Solenidade do Corpo de Cristo

Melquisedec, na 1ª leitura, ao oferecer pão e vinho, prefigura a oferta de Cristo.

Na 2ª leitura, o pão partido e o cálice simbolizam a vida de Jesus doada pela nossa salvação. Enquanto celebramos a eucaristia, memorial e anúncio de sua morte e ressurreição, aguardamos a realização plena do Reino.

No Evangelho, a multiplicação dos pães ressalta a missão salvífica de Jesus, que veio saciar a fome mediante a entrega da vida. Após o retorno da atividade missionária dos apóstolos, isto é, os enviados, Jesus retira-se com eles para Betsaida. Em oração, como de costume, ele mostra que o caminho do discipulado consiste em compartilhar sua missão, mas também sua entrega e destino, simbolizados pela cruz. As multidões seguem Jesus, pois eram como ovelhas sem pastor. Os discípulos ainda não compreendem a Boa Nova do Reino, pois aconselham despedir o povo, para que possa ir aos povoados e campos vizinhos procurar comida e hospedagem. O Mestre ensina a praticar a solidariedade com seu exemplo e ordena de forma imperativa: Dai-lhes vós mesmos de comer. No relato da instituição da eucaristia e do encontro do Ressuscitado com os discípulos de Emaús, Jesus abençoou o pão, partiu-o e deu aos discípulos. Sua entrega total por amor proporcionou saciar a fome plenamente e encher doze cestos com as sobras.

Revista de Liturgia

Domingo da Santissima Trindade

A 1ª leitura salienta que a sabedoria divina está presente em todas as coisas criadas e se alegra em estar com os filhos dos homens.

A 2ª leitura ressalta que o amor de Deus manifestado na vida, morte e ressurreição de Cristo e derramado em nossos corações pelo Espírito Santo possibilita viver na esperança, que não decepciona.

O evangelho acentua que o mistério do amor de Deus Pai é revelado pelo Filho e permanece atuante através do Espírito. Jesus, antes de sua páscoa, orienta os discípulos a pautarem a vida com seus ensinamentos. As palavras e as ações realizadas pelo Mestre serão compreendidas plenamente após sua ressurreição, mediante o Espírito da Verdade que guiará em toda a verdade. O Espírito proporciona conhecer as Escrituras, o plano de amor do Pai realizado na obra redentora do Filho. A ação eficaz do Espírito Santo resulta da comunhão perfeita entre o Pai e o Filho: Eu e o Pai somos um. Tudo o que o Pai tem pertence a Jesus, pois foi revelado através de sua vida e missão. Como Jesus, glorificou o Pai pela obra salvífica, o Espírito glorificará Jesus, porque receberá do que é dele para anunciá-lo aos discípulos que realizarão grandes obras em seu nome: Quem crê em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas.

Revista de Liturgia

22 de maio - Dia de Santa Rita de Cássia

Nasceu na Itália, em Cássia, no ano de 1380. Seu grande desejo era consagrar-se à vida religiosa. Mas, segundo os costumes de seu tempo, ela foi entregue em matrimônio para Paulo Ferdinando.

Tiveram dois filhos, e ela buscou educá-los na fé e no amor. Porém, eles foram influenciados pelo pai, que antes de se casar se apresentava com uma boa índole, mas depois se mostrou fanfarrão, traidor, entregue aos vícios. E seus filhos o acompanharam.

Rita então, chorava, orava, intercedia e sempre dava bom exemplo a eles. E passou por um grande sofrimento ao ter o marido assassinado e ao descobrir depois que os dois filhos pensavam em vingar a morte do pai. Com um amor heroico por suas almas, ela suplicou a Deus que os levasse antes que cometessem esse grave pecado. Pouco tempo mais tarde, os dois rapazes morreram depois de preparar-se para o encontro com Deus.

Sem o marido e filhos, Santa Rita entregou-se à oração, penitência e obras de caridade e tentou ser admitida no Convento Agostiniano em Cássia, fato que foi recusado no início. No entanto, ela não desistiu e manteve-se em oração, pedindo a intercessão de seus três santos patronos – São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolas de Tolentino – e milagrosamente foi aceita no convento. Isso aconteceu por volta de 1441.

Seu refúgio era Jesus Cristo. A santa de hoje viveu os impossíveis de sua vida se refugiando no Senhor.

Rita quis ser religiosa. Já era uma esposa santa, tornou-se uma viúva santa e depois uma religiosa exemplar.

Ela recebeu um estigma na testa, que a fez sofrer muito devido à humilhação que sentia, pois cheirava mal e incomodava os outros. Por isso teve que viver resguardada.

Morreu com 76 anos, após uma dura enfermidade que a fez padecer por 4 anos.

Hoje ela intercede pelos impossíveis de nossa vida, pois é conhecida como a “Santa dos Impossíveis”.

Santa Rita de Cássia, rogai por nós!

Um novo Pentecostes


Um novo Pentecostes, existencial e espiritual, deve acontecer sempre, em todas as épocas e para todos os cristãos. A passagem de direito para a nova aliança dá-se no instante preciso do batismo, mas a passagem moral, psicológica – ou de fato – requer uma vida inteira. Pode-se viver objetiva e historicamente sob a graça, mas subjetivamente, com o coração, sob a lei.

Cristo nos libertou para que fôssemos livres: “ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da escravidão” (Gl 5,1). Viver na nova aliança é como nadar contra a correnteza; se parar de nadar, a pessoa é arrastada pelas águas. Continuamente, todos os dias, é preciso renovar a novidade.

A novidade cristã é ofuscada quando se insiste unilateralmente nos deveres, nas virtudes, no que deve ser feito pelo homem, quando a graça é vista como um auxílio para o homem, a fim de suprir o que ele não pode fazer sozinho.

O centro de atenção desloca-se de Deus para o homem e da graça para a lei. Os homens podem dar leis, mas só Jesus Cristo pode, com Seu Espírito, nos dar a graça de vivê-las.

Em consequência do pecado, o ser humano não consegue ver a grandeza da nova aliança, pois está impedido por uma espécie de véu, que será removido somente quando nos convertermos ao Senhor (cf. II Cor 4,14ss).

É preciso despojar-se de tudo o que é velho e ultrapassado. É preciso cantar o cântico novo, mas esse cântico só pode ser cantado por homens novos, e homens novos necessitam de coração novo. Com o Pentecostes, tudo é novo: novo testamento, vinho novo, cântico novo, vaso novo e homem novo. Só quem tem coração novo é capaz de cantar o cântico novo.

Cristo nos deu um mandamento novo: amar-nos uns aos outros como Ele nos amou. É este amor que nos renova, fazendo-nos homens novos, herdeiros do testamento novo, cantores do cântico novo.

Um novo Pentecostes precisa ir além da experiência dos carismas. Por mais importantes que sejam, eles são apenas um sinal de algo muito mais profundo. Se o primeiro Pentecostes celebrava o dom da lei, o novo Pentecostes é o grande presente de Deus, que cria o coração novo e a nova aliança, possibilita-nos um jeito novo de amar e servir a Deus.

Além da profecia de Joel sobre os carismas, que é a certeza da realização do derramamento do espírito profético sobre todos os fiéis, também o novo Pentecostes é o cumprimento da profecia de Ezequiel e de Jeremias sobre o coração novo.

O Espírito Santo é muito mais do que a manifestação carismática. Antes, é um princípio de vida nova. Ele permite e realiza a renovação da Igreja, não só em seu aspecto exterior, mas, sobretudo, consiste na renovação do coração.

Para cada um de nós, a porta de entrada para este novo Pentecostes atuante na Igreja é uma renovação do batismo. O fogo do Espírito nos foi depositado nesse sacramento; devemos remover a camada de cinzas para que volte a arder e nos tornemos capazes de amar.

Padre Léo
Retirado do livro Renovados pelo Espírito Santo

Domingo de Pentecostes


Na 1ª leitura, o vento forte e o fogo simbolizam a manifestação de Deus, iluminando a caminhada do povo. O Espírito é como um fogo, que proporciona escutar e anunciar a palavra de Cristo na própria língua, nas diferentes culturas.

A 2ª leitura ressalta a comunhão no mesmo Espírito, na diversidade de dons, ministérios e atividades, suscitados em benefício da comunidade, corpo de Cristo. Reconhecendo Jesus como Senhor, o Ressuscitado, vivemos a vida nova como força unificadora contra todas as divisões.

No Evangelho, Jesus ressuscitado se manifesta na comunidade reunida no primeiro dia da semana em memória de sua páscoa. Ele comunica a paz e sua presença, identificada com os sinais da paixão, alegra e motiva a superar o medo. Do seu lado transpassado flui a vida nova, o Espírito, dom da entrega na cruz por amor. O sopro do Espírito infunde a vida e proporciona criar um mundo reconciliado de paz e fraternidade. Evoca Gênesis, quando Deus soprou e tornou o ser humano vivente, capaz de seguir o desígnio criador. Jesus envia os discípulos a testemunhar o dom da paz, a fim de reconciliar o mundo com Deus, contribuindo para libertá-lo das forças do mal. O Espírito leva a permanecer em comunhão com Cristo ressuscitado, como os ramos ligados à videira, para produzir muitos frutos, para sair de si e colaborar na realização plena do Reino de Deus.

Revista de Liturgia

Sim, Senhor, eu Te amo


Apesar das nossas fragilidades, precisamos responder, com mais convicção, o tamanho do nosso amor pelo Senhor.

‘Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?’ Pedro respondeu: ‘Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo’. Jesus disse: ‘Apascenta os meus cordeiros’ (Jo 21,15).

A pergunta que Jesus faz a mim e a você: “Tu me amas mais que estes? Tu me amas mais do que isto? Tu me amas mais que a sua casa, do que a sua família? Tu me amas mais do que os outros?”. A resposta que deveria ou deve vir do nosso coração é: “Sim, Senhor, eu Te amo”.

Nós não precisamos ter dúvidas do amor que Deus tem por nós, pois Ele, mais do que tudo, já nos convenceu do tamanho do amor que Ele tem para conosco. Como grande é o amor de Deus por cada um de nós!

Apesar das nossas fragilidades, precisamos responder, com mais convicção, o tamanho do nosso amor pelo Senhor. Não é simplesmente responder da boca para fora, mas que a nossa vida seja um testemunho vivo, do tamanho do amor que nós temos por Deus.

Que nós nos deixemos, hoje, ser envolvidos por esse amor grandioso de Deus, e que ele toque o nosso coração, todo o nosso ser. E, apesar de nossas fraquezas, pecados e quedas, possamos nos soerguer e dizer: “Sim, Senhor, Tu sabes que eu Te amo”.

Deus abençoe você.

Padre Roger Araújo

É a hora do Rosário


Desde os meus cinco anos de idade, no colo de minha mãe, aprendi a rezar o Terço e o Rosário (mistérios gozosos, luminosos, dolorosos e gloriosos) de Nossa Senhora. Todos os dias, às 18h, nossa família se reunia para a oração. Cada filho puxava um mistério. Graças a essa devoção a Maria, nunca presenciei, um dia sequer, de desespero, desânimo ou tragédia em nosso lar.

Aos 15 anos, saí de casa para continuar meus estudos, mas jamais consegui ficar sem rezar o Terço. Maria se faz presente nesta hora e ajoelha-se conosco para interceder a Deus por nós.

Hoje, mais do que nunca, reza-se o Terço, graças a Deus; e muitos são os que rezam o Rosário todos os dias. É a “corrente” com a qual Maria tem amarrado o seu inimigo, satanás. 

Desde as aparições, em Fátima (1917), ela tem falado: “Não há problema de ordem espiritual ou material, pessoal, familiar, nacional ou internacional que não possa ser solucionado com a oração do Terço”.

Ao beato Alan de la Roche, Nossa Senhora prometeu: todos que rezarem o Terço terão:

1º – Sua proteção especialíssima na vida; 
2º – Uma morte feliz;
3º – A salvação eterna da sua alma;
4º – A morte com a certeza dos sacramentos;
5º – A não flagelação pela miséria;
6º – A obtenção de tudo por meio do Rosário;
7º – A devoção do Rosário como sinal certo de salvação;
8º – O livramento do Purgatório no dia em que morrerem;
9º – Uma grande glória no Céu;
10º – Aos que propagarem a devoção do Rosário, promete socorrer em todas as suas necessidades.

São Domingos, por volta do ano mil, lutava sem sucesso contra os hereges do seu tempo: os cátaros, huguenotes e albigenses. Foi quando Nossa Senhora deu-lhe a “arma” do Rosário. Com ele, São Domingos conseguiu a conversão de mais de 100 mil hereges, conta a tradição.

Os Papas amaram o Rosário e tiveram grande devoção a ele. É a prova da sua importância. O beato João Paulo II disse: “O Terço é a minha oração predileta. A todos, exorto, cordialmente, que o rezem”.

Nesses tempos de violência e maldade, no qual o demônio, como nunca, investe contra a família e os filhos de Deus, é preciso refugiarmo-nos sob a proteção daquela que, desde os primórdios, recebeu de Deus o poder e a missão de esmagar-lhe a cabeça. O instrumento maior dessa devoção é o Rosário.

O grande valor do Rosário é o fato de ele ser “Cristocêntrico”, isto é, centrado em Cristo. Nos mistérios do Rosário, contemplamos, com devoção e afeto, a nossa redenção realizada por Jesus. Nada é mais útil para o aperfeiçoamento da vida cristã. Enquanto o rezamos, juntos com Maria, por Maria e em Maria, associamo-nos ao Mistério do amor de Jesus que se fez homem para nos salvar.

Aí está o seu profundo valor teológico. Muitos se enganam achando que o Rosário é apenas uma exaltação de Maria; não, é a exaltação de Jesus por Maria. Em cada Ave-Maria dizemos: “bendito é o FRUTO do vosso ventre”.

E esse fruto é Jesus.

Felipe Aquino
Extraído do livro "Entrai pela porta estreita"

13 de Maio - Dia de Nossa Senhora de Fátima


Segundo as memórias da Irmã Lúcia, podemos dividir a mensagem de Fátima em três ciclos: Angélico, Mariano e Cordimariano.

O Ciclo Angélico se deu em três momentos: quando o anjo se apresentou como o Anjo da Paz, depois como o Anjo de Portugal e, por fim, o Anjo da Eucaristia.

Depois das aparições do anjo, no dia 13 de maio de 1917, começa o ciclo Mariano, quando a Santíssima Virgem Maria se apresentou mais brilhante do que o sol a três crianças: Lúcia, 10 anos, modelo de obediência e seus primos Francisco, 9, modelo de adoração e Jacinta, 7, modelo de acolhimento.

Na Cova da Iria aconteceram seis aparições de Nossa Senhora do Rosário. A sexta, sendo somente para a Irmã Lúcia, assim como aquelas que ocorreram na Espanha, compondo o Ciclo Cordimariano.

Em agosto, devido às perseguições que os Pastorinhos estavam sofrendo por causa da mensagem de Fátima, a Virgem do Rosário não pôde mais aparecer para eles na Cova da Iria. No dia 19 de agosto ela aparece a eles então no Valinhos.

Algumas características em todos os ciclos: o mistério da Santíssima Trindade, a reparação, a oração, a oração do Santo Rosário, a conversão, a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria. Enfim, por intermédio dos Pastorinhos, a Virgem de Fátima nos convoca à vivência do Evangelho, centralizado no mistério da Eucaristia. A mensagem de Fátima está a serviço da Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A Virgem Maria nos convida para vivermos a graça e a misericórdia. A mensagem de Fátima é dirigida ao mundo, por isso, lá é o Altar do Mundo.

Expressão do Coração Imaculado de Maria que, no fim, irá triunfar é a jaculatória ensinada por Lúcia: “Ó Meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do Inferno, levai as almas todas para o Céu; socorrei principalmente as que mais precisarem!”

Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!

Domingo da Ascensão do Senhor

A 1ª leitura narra a ascensão como coroamento da obra redentora realizada por Jesus e apelo para anunciar a vida nova do Reino. Ungidos com o Espírito Santo, os discípulos testemunharão Cristo e sua mensagem de esperança até os confins da terra.

A 2ª leitura acentua que Deus revelou a grandeza do seu amor na ressurreição e exaltação de Cristo, constituído-o Senhor do universo, cabeça da Igreja, que é o seu corpo.

No Evangelho, Jesus, após ter instruído os discípulos com ensinamentos libertadores ao longo do seu ministério, volta ao Pai glorificado. Os discípulos, iluminados pela fé pascal, compreendem que a promessa da Escritura sobre a paixão, morte e ressurreição de Cristo foi realizada. A conversão torna-se anúncio da vida nova do Ressuscitado, a ser testemunhada em todas as nações, começando por Jerusalém. Nessa cidade santa, onde Jesus entregou a vida, os discípulos serão revestidos com a força do Espírito Santo prometido. Jesus sobe ao céu enaltecido pelo amor extremo até a cruz, mas continua na comunidade dos discípulos, abençoando-os com sua presença viva, ressuscitada. A alegria dos discípulos, diante da manifestação da salvação em Cristo, lembra a dos pastores em adoração ao Verbo que chega à plenitude da sua encarnação com a oferta pascal da própria vida. Lucas termina a narrativa do evangelho com uma ação litúrgica no templo, como havia começado .

Revista de Liturgia

O que é a plena verdade?

“Quando porém vier o Espírito da verdade, Ele vos conduzirá à plena verdade”.

Infelizmente, vivemos num mundo cercado de mentiras, de falsidades e hipocrisias, de coisas que parecem ser, mas não são. Nós nos cercamos de falsas verdades, mas, quando assumimos a vida no Espírito, percebemos que Ele é a verdade. Primeiro, porque, na vida d’Ele, não há lugar para a mentira nem para vida hipócrita; e esse mesmo Espírito nos dá conhecimento pleno do que é verdadeiro.

A primeira verdade que Ele nos dá a conhecer é o nosso interior, aquilo que somos de fato, da forma como somos conhecidos por Deus. Nós não nos conhecemos muito bem e, muitas vezes, vivemos de “fachadas” ou “maquiados”. Muitas vezes, aparentamos ser aquilo que não somos e, se realmente queremos transformação interior, cura e conversão em Deus, o que precisamos é nos conhecer no Espírito de Deus, pois Ele nos dá a graça de nos conhecermos como de fato somos.

Essa verdade não é para julgar nem condenar ninguém, mas, ao contrário, para nos revestirmos de uma caridade maior na convivência uns com os outros. Esse Espírito nos conduz à verdade plena que é o amor de Deus. É muito bom termos os conhecimentos científicos que o mundo da ciência nos proporciona, mas a verdade definitiva é aquela que está no coração de Deus. Ela não é contrária ao conhecimento científico, mas este não é pleno. O único conhecimento pleno, a única verdade plena que existe é Deus e, por esse motivo, devemos mergulhar mais e mais a nossa vida em Deus para estarmos na verdade e para permanecermos nela.

Que o Espírito da verdade venha em nosso socorro!

Padre Roger Araújo

Espírito Santo, nosso Advogado e Protetor


“Porque quando vier o Defensor, que eu vos mandarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim” (Jo 15,26).

Defensor é aquele que nos defende, mas a melhor palavra para defini-lo é “advogado”, ou seja, aquele que defende a nossa causa até quando estamos errados.

Quando alguém pratica um crime, quem pode defendê-lo é o advogado. Não estou fazendo uma apologia ao crime, mas, muitas vezes, as pessoas não sabem se defender de seus próprios erros, e o advogado faz esse papel.

Desculpe-me, mas nós não precisamos do advogado do mundo. O advogado, ao qual estou me referindo, é o Paráclito. O defensor que procede do Pai e do Filho é o Espírito da verdade que Deus promete àqueles que são fiéis à Sua palavra.

Você, que não sabe se defender, está sofrido e oprimido, acusado disso ou daquilo, porque não compreendem a sua vida, a sua história, seus sofrimentos, não perca tempo querendo se justificar, não perca tempo querendo dar razões para as pessoas. Nós temos Aquele que nos justifica, é o Espírito que vem em nosso socorro e torna-se o nosso Advogado e Protetor.

Não se faça de vítima; pelo contrário, entregue sua vida à ação poderosa do Espírito. Ele vem até mim e você, e age dentro de nós, dando-nos a paz de Espírito que sempre precisamos para as necessidades desse mundo.

Padre Roger Araújo

6º Domingo da Páscoa


Na 1ª leitura, o Espírito conduz as atividades do concílio apostólico de Jerusalém e faz compreender que a fé em Jesus salva. A carta apostólica da liberdade em Cristo refere-se à inculturação da fé, que supera as barreiras ligadas a uma raça.

A 2ª leitura referência às doze tribos de Israel e aos doze apóstolos enfatiza a missão de todo o povo na construção da nova cidade, centrada em Deus e no Cordeiro. A presença vitoriosa de Jesus ressuscitado brilha em todos os que habitam a nova Jerusalém, conduzindo-os à libertação plena.

O evangelho deste domingo pertence aos discursos de despedida e salienta que o Ressuscitado permanece na comunidade através de sua paz e do Espírito Santo. A fé, testemunhada no amor e na fidelidade à Palavra, possibilita viver na comunhão com o Pai e o Filho. A comunhão é assegurada pelo Espírito Santo, o Defensor, que age em quem anuncia a Boa Nova de Jesus, em meio aos desafios e provações. O Espírito Santo é enviado pelo Pai em nome de Jesus, para ensinar e recordar tudo o que ele disse, sendo a memória viva do Mestre. Ele faz compreender que a paz manifestada pelo Ressuscitado é a plenitude das bênçãos da salvação. A promessa do Mestre deve alegrar seus seguidores, pois o Defensor os assistirá em todos os momentos, dando- -lhes a certeza que não ficaram órfãos.

Revista de Liturgia

1 de Maio - Dia de São José Operário


A Igreja, providencialmente, nesta data civil marcada, muitas vezes, por conflitos e revoltas sociais, cristianizou esta festa, isso na presença de mais de 200 mil pessoas na Praça de São Pedro, as quais gritavam alegremente: "Viva Cristo trabalhador, vivam os trabalhadores, viva o Papa!" O Papa, em 1955, deu aos trabalhadores um protetor e modelo: São José, o operário de Nazaré.

O santíssimo São José, protetor da Igreja Universal, assumiu este compromisso de não deixar que nenhum trabalhador de fé – do campo, indústria, autônomo ou não, mulher ou homem – esqueça-se de que ao seu lado estão Jesus e Maria. A Igreja, nesta festa do trabalho, autorizada pelo Papa Pio XII, deu um lindo parecer sobre todo esforço humano que gera, dá a luz e faz crescer obras produzidas pelo homem: "Queremos reafirmar, em forma solene, a dignidade do trabalho a fim de que inspire na vida social as leis da equitativa repartição de direitos e deveres."

São José, que na Bíblia é reconhecido como um homem justo, é quem revela com sua vida que o Deus que trabalha sem cessar na santificação de Suas obras, é o mais desejoso de trabalhos santificados: "Seja qual for o vosso trabalho, fazei-o de boa vontade, como para o Senhor, e não para os homens, cientes de que recebereis do Senhor a herança como recompensa... O Senhor é Cristo" (Col 3,23-24).

São José Operário, rogai por nós!