Não perca a oportunidade de promover o bem


Acredito que não conhecemos nem nos relacionamos com ninguém por um acaso, e todas as relações (sejam elas quais forem) são, antes de mais nada, oportunidades que Deus nos dá para sermos canais de Seu amor neste mundo.

A este respeito, Henri Nouwen afirma, no livro “Mosaicos do Presente”, que, quando tomamos consciência de que a fonte que sustenta nossas relações não são os parceiros em si nem qualquer coisa que possam oferecer um ao outro - por mais gentis que sejam -, mas Deus que, em Sua bondade, une as pessoas para, por meio de cada um, revelar-se a este mundo, todas as nossas relações mudam e ganham um novo sentido.

A verdade é que começamos a perceber que as pessoas com quem convivemos em casa e no trabalho, e também aquelas que encontramos na rua ou no mercado, não são frutos do acaso. Percebemos que, em cada uma, Deus pode revelar Seu amor a nós e, por meio de cada uma delas, também podemos manifestar nosso amor ao Senhor.

Hoje, por exemplo, eu estava indo para o trabalho com um certa pressa, quando fui surpreendida por um rapaz que varria a calçada do prédio. Ele não só parou de varrer para dar-me passagem, como também disse-me: “Bom dia, moça!”. Fiquei meio desconcertada, pois não estava esperando esta atitude. Então, sorri para ele e agradeci, desejando-lhe também um bom dia.

Foi tudo bem rápido, mas continuei meu caminho pensando no fato. Em meio a milhares de pessoas que eu havia encontrado, o rapaz fez a diferença! Inspirada pelo bem que me proporcionou, decidi procurar viver o resto do dia fazendo a diferença também por onde eu for, decidi amar.

Estou revendo minhas atitudes e percebo o quanto estou distante da perfeição que almejo. A atitude do rapaz foi um pretexto de Deus para levar-me além. Fez-me pensar quantas oportunidades tenho perdido de promover o bem na vida das pessoas com gestos de delicadeza. Na verdade, todos nós sabemos o quanto são importantes as pequenas expressões de amor, pois elas fazem toda a diferença neste mundo, no nosso mundo.

Acontece que, mesmo sem tomarmos consciência, somos marcados por lições erradas que o mundo ensina a respeito do amor e acabamos assumindo-as como verdades.

Como que por “contágio” vamos nos tornando egoístas e nos fechamos em nós mesmos, dando como desculpas a pressa, a segurança, o jeito de ser, e seguimos indiferentes a quem está à nossa volta. Mas Deus, que é o puro amor, nos ensina que amar é também acolher o outro independente da condição em que ele se encontra ou do uniforme que está usando. Todo ser humano é criatura amada por Deus e merece, no mínimo, nosso respeito e atenção. Não é por acaso que pessoas entram e saem da nossa vida.

Aquele rapaz varreu não só a calçada do prédio em que trabalha, mas, com sua atitude, varreu também a poeira do meu coração que estava envolto pela pressa e pelas sombras do ativismo. Ele, certamente, nem imagina o bem que me fez! Não conheço seus sonhos, sua família e penso que, se reencontrá-lo, já não recordo-me de sua face. No entanto, seu gesto mudou o meu dia.

Fico pensando nas minhas atitudes e me pergunto: “Será que estou conseguindo transmitir o amor de Deus àqueles que cruzam meu caminho?”. Jesus disse: “O que vocês desejam que os outros lhes façam, também vocês devem fazer a eles” (Lc 6,31).

Portanto, fiquemos atentos e sejamos criativos e empenhados na prática desta palavra. Que hoje ninguém passe em vão ao seu lado, pois os relacionamentos não são frutos do acaso. São acenos de Deus.

Estamos juntos!

Dijanira Silva

5º Domingo da Páscoa


Na 1ª leitura, Paulo e Barnabé visitam as novas comunidades e instituem lideranças locais, para que permaneçam firmes na fé. Concluindo a primeira viagem missionária, eles retornam à Antioquia da Síria e narram as maravilhas que Deus realizou através deles, abrindo a porta da fé para os gentios.

Na 2ª leitura, Deus permanece conosco, para manter vivo o sonho de um novo céu e uma nova terra, uma nova Jerusalém. A salvação se manifesta realizando a nova criação, a vitória completa da vida sobre a morte, o caos, a destruição.

O evangelho faz parte dos discursos de despedida e apresenta o novo mandamento do amor fraterno no contexto da última ceia. O Pai é glorificado no Filho exaltado na cruz, com sua vitória sobre a morte pela ressurreição. Como um pai que deixa um testamento aos filhos, Jesus se dirige aos discípulos, dizendo: Eu vos dou um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei. Assim, o Mestre Jesus oferece um sentido novo ao mandamento do amor ao próximo, mediante a entrega da própria vida por amor. O amor mútuo torna-se o sinal distintivo dos seguidores/as de Cristo: Nisto conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros. Trata- -se de um amor gratuito, recíproco, manifestado em gestos concretos de solidariedade. Antes de manifestar o amor extremo na cruz, Jesus ora pela fidelidade dos discípulos, para que o amor com que o Pai o amou esteja neles, e ele mesmo esteja neles.

Revista de Liturgia

O nosso Deus é presente


Diante das tantas dificuldades pelas quais passamos – situações de traição, abandono, desconfiança, injustiça, calúnia, fofoca, doença, desemprego, complicada situação financeira -, Jesus confortou os Seus discípulos para que não se preocupassem. Assim também hoje e neste Evangelho acontece. Jesus nos dirige palavras de conforto. Ele mostra que jamais nos deixou abandonados.

O nosso Deus é presente. É preciso vivermos a certeza de que Ele está no meio de nós dando-nos força e coragem para que, a cada dia, avancemos rumo à meta. Sabemos que o caminho é duro demais e, muitas vezes, parece sem fim. E o melhor, então, é sentar e desistir. Todavia, meu filho, o mérito, a vitória, o segredo, ou seja, o trunfo de tudo isto está em saber que, enquanto caminhamos, ouçamos – e sintamos! – ecoar dentro de nós as santas palavras de Jesus: “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também”.

Com Jesus e por Jesus somos mais que vencedores. Ele é a única solução para nossas vidas. Ele é o caminho que nos conduz à casa do seu e nosso Pai. Quero relembrar a figura da porta: Jesus é a porta de entrada para a casa do Pai.

Se com fé, confiança e perseverança você clama por Jesus, Ele virá erguê-lo ainda que você esteja no fundo do poço. Com Jesus e pela força da oração tudo pode ser mudado!

Isto não são falácias, sofismas. Quem nos garante é o próprio Senhor: “quando eu tiver ido, preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais também vós”.

Na dúvida de Tomé, Jesus já respondeu a minha e a sua dúvida. Portanto, creia! Acredite, professe a sua fé em Jesus que é o Caminho, a Verdade e a Vida que nos conduz até Deus, nosso Pai.

Padre Bantu Mendonça

O bom humor e a alegria contagiam


Recentemente, estive no Nordeste do país para pregar em alguns encontros e acampamentos. Fiquei alguns dias nas capitais até partir para um encontro para comunidades. Conduziram-me, então, a um lugar chamado Brejo das Freiras, no sertão do Nordeste. Era sábado de manhã e o retiro da comunidade se iniciaria com a missa. Aos poucos, o povo foi chegando e enchendo aquele barracão armado com imensas lonas de cor preta que deveria acomodar toda aquela gente que chegava sem parar. Uns a pé, outros em ônibus fretados, em caravanas. Fiquei emocionado ao ver a disposição e alegria que eles traziam em suas canções, gestos e instrumentos de corda e percussão.

Logo que fiz a primeira animação e pregação do encontro, percebi a alegria que contagiava e aquecia a todos, pois debaixo daquele barracão eu suava mais que tampa de panela com água fervendo. 

Nas conversas dos intervalos, conheci algumas pessoas e suas comunidades. Uma delas possuía o carisma de evangelizar pelas estradinhas de chão quente que davam acesso ao litoral. Outra ia pelo sertão, por lugares secos e quentes, com a missão de evangelizar também. Muitas das comunidades fabricavam farinha e vendiam-na nas estradas e rodovias que davam acesso ao litoral para sobreviver.

Gente de Deus mesmo, um povo de fé, um oásis no deserto. Nada é obstáculo para quem tem o coração cheio de alegria!

Lembrei-me, então, de quando eu jogava futebol profissional em um time chamado São José, da cidade de São José dos Campos (SP). Um colega me convidava insistentemente para que eu fosse ao grupo de oração que ele frequentava. Sem ter mais desculpa para safar-me de tal convite, acabei aceitando.

Assim que entrei na igreja, vi uma pessoa ensinando as outras a cantar e executar as coreografias das músicas selecionadas para acompanhar as orações. Eu não sabia nada, nem cantar e muito menos fazer todos aqueles gestos sincronizados. Ao meu lado, estava um senhor de aproximadamente setenta anos. Ele fazia tudo com tanto entusiasmo e alegria que acabou por me seduzir.

Deus usou aquele homem para tocar meu coração; eu no auge da minha juventude não era feliz como aquele senhor de setenta anos. Experimentei, lá no Nordeste, o mesmo sentimento de anos atrás, no primeiro grupo de oração que entrei, depois de muitos anos sem ir a uma igreja.

São José dos Campos, uma grande cidade, e Brejo das Freiras, no sertão nordestino, ficaram igualadas no fim Deus e na alegria contagiante das pessoas que encontraram o grande tesouro: Jesus Cristo vivo e ressuscitado.

Em Brejo das Freiras aprendi três coisas importantes:

1ª – Devemos ser felizes independente da situação externa: Quantas pessoas dependem de outras para serem felizes, dependem do time que torcem, do saldo bancário, do holerite no fim do mês, do elogio do outro... Enfim, somos Bartimeu todas as vezes em que dependemos do externo ou das “esmolas” dos outros para sorrir e ser felizes, pois a verdadeira felicidade é a que vem de dentro para fora. Se dependemos do externo, viveremos muitos altos e baixos em nossas vidas.

2ª – A situação externa não pode impedir que encontremos Jesus: Conheço pessoas que não tiveram uma experiência com Jesus, pois vivem dizendo que estão ocupadas, estão trabalhando muito ou ainda dizem “agora que me casei...”, “agora que nasceu meu filho...” etc. O externo as impediu de ter uma experiência com Jesus, de dar um “salto” e ir até Ele.

Nesse caso, Bartimeu nos ensina como devemos agir. Ele que vivia em condições externas precárias, além de marginalizado, isolava-se e cobria-se com uma grossa capa.

Mas, ao ouvir os passos da multidão que acompanhava Jesus por aquelas ruas de Jericó, não teve dúvidas e começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim!”.

Renunciemos a toda situação que nos impede de fazer a experiência com Aquele que quer curar as nossas cegueiras e mudar a nossa história.

3ª – Aprendi também com a farinha: Que é fonte de sustento para muitas comunidades e serve para três coisas:

- Engrossar o que está ralo (fino)

- Esfriar o que está quente

- Aumentar o que está pouco

Seja feliz com a sua farinha!

Conclusão: Vamos nos aproximar de pessoas felizes e bem resolvidas. Elas, certamente, encontraram o “Tesouro Maior” e trocaram tudo por Ele.

Astromar Miranda Braga
Retirado do livro "Tome a decisão! Lance fora a capa e mude a sua vida"

4º Domingo da Páscoa


Paulo e Barnabé, na 1ª leitura, estão evangelizando em Antioquia da Pisídia. Cheios do Espírito Santo são constituídos luz das nações para levar a salvação a todos os povos, que se deixam atrair pela Palavra.

Jesus, o Cordeiro pascal, vencedor da morte, é o pastor que conduz às fontes de água viva na 2ª leitura.

No Evangelho, Jesus é o Bom Pastor, pois entrega a vida pela salvação das ovelhas, libertando-as do mercenário. Mas para receber a vida doada até o fim por amor, é necessário conhecer e escutar a sua voz . Como Ele, que escutou e seguiu a voz do Pai, é preciso seguir sua palavra para ter a vida plena. A vida e as ações de Jesus manifestam a presença do Pai, como pastor que conduz a vida do povo. Quando os maus pastores desviaram as ovelhas do caminho, Deus as reconduziu, prometendo a chegada de um pastor messiânico. Ninguém pode arrebatar as ovelhas da mão do Pai, pois elas foram confiadas a Jesus, o Messias, que veio para que todos tenham vida em abundância. A identidade e a missão de Jesus se revelam na unidade com o Pai: Eu e o Pai somos um. A comunhão entre o Pai e o Filho inclui os que creem: Que todos sejam um, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste.

Revista de Liturgia

Família: lugar insubstituível da iniciação à vida cristã


Dentro de qualquer projeto de evangelização, a família cristã deve ocupar um espaço privilegiado. Muitas são as famílias esperando pelo evento salvífico de Jesus Cristo. Abrir as portas e os corações dos casais e famílias afastados da comunidade eclesial à proclamação do Evangelho é um desafio e um compromisso do qual não se pode fugir.

A missão evangelizadora é de todo o Povo de Deus. “Evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade. Ela existe para evangelizar” (EN, 14). A evangelização, contudo, encontra seu primeiro foco ou centro de irradiação na família: ela é ao mesmo tempo sujeito e objeto de evangelização (cf. Puebla, 569).

Olhando para a realidade da família hoje e para os “novos tipos” de família que vão surgindo, urge uma radical transformação no modo de evangelizá-las. Meios utilizados em outros tempos para o anúncio de Jesus Cristo já não alcançam a mesma eficácia de antes. Até a família, chamada a transmitir a fé e os valores perenes, já não possui o mesmo fôlego de outras épocas para cumprir esta missão indispensável. “A mudança de época exige que o anúncio de Jesus Cristo não seja mais pressuposto, porém, explicitado continuamente” (Doc. 94 – CNBB, n. 39).

Uma efetiva iniciação à vida cristã começa já no seio materno. Ao transmitir a vida a um filho, o amor conjugal produz uma pessoa, nova, singular, única e irrepetível. Neste momento começa para os pais o “ministério” da evangelização (cf. Puebla, 584).

No coração do anúncio está Jesus Cristo, professado e testemunhado. A família transmite a fé que vive. Os pais não podem transmitir aquilo em que não acreditam e que não vivem. Não se pode transmitir o Evangelho, se na base não houver o desejo de viver com Jesus, no Espírito, a experiência do Pai.

Para educar os filhos na fé e ajudá-los a conhecer Jesus Cristo, fascinar-se por Ele e optar por segui-Lo, é necessário que os pais façam a experiência do encontro pessoal com Cristo.
Portanto, transmitir a fé significa, sobretudo, transmitir o Evangelho que permite conhecer Jesus Cristo, Filho de Deus. Ao exercerem esta missão, os pais deveriam interrogar-se continuamente sobre a qualidade da sua fé, sobre o modo de serem cristãos, de serem discípulos de Cristo enviados a anunciá-Lo à sua família e à sociedade.

No interior de uma família que tem consciência desta missão, todos os seus membros evangelizam e são evangelizados. Assim sendo, a família cristã é a primeira comunidade chamada a anunciar o Evangelho à pessoa humana em crescimento e levá-la, através de uma catequese e educação progressiva, à plenitude da maturidade humana e cristã.

Imagem da família divina, a família cristã procura imitar a família de Nazaré, lugar onde crescer em sabedoria e graça de Deus (cf. Lc 2, 40), onde fortalecer a fé, a esperança e o amor, onde criar espaço para a oração e o diálogo, onde a fraternidade aconteça e a dignidade de todos seja respeitada.

Convido as famílias cristãs a render graças a Deus pela evangelização recebida e, ao mesmo tempo, a que prossigam com entusiasmo na missão de evangelizar. Os esposos evangelizando-se mutuamente, os pais evangelizando os filhos, os filhos evangelizando os pais; enfim, famílias inteiras evangelizando outras famílias com renovado ardor missionário e apostólico.

Jesus, Maria e José, abençoem as famílias, fortalecendo-as na coragem de ousar novos caminhos na transmissão da fé.

Dom Nelson Westrupp, scj

3º Domingo da Páscoa


Na 1ª leitura , os discípulos perseveram na difusão do evangelho, não obstante os desafios e perseguições, afirmando que é preciso obedecer a Deus antes que aos homens.

A 2ª leitura ressalta a soberania universal de Cristo ressuscitado, pois ele é digno de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor. Estas sete expressões de louvor e adoração glorificam Jesus, o Cordeiro imolado, pela sua obra em favor da humanidade.

No Evangelho, a aparição de Jesus ressuscitado nas margens do mar de Tiberíades revigora a missão dos discípulos de serem pescadores de gente. Pedro e os companheiros entram no mesmo barco, pescam a noite toda sem sucesso. Porém, de manhã, a confiança na palavra do Ressuscitado leva a encher a rede de peixes e a expressar a fé: é o Senhor. O número cento e cinquenta e três simboliza, sobretudo, o sentido universal da missão, cuja eficácia é assegurada pela comunhão com o Ressuscitado. O convite a participar da refeição, preparada pelo Senhor, abre os olhos da fé dos discípulos. Jesus, durante o ministério, havia abençoado e multiplicado pães e peixes para saciar a fome do povo e, agora, Pedro é chamado a apascentar e guiar as ovelhas do bom pastor. A resposta de Pedro à tríplice pergunta de Jesus revela o seu amor incondicional ao rebanho que o reconduz no caminho do discipulado, após a negação na hora da paixão. Segue-me é a exigência do Mestre.

Revista de Liturgia

Cultivando a alegria


“A alegria do coração é a vida da pessoa, tesouro inexaurível de santidade, a alegria da pessoa prolonga-lhe a vida. Tem compreensão contigo mesmo e consola teu coração; afugenta para longe de ti a tristeza. A tristeza matou a muitos e não traz proveito algum” (Eclo 30,23-25).

A alegria é tão importante quanto o desenvolvimento da inteligência. É sábio dedicar-se ao cultivo da alegria. Como na agricultura, todo cultivo requer cuidado. Cultivar a alegria é coisa de gente inteligente, de gente esperta!

Existem momentos da nossa vida em que precisamos dar um ponto final na tristeza. Minha mãe foi uma dessas que optou pelo cultivo da alegria em seu coração. Ela sofreu demais com a morte do meu irmão mais velho e, durante muito tempo, a tristeza tomou conta de seu interior. Pense em uma mulher que, durante a vida inteira, foi gastando o seu coração para o bem dos outros, e somada a esse desgaste vem a perda de um filho num dia tão marcante! A tristeza havia habitado seu interior.

Um dia, cheguei para ela e disse: “Mãe, olha pra mim. O Mário se foi! Mas eu fiquei!”.

Ela precisava reagir mesmo sendo idosa. Por mais doloroso que fosse, ela optou por viver a alegria e a paz que só Jesus nos dá. Minha mãe teve que tirar os olhos do meu irmão e olhar para mim. Ela optou, naquela hora, em deixar a tristeza de lado e cultivar a alegria por mim!

Não sei a sua idade nem quais são as suas perdas. Só sei de uma coisa: é hora de reagir! Olhe para Jesus, pois Ele pode lhe dar a alegria completa. Seja alegre e gere alegria, assim você verá como isso é gratificante! Só conseguiremos contagiar uma sociedade com a “alegria completa” se estivermos ligados a Jesus. Ele é a verdadeira esperança, ele é a verdadeira alegria.

Faça uma radiografia da sua vida, olhe no espelho e pergunte: eu sou alegre? Eu sou feliz? Depois disso, continue a olhar para o espelho e imagine a próxima geração feliz e alegre. Isto é possível ou impossível?

Afirmar que o mundo necessita da sua alegria. Isso é impossível ou possível? Quando falamos em mundo estamos falando em sociedade, em pessoas, e isso precisa causar gratidão em cada um de nós. Este é o maior reconhecimento a que precisamos aspirar: “gerar alegria nos outros”. Nessa vida, podemos ser duas coisas: instrumento de vida ou instrumento de morte. De que lado você está? Seja um especialista em fazer o bem!

Quem não quer ter a alegria no coração? Você conhece pessoas que são inteligentes e sábias, mas tristes? O que você tem cultivado no coração? Tudo que você é e faz tem sido o suficiente para causar alegria?

Cultivar a tristeza é pecado grave. Um fruto que cada um precisa dar é o fruto da alegria, um inesgotável tesouro de santidade!

Cleto Coelho
Extraído do livro Tem jeito!

2º Domingo da Páscoa

Na 1ª leitura, a fé em Cristo, vencedor da morte, move os apóstolos a realizarem sinais e prodígios em favor do povo.

A 2ª leitura nos mostra que os cristãos enfrentaram tribulações por causa da Palavra e do testemunho de Jesus. Sua missão é sustentada pela força do Ressuscitado: Não temas, eu sou o Primeiro e o Último, aquele que vive.

No Evangelho, Jesus se manifesta aos discípulos reunidos, para celebrar o memorial de sua Páscoa, no primeiro dia da semana, ao entardecer do domingo. A morte de Cristo havia abalado a esperança, sinalizando o fim dos sonhos messiânicos. Mas a presença do Ressuscitado liberta e comunica a paz (shalom), como a plenitude dos bens prometidos. Os sinais da paixão, as mãos e o lado, identificam o Ressuscitado como o Crucificado, transforma a tristeza dos discípulos em alegria. Plenificados pelo sopro divino, os discípulos continuam a missão: Como o Pai me enviou também eu vos envio. Oito dias depois, o Ressuscitado transmite novamente a paz aos discípulos reunidos e vai ao encontro de Tomé, transformando-o com sua luz. Então, Tomé professa a fé, reconhecendo Jesus crucificado e exaltado como Senhor e Deus. Ele representa os que acreditam no Senhor por meio do Espírito, os bem-aventurados que não viram e creram.

Revista de Liturgia

Tenha sempre tempo para os seus filhos


Os pais perdem os seus filhos de muitas maneiras, uma delas é não tendo tempo para eles. Trabalham, trabalham, trabalham... No tempo escasso que lhes sobram, não podem estar com os filhos, porque precisam descansar e fazer "outras coisas".

Ora, educar os filhos é uma tarefa que exige "estar com eles". É preciso de tempo; e tempo, convenhamos, é uma questão de prioridade e escolha. Se você não acha tempo para o seu filho, entenda, é porque ele não é importante para você.

É acompanhando os pequenos, no dia a dia, que temos a oportunidade de corrigi-los. Os pais precisam participar da vida de seus herdeiros, para que eles se sintam valorizados e amados. Precisam saber o que eles estão estudando, como estão indo na escola, que problemas enfrentam. A principal carência dos nossos jovens, hoje, é a falta de amor dos pais, que se manifesta na sua ausência e omissão.

Os filhos crescem rápido; não mais do que 18 anos e eles já estão se separando de nós para viver a própria vida. O que não foi feito na hora certa, não poderá ser feito depois.

Viva com o seu filho, viva no meio dele, conheça seus amigos, procure saber aonde ele vai, com quem está. Convide-o a trazer seus amigos para a sua casa. Participe amigavelmente de sua vida.

Felipe Aquino
Extraído do livro Educar pela conquista e pela fé