário e a do bom pastor, este apresentado progressivamente como aquele que se importar, que conhecer, que é reconhecido e que chega a dar a vida voluntariamente. Esta é a proclamação central da passagem: Jesus dá não é vítima das autoridades deste mundo, a sua morte é uma opção de amor. É claro o sentido universalista e missionário do texto: o pastoreio de Jesus é colocado sob o sinal da unidade de um só rebanho e um só pastor.

A comunidade de Jesus é descrita através de uma relação de intimidade e reciprocidade, expressa pelo verbo conhecer e ser conhecido, que, bem mais que o sentido de um conhecimento intelectual possui, na sensibilidade bíblica, uma dimensão afetiva e esponsal. A aliança entre a comunidade, “ovelhas”, e Jesus, “pastor”, é a forma em que se dá este conhecimento e se estrutura da mesma forma que o Pai e o filho estabeleceram seu pacto de amor.

Participar da assembleia litúrgica – esta celebração – é entrar neste jogo de conhecer/ser conhecido entre o rebanho e o pastor. A liturgia é, exatamente, este diálogo comunitário com o Senhor ressuscitado, com momentos onde o pastor escuta o seu povo em oração e a comunidade escuta o seu pastor. Ao mesmo tempo, esta relação acontece sob uma perspectiva universalista: assembleia revivida é católica, universal e aberta.

Revista de Liturgia

Peça o Dom da Fortaleza!

A nossa vida espiritual tem duas dimensões, primeiro uma dimensão voltada para dentro de nós, que podemos chamar de “Vida Interior” e depois outra voltada para fora, que podemos chamar apostolado ou vida missionária. Ao falar dos Dons e Carismas estamos falando da Pessoa do Espírito Santo e de suas formas de agir, pois nenhuma pessoa se dá sem dar aquilo que é. Portanto, os Dons e Carismas são expressões da Sua ação e missão em nós e na Igreja: “Mas recebereis o poder do Espírito Santo que virá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (cf. At. 1,8).

O dom da Fortaleza, também chamado “dom da coragem“, imprime em nossa alma um impulso que nos permite suportar as maiores dificuldades e tribulações, e realizar, se necessário, atos sobrenaturalmente heróicos.

Quando falamos em virtudes heróicas, ninguém pense que só existe heroísmo quando enfrentamos grandes causas. Você faz grandes heroísmos lá no interior da sua casa, no dia-a-dia de sua vida. Veja bem que heroísmo imenso é o de uma mãe que suporta o vício do álcool do marido ou do filho! Às vezes por 10, 20, 40 anos enfrenta aquela dor, aquele sofrimento, por amor a Deus, por doação e caridade. Essa mãe tem o Dom da Fortaleza. O Dom da Fortaleza não é só para os mártires, os grandes confessores da fé. É para cada um de nós. Hoje vemos uma multidão caindo nas tentações. Pode estar faltando o Dom da Fortaleza em muita gente. Saber não cair na tentação, já é um sinal da força desse Dom.

Santa Teresinha nos fala do “heroísmo do pequeno”. A fidelidade às pequenas inspirações que Deus nos faz todo dia e toda hora é fruto do Dom da Fortaleza. Nós deixamos passar ótimas oportunidades quando pequenas cruzes, pequenos sofrimentos vão passando pela nossa vida e nós não os aproveitamos para uma resposta fiel a Deus. Vem um aborrecimento, uma pessoa nos causa feridas porque falou qualquer coisa contra nós. O que fazemos? Há duas respostas: Revidamos com palavras amargas, com evidente menosprezo, com inimizades, etc., ou fazemos de conta que nem ficamos sabendo, não nos importamos com aquilo, etc.. Como funcionou o Dom da Fortaleza? É claro, naquela hora que suportamos a ofensa. O heroísmo está aí. Aprendemos agora um dos caminhos que nos leva a santidade.

São poucas as pessoas que fazem por Deus e pelo próximo aquilo que poderiam fazer mais. Porque, não temos coragem de nos empenharmos em grandes obras. Imaginem o bem que poderíamos fazer se ainda não fôssemos tão comodistas. Paulo afirma: “Tudo posso naquele que me fortalece” (CF.FL. 4,13). E nos diz mais: pode suportar as maiores dificuldades e tribulações e praticar, se necessário, atos heróicos. “Não pelas suas qualidades pessoais, mas pelo dom da fortaleza que Deus lhe concedeu”. Carta aos coríntios, descrevendo as tribulações pelas quais passou por amor ao Senhor e à Igreja:

“Cinco vezes recebi dos judeus os quarenta açoites menos um. Três vezes fui flagelado com varas. Uma vez apedrejado. Três vezes naufraguei, uma noite e um dia passei no abismo. Viagens sem conta, exposto a perigos nos rios, perigos de salteadores, perigos da parte de meus concidadãos, perigos da parte dos pagãos, perigos na cidade, perigo no deserto, perigos no mar, perigos entre falsos irmãos! Trabalhos e fadigas, repetidas vigílias com fome e sede, freqüentes jejuns, frio e nudez! Além de outras coisas, a minha preocupação quotidiana, a solicitude por todas as Igrejas!” (II Cor 11,24-28).

Ao dom da Fortaleza se opõe à timidez, que é o temor desordenado, e também aquele comodismo que impede de caminhar, de querer dar grandes passos. Estacionamos numa espiritualidade medíocre, temos medo de tudo, de prejudicar a amizade, de descontentar alguém e vamos comodamente parando no caminho da perfeição.

Padre Luizinho
Retirado do Blog da Canção Nova

Há um milagre acontecendo agora!

Os tempos atuais trazem uma verdade avassaladora: apesar de todo avanço tecnocientífico, nossa geração pós-moderna ainda crê, precisa e espera por milagres. Quando um médico diz que já fez todo o possível por um paciente terminal e que agora é preciso ‘algo acontecer’, significa que está esperando o que chamamos de ‘milagre’. Um milagre é uma intervenção fora do comum, que muda uma situação negativa ou algo maravilhoso, prodigioso. Para muita gente, hoje em dia, não importa muito ‘quem’ faz o milagre. O importante é ser sortudo o bastante para ser alcançado por essa graça extraordinária. Essa é uma visão ‘comercial’ do sobrenatural. Há pessoas que falsificam milagres e/ou os atribuem a si mesmas, a poderes ocultos ou até mesmo a alguém a quem eles chamam de Jesus.

Nos tempos de Jesus Cristo, vários de Seus feitos delimitaram o nosso entendimento conceitual de milagre: ressuscitar mortos, devolver a vista a cegos (de nascença também!), brindar mobilidade a aleijados , restituir a fala a mudos e audição a surdos, além de caminhar sobre a água, acalmar as intempéries da natureza e voltar à vida depois de 3 dias no sepulcro, entre outros. O Evangelho traz o episódio em que Jesus fica ‘chateado’ com uma população que não se converteu mesmo apesar dos sinais milagrosos realizados no meio deles.

É certo que o Senhor não fez ‘todos’ os milagres num mesmo lugar, mas os que Ele fez seriam suficientes para ‘mudar o coração’ daquela gente. Como isso não aconteceu, Jesus diz que eles terão um triste fim: “Porque se tivessem sido feitos em Tiro e em Sidônia os milagres que foram feitos em vosso meio, há muito tempo elas teriam arrependido sob o cilício e a cinza. (…) Se Sodoma tivesse visto os milagres que foram feitos dentro dos teus muros, subsistiria até este dia. Por isso te digo: no dia do juízo, haverá menor rigor para Sodoma do que para ti!” (Cf. Mt. 11, 21.23s).

Talvez você nunca tenha sido alvo de algum milagre extraordinário ainda. Ou quem sabe nem tenha tido a oportunidade de presenciar algum. Sabemos que Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre (cf. Heb 13,8). Ele continua operando milagres e não é pecado esperar ou pedir algum para si. Mas o fato é que muitos milagres acontecem ainda hoje, alguns estão acontecendo exatamente agora enquanto você lê este texto.

Gostaria de perguntar se você já parou para pensar nos milagres cotidianos que experimentamos. Um pouco de conhecimento e você perceberá que estamos rodeados de milagres extraordinários que talvez passem despercebidos. Para nós católicos é extraordinário pensar que um simples homem pecador, investido da força da Graça sobrenatural do Sacerdócio, pronuncie as palavras que Jesus pronunciou e um pedaço de pão e um pouco de vinho se transformem no Corpo e Sangue do próprio Cristo…

Mas se para você é complicado pensar nisso, analise, por exemplo, o fato dos milagres do macrocosmo: nosso planeta está tão bem posicionado em sua distância com relação ao sol que se estivesse noutra posição ou torraríamos de calor ou congelaríamos pelo frio. A situação não para se formos para o microcosmo: a água que temos aqui é tão bem ‘feita’ que se as medidas moleculares de Hidrogênio e Oxigênio são perfeitas para nossa sobrevivência! Uma molécula a mais ou a menos bastaria para que perdêssemos uma condição essencial para a sobrevivência. A quantidade de sangue que circula em nossas veias é exata para que nosso corpo consiga sobreviver. Mexa nesse equilíbrio e a vida se extinguiria num piscar de olhos.

Olhe ao seu redor e reconheça outros tantos milagres: num planeta com mais de 6 bilhões de habitantes, as pessoas que estão ao seu redor são únicas e irrepetíveis. Se você convive com gente desagradável, sinto muito. Mas se você tem pessoas queridas e dignas de todo amor ao seu lado, se você conheceu ou conhece pessoas às quais tem o privilégio de chamar ‘amigas’, isso tudo é um milagre. Ninguém poderia substituir o lugar dessas pessoas. É um milagre que, entre bilhões de pessoas no mundo, você tenha se encontrado com essa aí que está ao seu lado: seu marido, sua esposa, seu filho. Sim, se fosse outra pessoa, provavelmente você a amaria também, mas, com certeza, não do jeito que ama essa aí! O sol, que nasceu nesta manhã, poderia não ter nascido. A lua que ilumina esta noite poderia não ter brilho. Pare para pensar! Você está rodeado de milagres e tem algum acontecendo agora perto de você! Quem fez tudo isso? O poder público? Os avanços científicos? Algum patrocinador milionário? A sorte?

Deus está mais perto do que você pode imaginar. E quando o Altíssimo se aproxima, milagres acontecem. Hoje o Senhor o ajuda a ‘enxergar’ coisas que sempre estiveram ao seu redor, mas que talvez você não tenha conseguido detectá-las. Sinta-se envolvido por milagres. Deixe-se convencer pelo poder de Deus Pai. Considere-se uma pessoa feliz por ter a experiência da soberana potência do Senhor. Tome decisões a partir dessa certeza. Assuma novos comportamentos guiado por essa maravilha. Cabe a você escolher de que lado quer estar: entre aqueles que se rendem ao Senhorio de Jesus ou entre aqueles que, mesmo depois de tantos milagres, ainda resistem e se revoltam (cf. Mt. 11, 21-23s). Reflita um pouco sobre isso!

Padre Delton Filho

A vitória do vencido

É quase inconcebível, nas dimensões da cultura dos dias atuais, entender e aceitar que uma pessoa falida, de baixo nível social e econômico, seja vencedora. Dizemos que isso pode ocorrer quando ela recebe uma grande herança, ganha na loteria ou pratica ações injustas e desonestas. Nenhum trabalhador verdadeiramente honesto fica “rico” de um dia para o outro.

Acreditar em Jesus Cristo, como Deus e como homem, é ter um ato profundamente de fé, vendo n'Ele um vencido, mas que conseguiu a vitória pela Paixão e Morte na cruz. Isso é interpretado de diversas formas, mas o fato real é que ali estava presente a sabedoria divina, uma força capaz de transformar o ser humano na sua própria identidade.

Entender que a vida nasce da morte é um desafio, exige mudança de mentalidade e de um novo modo de pensar e ver as coisas. Não podemos sentir nisso uma mera fantasia, como “coisa de cristãos”. Acontece que, queira ou não, a esperança da humanidade está em Jesus Cristo, Aquele que é capaz de tirar da morte a vida em plenitude.

Ao ser condenado, Jesus foi ignorado pelo povo e pelas autoridades de Seu tempo. Será que isso não continua acontecendo ainda hoje, mesmo que Ele tenha comprovado Sua divindade e força libertadora? Todos os ataques contra a vida não são contra o próprio Cristo? São ações de sofrimento, constituindo o que chamamos de pecado.

Jesus Ressuscitado não é um fantasma nem uma assombração, como se fosse uma alma que veio de fora para impressionar Seus seguidores. Ele é o Ressuscitado, o mesmo que tinha sido crucificado e morto numa cruz. É justamente daí que nasce a ação missionária do cristão, cujo cumprimento passa pelos caminhos do sofrimento.

A vida é uma conquista. Não é busca imediata, com prazer momentâneo, como acontece muito hoje, porque isso não leva a nada, a não ser reforçar os dados do egoísmo. Tudo que realizamos sem referências, normas, disciplina, sem limites, sem entender a cruz, nada construímos e tudo destruímos.

Dom Paulo Mendes Peixoto

3º Domingo da Páscoa - Domingo do encontro de Jesus com os discípulos

Na 1ª leitura os discípulos recebem a missão de anunciar a ressurreição de Jesus a todos os povos. Deus cumpre as profecias glorificando Jesus, o Messias sofredor, pela ressurreição.

A 2ª leitura nos mostra que Cristo, que doou sua vida pela salvação de todos/as, continua junto do Pai como nosso Defensor, isto é, auxílio, intercessor. Enquanto permanecemos na comunhão da fé e guardamos sua palavra, o amor de Deus é plenamente realizado.

No evangelho, os discípulos relatam a experiência do encontro com Jesus ressuscitado no caminho de Emaús e como o tinham reconhecido ao partir o pão. Transformados pela vida de Jesus, doada por amor, tornam-se testemunhas corajosas de sua ressurreição, começando por Jerusalém. O Ressuscitado partilha a mesa e oferece o entendimento das Escrituras, abrindo as mentes dos discípulos para que entendessem que o Messias haveria de sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia.

À luz do mistério pascal, os discípulos compreendem que o plano da salvação, revelado na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos, isto é, em todo o Primeiro Testamento, foi realizando plenamente em Cristo. Em nome de Jesus, de sua obra realizada na paixão, morte e ressurreição, Deus oferece a salvação ao ser humano, impelindo-o à conversão e vida nova.

Revista de Liturgia

A paz começa no lar

Embora nenhum de seus filhos "pinte" para delinquente, é necessário ter presente que a violência pouco a pouco entra nos lares. Por exemplo, você sabia que 25% das garotas nos Estados Unidos são agredidas por seus namorados e o que é pior, a maioria delas acredita que isto é normal?

Ao escutar notícias lamentáveis como estas e pensar que em tudo o que acontece no mundo, não se pode deixar de perguntar... Quem pode ser capaz de semelhante barbaridade... em que coração humano cabe tanta frialdade... quem pode ser capaz de tanta violência?

Desafortunadamente, esta é uma realidade que é vivida em todos os lugares, que afeta a todos, e de muitas maneiras. É verdade que a violência sempre existiu, mas o mais perigoso agora, é que começa a ser tolerada, a ser aceita como inevitável: sem ir muito longe, seria inusual encontrar um filme onde as balas, o sexo deliberado e a crua violência não fizessem sua aparição; ou algum semanário ou jornal onde não seja uma notícia policial a que estampa a primeira página.

Entretanto, o homem não é feito para a guerra, é feito para a paz. E isto pode ser assegurado porque a história nos demonstra que o homem que vive na violência se auto-destrói. O difícil e complicado do tema é que a paz não se dá instantaneamente nem por mandato, não se obtém sem esforço, nem se compra ou pede emprestada: a paz tem que nascer do coração de cada homem.

E se não há paz no coração, como pode haver paz em um povo, em uma nação, no mundo?

É por isso, que manter a paz é uma obrigação primária para todos, mas em especial dos pais, pois é no lar onde se aprende a viver e construir a paz; é ali onde os pais têm a enorme responsabilidade de ensinar aos filhos a maneira de comportar-se, de tratar aos demais e de resolver os problemas.

É incrível como até em uma pequena sociedade como a família, onde existe carinho entre seus membros, pode perder-se a paz. Não há dúvida de que a paz é algo muito frágil pela qual deve-se trabalhar pacientemente todos os dias para conquistá-la.

Mas antes de alcançar isto, tem-se primeiramente que ter claro como se vive a paz. Ao contrário do que muitos acreditam, a paz não é a ausência da guerra, nem é somente o respeito aos outros.

Quão fácil seria e também quão perigoso se os pais só tivessem que respeitar aos filhos para poder ter um lar cheio de paz!: "Ah, sim, meu filho quiser ter seu quarto todo bagunçado, devo respeitá-lo".

A paz se vive:

• Ao ter um verdadeiro sentido de justiça.

• Quando não só se reconhecem os próprios direitos, mas também os dos demais. Se é reconhecida a dignidade de seus filhos como pessoas. Muitas vezes ao vê-los pequenos, alguns pais se aproveitam deles e cometem verdadeiros abusos de autoridade.

• Ao ensinar aos filhos a distinguir entre o bem e o mal, ao formar neles uma consciência reta, à vez que se trabalha pela paz.

Quando os filhos são pequenos, os pais são como uma "consciência externa" deles (como o Grilo Falante em "Pinóquio"), daí a importância de seus atos e julgamentos. Exaltar o valor da vida humana, sua dignidade e seu direito. Tanto a vida deles mesmos como a dos que o rodeiam tem um imenso valor.

Retirado do Site da Comunidade Shalom

A fé em Cristo nos transforma

Fazemos mais uma trajetória acompanhando o tempo da Páscoa. Uma das expressões que aparecem sempre no meio dos cristãos – quando lhes é dito: “O Senhor esteja convosco” – é: “Ele está no meio de nós!”. Isso é um fato de fé, que vai além dos conhecimentos simplesmente racionais e científicos. É a presença de Alguém que passou pela experiência da morte e agora está vivo.

Essa realidade da presença de Jesus Cristo foi provada e testemunhada pelos primeiros cristãos, pois o próprio Cristo comprovou Sua identidade de ressuscitado aparecendo para os diversos grupos reunidos em Seu nome. É o maior dado da fé, fundamentado nas palavras dos textos bíblicos, com destaque especial nos Atos dos Apóstolos e escritos do Novo Testamento.

Acreditar na presença viva de Cristo implica consequências para as comunidades cristãs. Uma delas é estar diuturnamente alimentando sua fé. Não basta que ela seja dom de Deus, recebida no batismo, mas tem que ser trabalhada e atualizada na prática dos relacionamentos, na partilha e na solidariedade. Além disso, a fé em Cristo vivo e presente tem que ser transformadora da sociedade.

A ressurreição de Cristo não exclui o lado humano, mas isso é assumido por Ele de forma determinada. Sua divindade foi caminho de resgate e de elevação de toda a humanidade, dando possibilidade às pessoas de participar da vida divina. Entendemos isso como um processo de transformação e de ascensão na atuação e na vida comunitária. O dom da vida divina passa a ser uma conquista a partir da decisão e da atuação concreta de cada pessoa na construção do Reino de Deus.

Tomé não estava presente no grupo dos apóstolos quando Jesus ali aparece como ressuscitado. Ele não quis acreditar, exigindo ver para crer. Essa é atitude de uma sociedade de marca positivista, que só acredita naquilo que pode ser tocado e comprovado pelos sentidos. Mas Cristo revida dizendo “felizes aqueles que acreditam sem ter visto”. Logicamente que isso supõe atitude de abandono nas palavras de Deus e na convicção de fé.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo eleito de Uberaba - MG

Abraçados pela Misericórdia

Certo dia, eu estava subindo as escadas para chegar na minha casa, e vinha em meu coração a letra desta canção: “abraçados pela misericórdia quero no Senhor confiar, abraçados pela misericórdia, quero no Senhor repousar, Deus cuida de Mim, posso acreditar, espero n'Ele e Seu poder vou experimentar”.

Eu sinto que o Senhor quer abraçar a todos com a sua Divina Misericórdia, assim como Ele mesmo disse a Santa Faustina em seu diário no parágrafo 699: “desejo que a Festa da Misericórdia seja o refúgio para as almas especialemente para as pecadoras”.

A Festa da Misericórdia deseja ser para você o abraço do Pai e a palavra que vem ao meu coração desde esta manhã é insistência.

O evangelho de São Lucas no capítulo 15 vai nos falar da ovelha desgarrada, aquela que deixou o rebanho e que nos impressiona é a preocupação do Pastor, que vai buscar daquela ovelha em todos os lugares. Ele não desiste, pelo contrário, persiste e vai procurar em todos os lugares, até encontrá-la, e esta ovelha sou eu e você, que muitas vezes insiste em desviar-se da misericórdia de Deus, mas saiba que Deus nunca vai desistir de você.

Assim como os apóstolos tiveram dificuldades em acreditar na Ressurreição de Jesus e por três vezes Ele mesmo enviou algumas testemunhas para dizer aos apóstolos que Ele havia ressuscitado, uma vez foi delas foi Maria Madalena, e eles não acreditaram, depois Ele enviou os discípulos de Emaús, e outra vez ele não acreditaram e por fim Ele mesmo Jesus apareceu pessoalmente aos apóstolos e mesmo assim eles tiveram dificuldades em acreditar. Por isso Jesus afirma no diário de Santa Faustina parágrafo 1728: “Com a minha misericórdia persigo os pecadores em todos os seus caminhos”.

Deus estará te perseguindo com a sua Misericórdia!

Deus não vai desistir de você, mesmo que você queira brigar com Ele, insistindo em sua teimosia, mesmo assim Deus não vai desistir de você.

A Festa da Misericórdia é a festa do retorno para a casa de Deus. Assim como Jesus disse a Santa Faulina: “Diz aos pecadores que ninguém escapará dos meus braços”, e infelizmente, muitas vezes, queremos lutar contra Deus, mesmo sabendo que vitória de Deus já está decretada, insistimos em lutar contra Ele, mas a vitória de Deus já é certa, deixe-se, ser seduzido pela Misericórdia de Deus.

Jesus ao subir no madeiro da Cruz colocou um fim definitivo no que o pecado e a morte causou na humanidade.

“O Filho de Deus veio desarmar todo o pecado do mundo, com a sua misericórdia!"

Por isso meu irmão e minha irmã, quando você estiver passando por um problema que parece ser uma “bomba” e ela estiver explodindo, se dirija ao Pai das Misericórdias rezando: “Eterno Pai, eu vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro.” fazendo isso o Espirito Santo estará orando em ti ao Pai, e Deus vai derramar a sua Misericórdia, e você virá está “bomba” ser desermada em nome de Jesus.

A liturgia de hoje vem nos mostrar através da primeira leitura que está em Atos dos Apóstolos 4,13-21, que daquele homem que foi curado através de Pedro e João, pela misericórdia de Deus, e todos aqueles que o viam aquele homem já curado, louvavam e agradeciam a Deus, porem alguns que também testemunharam este fato não acreditaram, por isso tome cuidado para não deixar a graça de Deus passar em sua vida.

Padre Antônio Aguiar

2º Domingo da Páscoa - Domingo de São Tomé

A 1ª leitura ressalta que a fé em Cristo ressuscitado deve ser manifestada na comunhão fraterna, no compromisso com os necessitados.

A 2ª leitura nos mostra que a fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus, nos leva a participar de sua vitória sobre o mundo, isto é, da vitória do amor e da vida sobre o ódio e a morte.

O primeiro dia da semana torna-se para os cristãos o dia do Senhor por excelência, pois celebra a sua Páscoa. Jesus ressuscitado se manifesta no meio dos discípulos reunidos e comunica o dom de sua paz (shalom), como plenitude dos bens messiânicos da salvação. As mãos e o lado revelam as marcas da paixão que o glorificaram na cruz. Ressuscitado e revestido com a glória do Pai, Jesus sopra o Espírito criador, que infunde alegria e coragem para a missão. Com o dom do Espírito, os discípulos são enviados para libertar do pecado, oferecendo a possibilidade da vida nova em Cristo. Como continuadores da obra do Filho, eles manifestam o amor misericordioso do Pai através de palavras e ações solidárias. O encontro de Tomé com o Senhor apresenta as exigências da fé no caminho do discipulado. Sendo testemunha privilegiada, Tomé experimenta a realidade de Jesus crucificado que ressuscitou e professa a fé, tornando-se verdadeiro fiel. Meu Senhor e meu Deus é uma aclamação litúrgica, que expressa a fé da comunidade cristã no Ressuscitado.

Revista de Liturgia

O anencéfalo é um ser humano

A grande maioria dos brasileiros continua sendo contrária à legalização do aborto. De acordo com recente pesquisa do Instituto Vox Populi – encomendada pelo Portal iG – a grande maioria dos entrevistados (80%) é contra mudanças na normativa jurídica que regula o tema.

O aborto mata um ser humano em gestação; é um atentado contra um ser indefeso, uma covardia. Ainda que tenha havido uma concepção por estupro, não se justifica esse mal, pois a justiça deve punir o agressor e não a criança, tirando-lhe a vida. Ainda que uma criança esteja sendo gerada com alguma deficiência, não se justifica matá-la; ao contrário, as verdadeiras civilizações se caracterizam por proteger os mais fracos, e não por os matar.

O anencéfalo é um ser humano; é dotado de uma alma imortal, tem vida. Não importa quanto tempo vá viver, a sua existência tem de ser respeitada pela mãe e pelo Estado.

Desde o século XIX a ciência reconhece que a vida humana se inicia na concepção. O maior geneticista do século XX, Dr. Jerome Lejeune, descobridor da Síndrome de Down, atestou esta verdade. Não existem tratados de embriologia que neguem esse fato. O embrião cresce com autonomia, tem sexo definido, é completo e vai se desenvolver até a sua morte a partir de tudo o que já possui. Toda a mensagem de sua vida já está ali completamente definida. Ele só precisa de três condições para seguir sua vida: oxigênio, nutrição e tempo, o mesmo de que nós precisamos. A vida intrauterina é apenas uma das etapas do desenvolvimento do ser humano, eliminar qualquer etapa significa encerrar as demais fases futuras de uma vida.

A mãe jamais tem o direito de eliminar um filho que está em gestação; é uma vida independente dela; e a mulher, acima de tudo, foi criada para dar e gerar a vida. Ainda que o nascituro esteja temporariamente dentro do corpo de sua mãe, ele não é parte deste corpo. É um descalabro uma mãe matar o próprio filho, nem a cobra venenosa faz isso.

Se damos à mãe o direito de matar um filho em seu ventre, porque é um “estorvo” para ela, teríamos de dar o mesmo direito a um filho de eliminar a sua mãe velha e doente que é um “estorvo” para ele. Se existe direito ao aborto, então, temos real direito de matar qualquer um, a diferença será apenas a idade da vítima. Mas assim, eliminamos o amor, a fé, a caridade.

Sabemos que 50% dos bebês abortados são mulheres, o que demonstra que o aborto não é instrumento de defesa do sexo feminino; é uma aviltação deste.

Todos aqueles que defendem o aborto já nasceram; vivem porque tiveram acesso primeiramente ao direito à própria vida. Nenhum direito humano ficará de pé se for eliminado “o direito de nascer”.

Felipe Aquino

Domingo da Ressurreição

Na 1ª leitura, os discípulos anunciam o Senhor, que passou fazendo o bem, colocando suas vidas a serviço do evangelho.

Paulo, na 2ª leitura, ressalta que ressuscitamos com Cristo para vivermos a vida nova da graça. Pelo batismo, participamos de sua vitória sobre a morte, que se manifesta em nós através das obras.

No Evagelho, Maria Madalena, Pedro, o discípulo amado, representam as comunidades cristãs primitivas, que procuram entender o significado da morte redentora de Jesus à luz da palavra e da eucaristia, celebrada no primeiro dia da semana. Era necessário acolher a revelação pascal, compreender a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos. Diante dos sinais do sepulcro vazio, faixas e sudário, o discípulo amado crê na vitória da vida sobre a morte. Por meio da explicação das Escrituras, Jesus conduz os discípulos à fé verdadeira, pois estavam desiludidos devido a falsas esperanças messiânicas. O gesto de Jesus, que abençoa, parte e oferece o pão, recorda sua vida compartilhada ao longo de seu ministério. Eles compreendem que a palavra do Senhor se concretiza na eucaristia, através do amor e partilha solidária.

Revista de Liturgia

O Domingo da Ressurreição

Neste domingo, onde ha condição, a Comunidade pode iniciar com a Caminhada da Ressurreição. É o primeiro dia da semana com toda a plenitude que a Ressurreição nos apresenta dando um colorido todo especial. A Liturgia está centrada na pessoa de Jesus Cristo, Ressuscitado.

É a celebração do grande acontecimento da nossa fé: Cristo Ressuscitou! A morte foi vencida pela vida. A morte já não mata mais. A última palavra não é da morte, mas da vida.

O canto da Igreja, neste domingo e em todo tempo Pascal, é de exultação e de alegria. Ressuscitados com Cristo, cantamos sua glória, sua vitória sobre a morte. O Aleluia volta a ressoar em nossos lábios, invadindo todo o nosso ser com ardor sempre crescente, pois as coisas antigas já se passaram, somos nascidos de novo.

Preparar bem o espaço litúrgico, solenizar a procissão de abertura, na cruz uma faixa branca, Glória o sino a campanhia, tudo pode tocar para a Ressurreição seja evidente. É um dia de esperança, fé e vida. Cristo Ressuscitou, Aleluia!!!

Paz e Bem!!!

Sábado Santo

O Sábado Santo – Sábado de Aleluia. A noite é festiva, mas o dia é de reflexão, serenidade e silêncio. Os cristãos procuram entender tudo o que aconteceu de forma orante e contemplativa. Um dia de silêncio, contemplação em respeito a tudo que aconteceu na Sexta-Feira Santa.

O Missal Romano dia apenas que a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua Paixão e Morte e abstendo-se de celebrar o sacrifio da Missa até que, após a solene Vigília em que espera a Ressurreição, se entregue as alegrias da Páscoa.

Em comunhão com todas as Igrejas cristãs e com o mundo inteiro, vamos celebrar a Páscoa de Jesus Cristo, isto é, sua passagem da morte para a vida. Podemos dizer que o Sábado Santoi é um dia alitúrgico, isto é, sem Celebração Eucaristica. É um dia de recolhimento, silêncio e oração.

É importante ressaltar que entre a Sexta e o Domingo, há um grande vazio. A única pessoa confiante que espera a Ressurreição é Nossa Senhora. A Virgem das Dores preenche este vazio porque toda a fé da Igreja está recolhida em Maria. Neste dia a Igreja não celebra a Eucaristia, nem outros sacramentos, exceto o da Penitência e o da Unção dos Enfermos.

Na noite do Sábado Santo, cantamos o esplendor de uma luz que jamais se apagará. Proclamamos as maravilhas de Deus que nos libertou das trevas da morte e nos devolveu a vida .

A liturgia da noite Pascal, ou seja, do Sábado Santo é constituída de quatro partes: Celebração da Luz, Liturgia da Palavra, Liturgia Batismal e Liturgia Eucaristica.

A Vigilia Pascal se inicia com a Celebração da Luz, que por sua vez contem três partes: benção do fogo, a procissão do Círio Pascal e o canto do exulte.

A Comunidade lembrar de providenciar: a fogueira, Círio Pascal, a proclamação da Páscoa, o Glória, Evangelho, Renovação das Promessas Bastimais, Oração dos fiéis, Apresentação das oferendas, Santo, Oração Eucaristica, Benção Solene.

Paz e Bem!!!

Belissimo Esposo

Sexta-Feira Santa

Jesus é fiel até o fim. Ele abraçou a Cruz, fiel a missão que o Pai lhe confiou. Hoje nos unimos a Ele, servo sofredor, e acompanhamos seus passos rumo a morte. Neste dia a Igreja celebra a Paixão do Senhor.

Não um funeral, mas a morte vitoriosa de Senhor. Esta liturgia é composta de três partes fundamentais:

1 – Liturgia da Palavra, incluindo-se a Oração Universal;

2 – Adoração da Cruz

3 – Santa Comunhão.

Lembrar que é um dia de Jejum. A Igreja prescreve dois dias de jejum durante o Ano: Quarta-Feira de Cinzas e Sexta-Feira Santa.

A cor liturgica da sexta-feira é a vermelha, expressa a realeza de Cristo, vencedor da morte. O vermelho é também a cora do sangue dos mártires por excelência.

Prostação e silencio marcam o inicio desta Celebração. Quem preside, juntamente com os demais ministros, fazem a reverência ao altar em silêncio, sem canto e depois se prostam. Gesto de profundo respeito diante da morte de Jesus e a tristeza dolorosa da comunidade cristã.

A narrativa da Paixão do Senhor pode ser proclamada e/ou cantada. A Oração Unirversal, são preces que recebemos da antiguidade.

Paz e Bem!!!

Aprenda com um bom exemplo

O breve e concreto relato da Paixão segundo São Marcos apresenta-nos, ao menos, três modos de nos colocarmos diante do Cristo Nosso Senhor. Dois modos inadequados, que deveremos evitar, apesar de tantas vezes neles cairmos; e um modo correto, a que somos continuamente chamados. Ei-los:

Primeiramente, o modo dos discípulos, tão vergonhoso: “Então todos O abandonaram e fugiram”. Oh! meu irmão, que desde o início temos sido covardes, desde o princípio somos um mísero bando de infiéis! Quantas vezes, nos apertos da vida, também fugimos e abandonamos o Senhor: nos vícios, no comodismo, na busca de crendices e seitas, no fascínio por ideologias, ideias e filosofias opostas à nossa fé! Como é fácil fugir, como é fácil, ainda agora, abandoná-Lo! – Perdoa-nos, Senhor Jesus, porque ainda hoje somos assim, ainda somos como os primeiros discípulos: frágeis, inconstantes, covardes mesmo! Perdoa-nos pelo pouco amor, pela falta de compromisso!

Depois, o modo de Pedro, que “seguiu Jesus de longe”. Atenção, caríssimos “Pedros” que leem estas palavras! Não se pode seguir o Senhor Jesus de longe! Quem O segue assim? Quem pensa poder ser discípulo pela metade; quem se ilude, pensando seguir o Senhor sem combater seus vícios e pecados; quem imagina poder servir a Deus e ao dinheiro, ao Senhor e aos costumes e modos e pensamentos do mundo! Como terminarão estes? Como terminou Pedro: negando conhecer Jesus! – Senhor, olha para nós, como olhaste para Pedro; dá-nos o arrependimento e o pranto pela covardia e frieza em Te seguir! Faze-nos verdadeiros discípulos Teus, que Te sigam de perto até a cruz, como o Discípulo Amado, ao lado de Tua Santíssima Mãe!

Finalmente, uma atitude bela e digna de um verdadeiro discípulo do Senhor: aquele gesto, da misteriosa mulher, que ungiu a cabeça do Senhor com nardo puro, caríssimo! Notou, irmão em Cristo, o detalhe de São Marcos? “Ela quebrou o vaso e derramou o perfume na cabeça de Jesus”. Quebrou o vaso, isto é, derramou todo o perfume, sem reservas, sem pena, com amoroso estrago...

Para o Senhor, tudo; para o Salvador o melhor! E São João diz que “a casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo” (cf. Jo 12,3). Ó mulher feliz, discípula generosa! Dando tudo ao Senhor, perfumou toda a casa com o bom odor de um amor ser reservas! Quanta generosidade dessa mulher "politicamente incorreta"! Quanta hipocrisia, quanta mesquinhez dos apóstolos "politicamente corretos", que não compreenderam seu gesto de amor gratuito! – Senhor Jesus, faz-nos generosos para Contigo!

Que Te amemos como essa mulher: sem reservas, sem fazer contas! Ó Senhor, que nos amaste até o extremo, ensina-nos a Te amar assim também, colocando nossos perfumes, isto é, aquilo que temos de precioso, a Teus pés! Então, o mundo será melhor, porque o bom odor do amor haverá de se espalhar como testemunho da Tua presença!

Dom Henique Costa, Bispo Auxiliar de Aracaju
Retirado do Blog da Canção Nova

Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor

A 1ª leitura mostra o Servo sofredor, confiante na palavra de Deus, sem temor diante dos poderosos que oprimem. A fidelidade ao projeto de Deus lhe dá a certeza que sua missão não fracassará.

A 2ª leitura ressalta, através de um hino, a fé no Cristo Salvador, que se aniquila até a condição humilhante na cruz. Por isso, ele foi exaltado e constituído Senhor de todos para a glória do Pai.

No Evangelho, Jesus entra em Jerusalém como o Messias, o rei justo e pacífico, que dispensa os carros e as armas de guerra. Assim, ele prepara os discípulos para compreender seu messianismo caracterizado, não pelo poder militar de Davi, mas pelo serviço, prefigurado no servo de Deus.

Condenado sob falsas alegações religiosas e políticas, Jesus se entrega livremente pela salvação. Na ceia pascal, ele institui a eucaristia como dom da própria vida para o mundo. As ovelhas dispersadas serão reunidas pela força do Ressuscitado. É necessário vigiar e orar com Jesus para realizar a vontade do Pai. Da entrega de Cristo nasce a fé universal manifestada pelo centurião romano ao pé da cruz, quando proclama: Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus. A cortina do santuário, que fechava o Santo dos Santos, rasga-se abrindo o caminho para a comunhão com Deus, abolindo toda a barreira que dificultava.

Revista de Liturgia

Bendito o que vem em nome do Senhor!

Desde o princípio da Quaresma preparamo-nos com obras de penitência e caridade. Neste Domingo de Ramos, a Igreja recorda a entrada de Nosso Senhor Cristo, em Jerusalém, para consumar o Seu mistério pascal. Por isso, em todas as Missas essa entrada do Senhor na Cidade Santa é comemorada, tanto com a procissão como com a entrada solene antes da Celebração Eucarística principal ou com a entrada simples antes das outras Missas.

Foi para realizar esse mistério da Sua Morte e Ressurreição que Jesus Cristo entrou na Cidade Santa. Por isso, recordando com fé e devoção essa entrada triunfal nesse local sagrado, acompanharemos o Senhor, de modo que, participando agora da Sua cruz, mereçamos um dia ter parte na Sua Ressurreição.

A leitura atenta da Paixão de Cristo suscita uma inevitável pergunta: quem foram os responsáveis pela morte de Jesus, os judeus ou os romanos?

Na Morte de Jesus misturaram-se motivos políticos e religiosos, embora a responsabilidade mais direta caia – de acordo com a narração evangélica – sobre as autoridades judaicas daquele tempo e não sobre todo o povo.

Porém, a leitura do Evangelho, com um olhar de fé, acaba por descobrir outros responsáveis pela Morte de Cristo, ou seja, todos nós.

Ele foi abatido pelas nossas iniquidades (cf. Is 53,3). Todos nós podemos ouvir, dirigidas a cada um de nós pessoalmente, as palavras que o profeta Natã dirigiu a Davi quando este lhe perguntou quem foi o malvado que matou a única ovelha do pobrezinho. Ele responde: “Esse homem és tu!” (II Rs 12,7) .

Sim, foi você. Fui eu. Fomos todos nós. Cada homem é responsável pela Morte de Cristo. Não estão sozinhos Judas que O atraiçoou, Pedro que O negou, Pilatos que lavou as mãos e a multidão que repetiu: “Crucifica-O!”, os soldados que repartem entre si as vestes do Condenado, os ladrões criminosos. Estamos todos nessa situação de responsabilidade.

Mas não podemos ficar aqui. Sabemos não só que Jesus morreu verdadeiramente e foi sepultado. Sabemos também que ressuscitou ao terceiro dia, subiu e está sentado à direita do Pai. Morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa salvação.

Desde hoje temos de olhar já para o Domingo de Páscoa. Mas para que este olhar não seja um sentimento vazio, precisamos levá-lo verdadeiramente a sério, isto é, morrer, por intermédio do arrependimento e da confissão dos nossos pecados – sobretudo os pecados mortais – e assim ressuscitar para a vida da Graça.

“Bendito seja o que vem em nome do Senhor!” A liturgia do Domingo de Ramos é como que um pórtico de ingresso solene na Semana Santa.

Esta liturgia associa dois momentos entre si contrastantes: o acolhimento de Jesus em Jerusalém e o drama da Paixão; o “Hosana!” de festa e o grito repetido várias vezes: “Crucifica-O!”; a entrada triunfal e a derrota aparente da morte na Cruz. Assim, antecipa o “momento” em que o Messias deverá sofrer muito, será morto e ressuscitará no terceiro dia (cf. Mt 16,21), e prepara-nos para viver em plenitude o mistério pascal.

Portanto, “Solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti” (Zc 9,9). Jerusalém, a cidade em que vive a memória de Davi rejubila ao receber Jesus. A cidade dos profetas, muitos dos quais nela sofreram o martírio por causa da Verdade. A cidade da paz, que ao longo dos séculos conheceu a violência, a guerra e a deportação.

De certa forma, Jerusalém pode ser considerada a “cidade-símbolo” da humanidade, sobretudo no dramático tempo em que vivemos neste Terceiro Milênio. Por isso, os ritos do Domingo de Ramos adquirem uma particular eloquência. Ressoam confortadoras as palavras de Zacarias: “Exulta de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti: ele é justo e vitorioso, humilde, montado num jumento. O arco de guerra será quebrado. Proclamará a paz para as nações” (Zc 9,9-10). Hoje estamos em festa, porque Jesus – o Rei da Paz – entra em Jerusalém.

“Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!” Ouvimos de novo a clara profissão de fé, pronunciada pelo centurião, que “O viu expirar daquela maneira”. Daquilo que viu, surge o testemunho surpreendente do soldado romano, o primeiro que proclamou que aquele Homem crucificado “era o Filho de Deus”.

Senhor Jesus, também nós vimos como sofreste e como morreste por nós. Fiel até ao extremo, Tu nos libertaste da morte com a Tua morte. Senhor Jesus, como o oficial romano, confessamos a Tua condição de Filho de Deus crucificado. Que nós compreendamos o verdadeiro sentido de Tua paixão e possamos professar: VERDADEIRAMENTE ESTE HOMEM ERA FILHO DE DEUS!

Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel. Hosana nas alturas!

Padre Bantu Mendonça