A verdade dita tem o poder de transformar vidas

Nós, hoje, celebramos o martírio de São João Batista, o qual, por sua importância na história da salvação e nos desígnios de Deus, nós o celebramos duplamente. A data do seu nascimento é no dia vinte e quatro de junho, o único santo, juntamente com Nossa Senhora, de quem celebramos o nascimento e celebramos, hoje, o seu martírio.

O martírio de João Batista tem muito a nos ensinar, é um convite para revermos a nossa coerência com a nossa fé, coerência com os nossos princípios. Hoje vivemos em meio a uma sociedade relativista, na qual tudo se vê de forma relativa, conforme os interesses desse ou daquele. E, muitas vezes, se olha a fé de forma subjetiva, desviando-se do foco da verdade para poder ser conivente com esta ou aquela pessoa. Desse modo, perdemos o olhar do essencial, do foco da nossa fé.

Existem verdades que precisam ser ditas, colocadas, anunciadas, ainda que elas firam corações, ainda que as pessoas não gostem daquilo que será dito. Mas a verdade a ser dita não é só para agradar as pessoas, a verdade tem a missão de incomodar, tem a missão de nos ajudar a revermos nossa vida!

É claro que anunciar a verdade não significa colocar o dedo na cara dos outros, viver acusando as pessoas disso ou daquilo, mas é importante que cada um tenha consciência das suas escolhas e das suas decisões na vida.

Herodes decidiu viver com a mulher do seu irmão, adultério duplamente grave, não somente pelo fato de estar vivendo com uma mulher que não era sua, como também por ser sua cunhada, por isso cometeu uma tremenda injustiça. Muitas vezes, existem fatos parecidos no meio de nós, nas convivências em que nós estamos e muitas pessoas, para não perderem a amizade, fingem não ver; veem que está acontecendo coisas erradas e simplesmente as deixam passar despercebidas.

Deixe-me dizer uma coisa a você: não é pecado somente praticar coisas erradas, os atos praticados, mas a omissão também o é! Se preciso for, corrija na caridade, diga ao seu irmão ou à sua irmã, que tal procedimento, que tal ato não é correto. Eu sei que, de repente, você corre o risco de perder amizades e a boa fama, mas não tem problema, João Batista perdeu a sua cabeça, mas não perdeu a sua dignidade!

Não sejamos coniventes com os erros,  não sejamos coniventes com as práticas erradas! Não vamos sair apontando o erro de ninguém, mas sim proclamar as verdades que precisam ser ditas com caridade, sem abrir mão da verdade!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova

Pai, onde está o seu filho?

“Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; rasgai o coração e não as vestes; volte o Senhor vosso Deus: ele é benigno, e compassivo, paciente e cheio de misericórdia” (Joel 2, 12-13). Essa reflexão é para aquele pai que perdeu o endereço do seu filho e quer reencontrá-lo.

Lendo o livro ‘Eu e Deus, Deus e Eu’, da autora Cristiana Miranda Lima, fiquei pensando que ali estaria o jeito certo de iniciar este escrito. A autora nos provoca a pensar sobre a importância de nos apresentarmos a Jesus como somos e com o que trazemos dentro de nós. “Se teu coração já não cabe em você de tanta dor e sofrimento, traga-o, em lágrimas e gemidos, com todas as feridas, e junte-o ao coração de Jesus. O Sangue d’Ele vai curar o seu coração. Jesus é misericordioso e zela por você, porque n’Ele nasce e morre todos os nossos sentimentos”, assegura Cristiana Lima. Pois bem, queremos apresentar a esperança e o consolo a todos os pais que tanto desejaram ser pai, mas as circunstâncias mudaram os seus planos. Quer seja pela morte de um filho, uma separação indesejada, o abandono dos seus rebentos ou até mesmo, por não terem conseguido cumprir a sua missão dignamente, e hoje, se encontra só, arrependido, com o coração cheio de lágrimas e gemidos a Jesus.

Pai, onde está o teu filho?

Volte para o Senhor e, juntamente com você, traga o seu filho. Este seria, sem dúvida, um bom retorno. Não voltar sozinho, mas acompanhado de quem você permitiu que viesse ao mundo. Assim, grandes serão as possibilidades de perdão, reencontro, amor, compromisso e aceitação. O Senhor é benigno, compassivo, paciente e cheio de misericórdia para acompanhá-lo nesse retorno. O Senhor é aquele que larga as noventa e nove ovelhas e sai em uma busca de uma. Podemos imaginar o que ele não faria para obter uma família de volta; em especial, um relacionamento saudável entre pai e filho. Eu o convido a pensar na figura do Pai que esteve fora do lugar, mas que decidiu reconquistar o que nunca havia perdido: o amor do filho.

Pai, onde está o seu filho?

Ao entrar em uma casa de assistência aos idosos, observamos tantos pais ali presentes. Sem nenhum julgamento, a curiosidade pesa sobre as causas que os levaram a morar naquele espaço sem a presença da família. Assim também imagino o que levaria uma criança ou um adolescente, um jovem… Enfim, um filho a passar o dia na rua ou diante do WatsApp em busca de uma companhia virtual. Compreendo a semelhança entre o idoso na casa de abrigo, na maioria das vezes abandonado pela família, e esse adolescente na casa de abrigo conhecido como “internet”. Essa prática é consequência da indisciplina dos cuidadores.

Todos, com certeza, queriam estar em suas casas, ao redor da mesa, recebendo diariamente o carinho dos filhos; e os filhos, por sua vez, mesmo que não transpareçam, querendo ser alcançados pelos seus pais. Não é a proibição do computador que vai trazer de volta o filho à mesa, mas a inteligência do pai redimido ao reconhecer que se deixou ser substituído. É a brincadeira, o diálogo saudável, o ambiente alegre, a relação sólida entre pai e filho. É o cultivo da fé que manterá essa chama acesa.

E agora, José, onde estão os seus filhos?

Os pais precisam permitir que seus filhos os alcancem. Filhos precisam alcançar os pais quando pequenos, para que estes possam continuar lhes alcançando por toda a vida. Quem não alcança quem quer no tempo certo, perde-se desse alguém em algum tempo, não é mesmo? Portanto, de tudo fica a certeza de que os filhos não podem perder o pai de vista, e o pai deve aprender como e quando alcançar o filho que nasceu para ser seu para sempre.

Atenção, pais, aos filhos que não lhes correspondem, porque esses também correm o risco de ser abandonados. Os filhos que se assumiram homossexuais, aqueles outros envolvidos com drogas, os que não se formaram doutores, as filhas que não casaram com um bom partido ou aquelas que preferiram a prostituição também precisaram estar na consciência do seu coração. Ainda há tempo, e se assim fizer, não mais precisará continuar se apresentando ao Senhor com o coração cheio de lágrimas e gemidos, mas agradecido a Deus, por ter feito um caminho de volta a partir do reconhecimento das suas faltas.

Pai, busque o seu filho de volta

Que, ao terminar de ler este texto, seu coração e seus pensamentos estejam em movimento. Você se sentirá um pai perdoado por Deus e acolhido pela missão que, em algum momento da vida, quis ter. Pai, o seu filho precisa estar ao lado de alguém que não desistiu de ser pai dele. Lembre-se: “Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura” (Exortação Apostólica – A Alegria do Evangelho do Papa Francisco). Faça você o mesmo em sua casa.

Judinara Braz

Psicóloga especializada em Análise de Comportamento.

Plebiscito e Reforma Política

A Igreja Católica no Brasil, através da Comissão da CNBB que acompanha a Reforma Política, está empenhada na coleta de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular de Reforma Política Democrática, e para a votação no Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana para a Reforma Política no Brasil.

Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, Bispo Auxiliar de Belo Horizonte e Presidente da Comissão da CNBB que acompanha a Reforma Política, em uma carta dirigida à Plenária dos Movimentos Sociais assim se expressa:

“Os Movimentos Sociais são um eficiente termômetro da participação popular imprescindível à condução do Brasil pelas estradas da justiça e da paz, da vida digna para todos, da partilha dos frutos do desenvolvimento sustentável, da democracia e da liberdade, do respeito à diversidade e aos princípios éticos”.

Mais adiante afirma:

“Estou certo que hoje somos todos desafiados a melhorar o Brasil em todos os aspectos, não obstante os reconhecidos avanços já conquistados. Isto exige um hercúleo esforço para melhorarmos nossa linguagem e formas de comunicação com a sociedade, particularmente com os pobres e com os jovens”.

No final nos convoca a participar desse movimento pela Reforma Política, afirmando que ela é urgente e indispensável, pois é mãe de várias outras reformas esperadas pelo povo.

“Estamos em campanha de conscientização e coleta de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular de Reforma Política Democrática, da Coalizão pela Reforma Política e para o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva para a Reforma Política no Brasil. Sabemos que só alcançaremos as assinaturas necessárias se nos unirmos. Se nos unirmos, podemos melhorar a política e o Brasil. Recebam meu fraterno abraço”.

No dia 9 de agosto, a convite da articulação das Pastorais Sociais, CEBs e Organismos da Arquidiocese de Fortaleza, tivemos um encontro com o Prof. Pedro Ribeiro de Oliveira, cientista político, que em diversas ocasiões tem prestado assessoria a CNBB e a dioceses no Brasil, exatamente para nos esclarecer sobre estes dois encaminhamentos. Cerca de 150 pessoas, leigos, leigas e padres das diversas Regiões Episcopais estiveram presentes.

Para que fique bem claro:

Projeto de Lei de Iniciativa Popular de Reforma Política Democrática

1 – Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político: de 1 a 7 de setembro. Está em sintonia com O Grito dos Excluídos. As cédulas para a votação devem ser apanhadas na CUT. A lista para assinatura dos que votarem pode ser conseguida no Secretariado de Pastoral. Para votar é necessário um documento comprobatório.


Paz e Bem!

28 de Agosto – Dia de Santo Agostinho, grande Bispo e Doutor da Igreja

Celebramos neste dia a memória do grande Bispo e Doutor da Igreja que nos enche de alegria, pois com a Graça de Deus tornou-se modelo de cristão para todos. Agostinho nasceu em Tagaste, no norte da África, em 354, filho de Patrício (convertido) e da cristã Santa Mônica, a qual rezou durante 33 anos para que o filho fosse de Deus.

Aconteceu que Agostinho era de grande capacidade intelectual, profundo, porém, preferiu saciar seu coração e procurar suas respostas existentes tanto nas paixões, como nas diversas correntes filosóficas, por isso tornou-se membro da seita dos maniqueus.

Com a morte do pai, Agostinho procurou se aprofundar nos estudos, principalmente na arte da retórica. Sendo assim, depois de passar em Roma, tornou-se professor em Milão, onde envolvido pela intercessão de Santa Mônica, acabou frequentando, por causa da oratória, os profundos e famosos Sermões de Santo Ambrósio. Até que por meio da Palavra anunciada, a Verdade começou a mudar sua vida.

O seu processo de conversão recebeu um “empurrão” quando, na luta contra os desejos da carne, acolheu o convite: “Toma e lê”, e assim encontrou na Palavra de Deus (Romanos 13, 13ss) a força para a decisão por Jesus:“…revesti-vos do Senhor Jesus Cristo…não vos abandoneis às preocupações da carne para lhe satisfazerdes as concupiscências”.

Santo Agostinho, que entrou no Céu com 76 anos de idade (no ano 430), converteu-se com 33 anos, quando foi catequizado e batizado por Santo Ambrósio. Depois de “perder” sua mãe, voltou para a África, onde fundou uma comunidade cristã ocupada na oração, estudo da Palavra e caridade. Isto, até ser ordenado Sacerdote e Bispo de Hipona, santo, sábio, apologista e fecundo filósofo e teólogo da Graça e da Verdade.


Santo Agostinho, rogai por nós!

A vida em Cristo exige justiça, misericórdia e fidelidade

Jesus continua o Seu embate e, ao mesmo tempo, o ensinamento sobre o perigo da vida farisaica, que está voltada a observar as práticas externas da Lei de Deus e, contudo, deixa de lado o essencial da Lei Divina. Vejam, os fariseus pagam direitinho o dízimo e fazem questão de realzar tudo na medida, tirar cada medida certa e mostrar para os homens que cumprem com seus deveres e suas obrigações. Mas o essencial eles não vivem: não colocam em prática a justiça. Justiça no sentido de sermos justos uns com os outros, de sabermos reconhecer os valores e as necessidades dos mais pobres, dos mais sofridos, dos injustiçados. Fazer justiça quer dizer reparar os erros, não permitir que a injustiça prevaleça, nem reine, nem triunfe em nenhum lugar.

“Vós não praticais a misericórdia”; a misericórdia vem como o coração da Lei Divina, a misericórdia é o resumo, a essência, do coração de Deus, que conhece nossas misérias e nossas fragilidades. E movido por compaixão, o Senhor não nos trata conforme as nossas faltas, mas sim conforme o Seu amor infinito e conforme a Sua bondade. O Senhor nos molda segundo o Seu coração misericordioso. Quem experiencia em sua vida a misericórdia divina sabe ter misericórdia para com o seu próximo.

“Vós deixais de lado a fidelidade”; a fidelidade ao coração de Deus, fidelidade à Lei de Deus e ao amor de Deus. Ser fiel quer dizer ser comprometido com a vida, com o coração; ser fiel significa estar aplicado, mesmo que erre, a reparar seus próprios erros.

Sabem, meus irmãos, Deus hoje nos chama a conhecermos o Seu coração bondoso e a não vivermos uma religião de fachada; uma religião em que nos preocupamos com as atitudes externas. Não! Se nós rezamos, se nós participamos das coisas da Igreja, dessa ou daquela pastoral ou grupo, não deixemos de lado o espírito da fé, não deixemos de lado, de modo nenhum, o espírito que move a nossa fé. Não se vive a religião de Jesus Cristo sem a prática da justiça, da misericórdia e da fidelidade.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova

21º Domingo do Tempo Comum

A 1ª leitura salienta que as chaves da casa de Davi, isto é, a administração da família real é confiada a Eliacim. Essa esperança messiânica cumpre-se de forma plena em Cristo, aquele que tem a chave de Davi.

Paulo, na 2ª leitura, contempla o mistério de Deus, seus insondáveis desígnios de salvação. O reconhecimento de sua misericórdia leva a glorificá-lo para sempre, pois tudo é dele, por ele e para ele.

O povo, que acompanhou a atividade de Jesus, considera-o um enviado de Deus, semelhante aos grandes profetas: Elias, Jeremias, João Batista. Em Cristo, o Filho do Homem, expressão que remete a Dn 7,13-14, realiza-se plenamente a esperança profética de salvação. Pedro, representante da comunidade dos discípulos, proclama a identidade de Jesus: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Jesus é reconhecido como o Messias, o Ungido de Deus, mas também como o seu Filho amado. A adesão a Cristo no caminho do discipulado é proporcionada pela ação amorosa do Pai. Felizes os que acolhem a revelação de Deus e se colocam a serviço do seu Reino. Pedro é confirmado no ministério da comunidade, que está se formando ao redor da Palavra e da ação de Jesus Cristo. A profissão de fé no Mestre, que trilhou o caminho do amor até a entrega total, é firme como a rocha e não pode ser abalada pelas forças opostas ao projeto de Deus. A comunidade discípula, como administradora das chaves do Reino, é chamada a multiplicar os gestos solidários de Jesus. A proibição de divulgar que Jesus é o Cristo mostra que o caminho de fé dos discípulos será iluminado pelo mistério pascal. A experiência com o Ressuscitado os transformará em testemunhas do Messias servidor, que permaneceu fiel à vontade do Pai.


Revista de Liturgia

22 de Agosto - Dia de Nossa Senhora Rainha dos Anjos, dos santos e dos homens

Nossa Senhora, verdadeira Mãe de Jesus Cristo, Rei do Universo, é invocada hoje com o título de Rainha do Céu e da Terra. Antigamente, a festa da realeza de Nossa Senhora era celebrada no dia 31 de maio. Hoje, a liturgia colocou a memória logo depois da Solenidade da Assunção de Maria ao céu, em 15 de agosto, sendo a festa de Nossa Senhora Rainha dia 22 de agosto.

A Liturgia Sagrada já invoca a Mãe de Deus com os títulos de Rainha dos Anjos, dos Patriarcas, dos Profetas, dos Apóstolos, dos Mártires, dos confessores, das Virgens, de todos os Santos, Rainha Imaculada, Rainha do santíssimo Rosário, Rainha da paz e Rainha assunta ao céu.

Esse título de Rainha exprime o pensamento de a Santíssima Virgem se avantajar a todas as ordens de santidade e de virtude pelos méritos de ser a Mãe de Deus. Rainha dos meios que levam a Jesus Cristo, e de que, sendo Rainha assunta ao Céu, já era sobre a terra, isto é, Rainha reconhecida pela terra e pelo céu como sendo a criatura mais perfeita e mais avantajada em toda a santidade e semelhança de Deus Criador! Mas quando falamos no título da realeza de Maria Santíssima, trata-se da realeza que lhe cabe por direito como soberana, deduzida das suas relações com Jesus Cristo, Rei por direito de tudo o que foi criado, visível e invisível, no céu e na terra.

Efetivamente, as prerrogativas de Jesus Cristo têm todos os seus reflexos na Santíssima Virgem, Sua Mãe admirável. Assim, Jesus Cristo é o Autor da graça, e Sua Mãe é a despenseira e intercessora de todas as graças. E assim, pelo reflexo da Realeza de Jesus Cristo, seu Filho, ela é a Rainha do Céu e da Terra, dos Anjos e dos homens, das famílias e dos corações, dos justos e dos pecadores que, na Sua Misericórdia real, encontram perdão e refúgio.

Oh! Se os homens aceitassem, de verdade prática, a Realeza da Santíssima Virgem, em todas as nações, em todos os lares e realmente pelo seu governo maternal regulassem os interesses deste mundo material, buscando primeiro que tudo o Reino de Deus, o Reino de Maria Santíssima, obedecendo aos seus ditames e conselhos reais, como depressa se mudaria a face da Terra!

Todas as heresias foram, em todos os tempos, vencidas pelo cetro da Santíssima Mãe de Deus. Nesses nossos tempos, tão conturbados pelas sumas das heresias, os homens debatem-se numa pavorosa luta em que vemos e apalpamos, da maneira mais trágica, serem insuficientes os meios humanos para restabelecer a paz na sociedade humana!  De resto, demasiado puseram os homens a sua confiança nos sistemas sociais, nos meios do progresso científico, no poder das armas de destruição, no terrorismo, e tudo isso só serviu para o mundo assistir, agora desorientado, à maldição profetizada aos homens que põem a sua confiança nos homens, afastando-se de Deus e da ordem sobrenatural da graça!

Faça com fervor esta oração: Maria Santíssima, Rainha do Céu e da Terra, é vencedora de todas as batalhas de Deus. Voltem-se os governantes do mundo para ela e o seu cetro fará triunfar a causa do bem, com o triunfo da Igreja e do Reino de Deus! Reze com devoção e confiança esta oração: Oh, Maria sem pecado concebida! A mais Preciosa Menina, Rainha das Maravilhas. Ajuda-me, neste dia, a ser sempre teu verdadeiro filho, para chegar um dia ao Deus da vida. És Rainha do Céu e da Terra, gloriosa e digna Rainha do Universo a quem podemos invocar de dia e de noite, não só com o doce nome de Mãe, mas também com o de Rainha, como te saúdam no Céu com alegria e amor todos os anjos e santos. Nossa Senhora Rainha, Celeste Aurora, enviai a luz divina do Universo para me ajudar a resolver esses problemas (descrever resumidamente as suas intenções).

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.

Nossa Senhora Rainha, rogai por nós!

Padre Luizinho

Sacerdote na Comunidade Canção Nova.

Família: novo sinal dos tempos

Tenho a certeza de que você passa por grandes desafios na sua casa. Mas como fazer para que a sua família seja de Deus?

Os brasileiros têm uma virtude belíssima: são solidários. E é na família que aprendemos a ser assim. Eu imagino que, na sua casa, sempre haja mais “água no feijão”, como disse o Papa Francisco.

“Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por ele. Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados. Caríssimos, se Deus assim nos amou, também nós nos devemos amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito. Nisto é que conhecemos que estamos nele e ele em nós, por ele nos ter dado o seu Espírito, (João 4, 7-10).

Quando São João escreveu essa primeira carta, tinha grandes intenções, pois a dirigiu às famílias. Até hoje, em Israel, há uma força que mexe e impulsiana a vida deles: os familiares. Por que eles são tão importantes para o povo israelense? Porque, em Israel, tudo acabou. Acabaram-se os sacerdotes e as instituições; só as famílias se mantiveram em pé.

Quando li essa carta de São João, perguntei-me o que ela tinha a ver com a família. Descobri que a razão é o fato de ela falar do amor e da caridade.

Há pais e mães que não se cumprimentam em casa. E quando estes não manifestam o amor, afetam a família. A experiência do amor familiar começa com os cônjuges. A mulher é responsável pelo amor que ela expressa a seu marido. A mesma coisa acontece com o homem, pois seu amor pela esposa precisa ser manifestado.

Quando eu era criança, meu pai dizia: “Rafael, você nunca deve ir a um boate, porque verá coisas que nunca deveria ter visto”. Passado um tempo, eu resolvi: “Vamos à boate!”. Então, meu amigo me perguntou: “Você viu alguma coisa que não deveria?”. Eu lhe disse: “Sim, meu pai!”.

Se o amor não é testemunhado, não existe família. O amor é o ponto central na carta de São João. É Deus quem nos amou primeiro, por isso o sinal maior na família é o amor.

Como é difícil amar os nossos irmãos de sangue! Amar um amigo é nota dez, mas amar um irmão e uma irmã não é fácil. Quando amamos, tocamos no amor mais fraterno que existe. O amor fraterno que não cresce na família traz sérios problemas. No livro que escrevi, a parte mais difícil foi falar sobre o amor fraterno.

O maior desafio na família é fazer com que os filhos sintam o amor fraterno. Quando os irmãos não se conhecem, o relacionamento é muito difícil. Talvez, haja irmãos que não se falem há muito tempo! Damos mais atenção aos amigos do que aos irmãos. Por que será que nós fechamos o nosso coração para o amor fraterno? O primeiro amor vem do casal fraterno e depois do amor pelos nossos irmãos e irmãs.

Se o casal é capaz de fortalecer esse amor e os irmãos são capazes de se amar, existe uma coisa linda! Uma família bem constituída constrói uma sociedade estruturada.

O Papa Francisco nos ensina: “Vamos sair das nossas casas! Vamos ao encontro do outro!”. O que o Senhor quer dar às famílias? O que Ele está colocando no coração de cada uma delas?

O casamento é um sacramento, uma aliança de Deus com a Igreja. Precisamos nos conhecer para nos amar. Há casamentos que passam por experiências de dor, mas é o sofrimento entre um homem e uma mulher que santifica a humanidade. A família sempre foi sinal dos tempos.

Fico muito triste quando vejo famílias que não querem ter filhos. Há aquelas que querem educar seus filhos pelo Iphone, porque os querem quietos. Sabe o que está acontecendo com o amor dos nossos filhos? Nós o estamos terceirizando, deixando que os outros cuidem deles. A educação dos nossos filhos não nasce nas ruas, mas em casa; não nasce na internet, mas na presença.

Você tem tempo para seus familiares? Se não o tem, precisa colocar um sinal vermelho e dizer: “Preciso estar com minha família!”.

Sabe o que meus pais fizeram no dia do meu aniversário? Colocaram um bolo em frente ao Skype. Só nos vemos uma vez ao ano, e eu aprendi a ser família com eles.

Há muitas pessoas feridas nas famílias, e essas feridas estão lhes causando um dano terrível. O primeiro mal é a indiferença, que dói no coração e acaba por se tornar doença. Isso acontece quando uma pessoa nem olha no seu rosto, não o vê. Dai, você se pergunta: “Quem é ela?”. E percebe que é sua mãe, que nunca olhou para você. É o seu irmão, que, depois daquela briga, não fala mais com você.

Eu não conheço nenhuma família que, depois de ter acabado com a indiferença, não descobriu o bálsamo do amor!

Qual é a pessoa da sua família que o incomoda e você não quer nem se aproximar dela? Eu o convido a pensar nela agora, a pensar por que é tão difícil para você se aproximar dela. Peça ao Espírito Santo a graça de se aproximar dessa pessoa!

Padre Rafael Solano

Sacerdote da Fraternidade Javé Salvador

Pais, eduquem os filhos na paciência e no amor

O pai sai de manhã para trabalhar, deixa o filho dormindo, volta à noite, o encontra no computador e de lá, o filho não sai e nem fazem questão que ele saia. O filho, muito inteligente, mesmo que julgado por todos, encontra, naquele meio de comunicação, um espaço para conviver e interagir. Ao mesmo tempo em que fica a esperar um grito ou uma voz saudosa dizendo:-Saia do computador! Eu cheguei meu filho, e quero ficar com você. Vamos conversar. Eu, o seu pai, quero que você venha para mesa pra gente conversar. Estou com saudade de você…É necessário fazermos o caminho de volta e reencontrarmos o nosso lugar na vida dos nossos filhos. Seja qual for a motivação para um Pai se relacionar com o filho, essa relação precisará estar sustentada no amor, na educação e nos ensinamentos transmitidos entre eles.

O pai deverá permanecer na função de quem ensina ao filho a conviver desde a mais tenra idade. A obediência e a educação são pilares para uma boa convivência. Quanto mais o filho cresce, mais experiência os pais vão tendo para educá-los e, a obediência deverá ser um comportamento almejado por todos que fazem parte da vida de um filho independente da sua idade. Ensinar um filho a obedecer e a ser educado é estar comprometido com o bem. Não são poucas as vezes que o Pai recua da sua função por receio de estar desagradando o filho e/ou algumas pessoas da família, como por exemplo: a esposa, a sogra, a tia mais velha. Tem filhos? Eduque e os ensine a obedecer desde a infância.

Após o fim da segunda infância, se é que a infância tem um fim, inicia-se um período bem marcante na vida de um filho. Ele se despede da Educação Infantil e dá início ao seu ingresso no Ensino Fundamental. Período que se estende até a adolescência, em que a criança está na fase que vai de 6 até os 11 anos de idade.

Época em que os filhos apresentam grande interesse em participar de jogos grupais e procuram se ocupar em relação ao seu envolvimento social, tanto no seio familiar como também no ambiente escolar. Gosta de participar de jogos coletivos baseados em regras; demonstra estar sempre motivado para aprender e alcançar vitórias no que se propõe a fazer. Contudo, mesmo trazendo consigo tal disposição, esse processo não acontece tão fácil, pois essa criança dependerá muito do ambiente em que convive. O modelo comportamental que ela encontra nesse lugar servirá de condutor para o seu desenvolvimento biopsicossocial.

Porque, nessa fase, a criança também vive transições que exigem dos seus pais paciência, boa conduta e disposição para continuar educando com a mesma disposição e alegria como era na sua infância. Grande é a sensação de abandono por parte de um filho, quando ele começa a crescer, adolescer e os pais, vão deixando-os sem perceber as consequências danosas que virão pela frente. Abandonando o ensinamento dos procedimentos, das cortesias, dos valores… Acreditando que ele tem autonomia ou idade para SER e FAZER sozinho.

A figura paterna, nessa fase, deverá ser um grande mediador dos conflitos, ouvinte nas crises emocionais vividas pelo filho; auxílio para enfrentar os obstáculos e obter uma boa convivência com a família; ensiná-lo a expressar seus sentimentos através da demonstração e comunicação com os outros e capacitar-se para acolher o filho quando ele não se sentir adaptado às pressões sociais. Só mesmo a sabedoria de um Pai para conseguir educar o filho focado no que ele mesmo espera dessa criação.

Folheando o livro Aprender Brincando, dos autores Denise Weston e Mark S. Weston, encontrei algumas brincadeiras que aproximam a família dos seus rebentos. O Dia do Irmão, por exemplo. Neste dia é feriado na família, todos se encontram e os irmãos poderão planejar o dia sem que necessariamente os pais estejam presentes. Medalha de ouro do amor que sugere que, durante a semana, o Pai escolha um dia para que todos possam dar sua medalha de amor a quem fez o ato amoroso mais generoso na família. Brincadeiras como Toalha, Eu te amo; Pôster da Família; Enquadrando o Amor e tantas outras que o Pai poderá promover em seus dias de folga a fim de colaborar na construção do caráter, de um bom comportamento e da inteligência emocional dos filhos. Atitudes assim, demonstram quanto o Pai não parou no tempo e nem fez opção de repetir a sua criação como se a época e os próprios pais fossem os mesmos. Assim como os adultos (homens) modernos buscam melhorias profissionais, participam de congressos, vídeos, conferências e outras ações, assim deveria fazer na função de Pai.

Atualizar-se sem perder a sua essência e autoridade, para que não se sinta fora do mercado. Um pai fora do mercado é aquele que não acompanha o ritmo presente e cede a tentação de deixar a educação do filho pelo caminho. Não faz jus a sua decisão de educar e ensinar a obediência desde a infância. Ele vive a mais doida de todas as ilusões: pensa que por ser o provedor, já garantiu, na visão do filho, a referência maior.

Aparentemente, obedecer parece se tratar de uma resposta alienada aonde as pessoas deixam de ser protagonistas da sua história e se assumem como submissos aos outros. Não! Engana-se quem pensa assim, quando o assunto for educação de filhos. É importantíssimo que o filho saiba o que Pai almeja sobre o presente e o futuro dele. Essa atitude jamais irá recalcá-lo, mas o alertará para que o Pai não deseje qualquer coisa para a vida que vem pela frente. Portanto, vamos dar valor a função do Pai dentro da família independente da sua idade e honrar o que tanto ele, tentou que fôssemos: obedientes, inteligentes, criativos, amigos e educados. Se o mesmo não aconteceu em sua formação, acredito que não dê para pegar o leite que foi derramado. Então, que tal perdoar e remontar sua história com seu filho fazendo de volta um novo caminho?

Judinara Braz

Psicóloga especializada em Abordagem e Análise do Comportamento e Diretora Pedagógica da Escola João Paulo I

Domingo da Assunção de Maria

Na 1ª leitura, a mulher vestida de sol e coroada com doze estrelas manifesta a esperança do povo, alicerçada na vitória de Cristo e no testemunho dos apóstolos.

A 2ª leitura acentua que a ressurreição de Cristo marca o início de uma nova humanidade. Sua vitória sobre o pecado e a morte ilumina o nosso caminho de esperança na vida plena em Deus.

Maria dirige-se apressadamente a uma aldeia, na montanha de Judá, para encontrar-se com Isabel e prestar-lhe ajuda. A presença da mãe do Senhor faz João Batista, o precursor do Messias, saltar de alegria no ventre de Isabel. Assim, o encontro solidário entre as duas mães é manifestação do Salvador. Isabel, iluminada pelo Espírito Santo, aclama Maria bendita entre as mulheres e bendito o fruto do seu ventre. Ela enaltece Maria como bem-aventurada, feliz porque acreditou na palavra do Senhor! Maria, a cheia de graça, em seu cântico, celebra a ação de Deus ao longo da história, retomando à luz do Verbo de Deus o cântico de Ana. Exalta o Deus Salvador, que olhou para a humilhação de sua serva. Louva e agradece o Senhor, que estende sua misericórdia de geração em geração sobre aqueles que temem. Enquanto os poderosos seguem os próprios caminhos, os humildes, os pequenos confiam na graça do Senhor e são saciados com a sua benevolência. Renova-se a esperança de salvação, sustentada pelas promessas feitas desde o tempo de Abraão.


Revista de Liturgia

O perdão é essencial para fazermos parte do Reino dos Céus

O tema do perdão acaba sendo muito controverso para nós e para a nossa mentalidade, porque, humanamente falando, quem é que dá conta de perdoar tantas vezes? Quem é que vai perdoar a pessoa sete ou setenta vezes sete num dia só? Alguém pode até dizer: “Padre, mas eu não sou bobo! Não tenho sangue de barata; de verdade, eu não dou conta!”.

E novamente volto a perguntar: Quem é que consegue perdoar tantas vezes de forma tão intensa senão Deus? Para compreendermos qual é o verdadeiro sentido do perdão,  precisamos mergulhar no perdão de Deus, porque todos nós necessitamos muito do perdão divino. E de que forma Deus nos perdoa? O perdão de Deus é sem limites, sem cálculos e sem exigências. O perdão de Deus é real, é profundo, vai até o fundo da nossa alma e do nosso coração.

Se queremos aprender a perdoar, precisamos primeiro assumir o perdão de Deus em nossa vida, mergulhar no perdão divino, deixar que este inebrie a nossa alma, inebrie o nosso coração e nos envolva em sua totalidade. Quando experimentamos, verdadeiramente, o perdão de Deus em nossa vida e somos movidos por ele [este perdão], então saberemos o que é perdoar. Desse modo o perdão não será apenas um perdão humano, mas um perdão divino.

Nem eu nem você somos deuses, mas nós experimentamos Deus em nossa vida e Ele faz parte dela. É Ele quem nos ensina, nos dá a força, a coragem e a luz necessárias para que o perdão aconteça em nossa vida.

Perdão não é sentimento, é decisão de coração, é decisão de vontade, é decisão de cabeça! Precisamos querer perdoar, precisamos decidir perdoar! Quando fazemos a decisão pelo perdão não fazemos a decisão de ser “bonzinhos” para com os outros, fazemos uma decisão pela paz, pela saúde, fazemos uma decisão pelo nosso coração. Fazemos uma decisão pela libertação dos conflitos e dos traumas que o rancor, o ressentimento e a raiva geram dentro de nós.

O primeiro beneficiado pelo perdão somos nós mesmos! Perdoar não é fácil, não é simples, mas se mergulharmos no perdão de Deus, o perdão d’Ele nos dará força, luz e direção para que essa graça [o perdão] seja uma praxe em nossa vida. Os seguidores de Jesus aprendem com Seu Mestre que o perdão é condição essencial para fazermos parte do Reino dos Céus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova

13 de Agosto - 4ª Aparição de Nossa Senhora

Era de manhã quando o administrador de Ourém prendeu os Pastorinhos por três dias, exatamente no dia em que Nossa Senhora havia de aparecer.

Esta foi a única das aparições que não aconteceu no dia 13, conforme a Senhora Branca havia predito. As forças dominantes e políticas do governo naquela época dominavam Portugal, que por sua vez lançavam grandes perseguições religiosas. O Administrador do Concelho de Ourém, Artur de Oliveira dos Santos querendo arrancar dos Pastorinhos o segredo que Nossa Senhora havia lhes confiado nas aparições, mas também, com medo das manifestações de fé em massa que estavam a crescer mês a mês na pequena aldeia de Aljustrel, vendo ameaçar o seu governo, pondo em perigo sua liberdade democrática e temendo um descontrole socio-político, mandou prender os pequeninos Pastorinhos contagiados pela forte presença de Nossa Senhora nas aparições.

Nem mesmo as tortuosas ameaças do administrador, puderam impedir que Nossa Senhora voltasse a aparecer aos três videntes de Fátima, que no Domingo, dia 19 de Agosto, portanto, sete dias depois de estarem presos nas mãos do administrador, a Senhora mais branca do que a neve voltou a aparecer nos Valinhos aos três Pastorinhos, e disse:

“Quero que continueis a vir à Cova da Iria no dia 13, que continueis a rezar o terço todos os dias. No último mês, farei o milagre, para que todos acreditem.

- Que é que Vossemecê quer que se faça com o dinheiro que o povo deixa na Cova da Iria?

Façam dois andores: um, leva-o tu com a Jacinta e mais duas meninas vestidas de branco; o outro, que o leve Francisco com mais três meninos. O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário e o que sobrar é para ajuda de uma capela que hão-de mandar fazer.

E, tomando um aspecto mais triste, Nossa Senhora acrescentou:

Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas.”

Os Pastorinhos de Fátima eram tão convincentes no que se referia aos pedidos de Nossa Senhora que logo no ano seguinte, em Julho de 1918, foi realizada a festa de Nossa Senhora do Rosário, e em Agosto do mesmo ano começou a ser construída a primeira capela, conforme pedia a Santa Mãe de Deus.


Retirado do Livro Memórias da Ir. Lúcia

A linda missão de ser pai é um reflexo de Deus

Queridos pais, queremos que saibam ser nosso interesse apenas uma coisa, que vocês nos mostrem “o Pai”.

“Filipe disse: ‘Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta’. Jesus respondeu: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me conheces? Quem me viu, tem visto o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? Não acreditas que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Crede, ao menos, por causa destas obras” (Jo 14,8-11). Bendita seja a aparente ingenuidade de Filipe, desejando ver o Pai! Daqui parte nossa reflexão para o Dia dos Pais, comemorado no segundo domingo de agosto, quando a Igreja Católica no Brasil inicia também a Semana da Família. Torna-se ainda mais oportuno abordar este tema pela proximidade da Assembléia Extraordinária do Sínodo dos Bispos a respeito da família.

A vocação dos homens que se fazem pais tem a sua origem na paternidade do próprio Deus, sabendo inclusive que se aprende mais sobre família e sobre as relações entre as pessoas olhando para o alto, para a Santíssima Trindade. Paternidade, filiação, fraternidade criatividade, todas as desejáveis características das pessoas podem encontrar no próprio Deus sua fonte. E permitam-me todos os pais envolvê-los na voragem de amor que é a vida divina, convidando-os a abrir o coração e redescobrir sua vocação e sua missão na família e na sociedade.

Queridos pais, todos vocês foram e são filhos! Ninguém é fonte absoluta de uma família. Desejo-lhes a capacidade de olhar para trás e identificar o melhor que possa existir na história de sua família. Há valores que passam de geração em geração e a dignidade de sua família não se encontra apenas no nome, sem dúvida importante, mas nas coisas boas de que vocês são guardiães. Vocês podem entrar em seu próprio coração, recolhendo, como a criança que existe em cada um, as boas sementes transmitidas pelos antepassados. Por falar em nome, já perceberam que são vocês que o conservam e transmitem às gerações sucessivas? Sejam, pois, dignos de manter acesa esse facho aceso da dignidade das gerações!

Dentre os muitos tesouros que lhes foram confiados, é próprio da missão paterna ser a referência de autoridade na família. Autoridade e não autoritarismo! E autoridade verdadeira vem de dentro, a partir de convicções claras e objetivos a serem alcançados. Chama à atenção a força com que Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, se faz presente em momentos críticos da vida de seus discípulos. Numa travessia do Mar da Galileia (Cf. Mt 14, 22-33), barca agitada pelas ondas, vento contrário, homens medrosos que veem Jesus caminhando sobre as águas e pensam estar diante de um fantasma. “Coragem! Sou eu! Não tenhais medo!” É tempo de pedir a Deus, na comemoração do Dia dos Pais, que a força viril dos que receberam esta vocação seja restaurada em nossas famílias. Redescubram a coragem para ajudar a família na superação do medo dos fantasmas! Sejam capazes de discernir entre o vento, os terremotos e o fogo (Cf. 1 Rs 19, 9-13), ajudando a identificar o murmúrio da brisa leve em que o Senhor Deus se manifesta. Brote dos lábios e do coração de todos os pais de família, sustentados no mar na vida pelas mãos firmes do Senhor Jesus, a profissão de fé a ser renovada no domingo dos pais: “Verdadeiramente, tu és o filho de Deus” (Mt 14,33). Afinal, são adultos estes que realizam uma missão de tamanha importância. Deles pedimos um sinal que nos ajude a firmar a confiança no Senhor.

Mas para chegar ao discernimento pedido aos pais de família, devem estes tirar o tempo necessário para, como o profeta Elias (Cf. 1 Rs 19, 9-10), orar confiantemente em nome da própria família. Proponho, por ocasião do Dia dos Pais, que as refeições nas casas sejam abençoadas com uma oração feita pelo pai: “Senhor Deus, que conservais tudo o que criastes e não deixais de conceder aos Vossos filhos o alimento necessário, nós Vos agradecemos por esta mesa fraterna, preparada para alimentar e fortalecer o nosso corpo; nós Vos rogamos que também nossa fé, sustentada com a Vossa Palavra, cresça pela busca constante do Vosso Reino. Por Cristo, nosso Senhor. Amém!” Esta oração pode ser feita sempre às refeições, confiando-a cada dia a um dos membros da família. Entretanto, a oração silenciosa, feita pelo pai de família, com confiança total no Pai do Céu, com o qual lhe foi dada a graça de partilhar a responsabilidade pelo lar, não pode faltar. Só assim terá forças necessárias para enfrentar as muitas tormentas do caminho.

Durante muitos séculos, o pai de família foi considerado o suficiente provedor das necessidades de todos. As esposas assumiam a educação dos filhos e as tarefas domésticas. Mudam os tempos, as mulheres também têm atividades laborativas fora de casa, as tarefas são compartilhadas e a responsabilidade abraçada a dois. No entanto, valha hoje um apelo aos pais de família justamente pela sua missão ligada ao trabalho. Faz parte da dignidade do ser humano ganhar o pão com o suor do próprio rosto, mesmo quando seu trabalho não for prioritariamente ligado ao esforço físico. Gratidão a Deus providente que permite aos pais levarem o necessário à família e ao sustento dos filhos. Apreensão diante das múltiplas dificuldades existentes para que o trabalho seja adequadamente remunerado e até para que haja postos de trabalho para toda a população. Oração fervorosa, para que aos pais sejam dadas essas condições indispensáveis.

A missão dos pais de família pode se expressar no pedido feito por Filipe, cuja ingenuidade agradecemos. Queridos pais, queremos que saibam ser de nosso interesse apenas uma coisa, que vocês nos mostrem “o Pai”. Sejam de tal forma parecidos com o Pai do Céu, que trabalha sempre! Ajudem-nos a chamar o Pai de Jesus de “Pai Nosso”, ensinando-nos a rezar cada parte da oração que brotou de Seu coração para ser entregue a nós. Sejam transparência do amor de Deus, tão infinito que se faz pequeno e próximo de cada filho. Sejam para suas esposas companheiros fiéis, amigos afetuosos, como Deus os pensou. Contamos com a firmeza de vocês e, quando esta lhes faltar, saibam que a Igreja reza por vocês e quer sustentá-los na tarefa exigente e gratificante que lhe foi entregue. Obrigado por vocês serem testemunhas da Providência de Deus para as famílias! Confiem nessa Providência para todos os passos a serem dados na vida! Saibam valorizar as rugas, os achaques da idade, o cansaço, para muitos a calvície ou os cabelos brancos. Tudo encontre seu sentido na entrega alegre da vida, com a qual vocês constroem a própria dignidade e felicidade. Deus os abençoe!

Dom Alberto Taveira Corrêa

Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA

19º Domingo do Tempo Comum

Jesus, após a multiplicação dos pães, convida os discípulos a entrar no barco, para anunciar a Boa Nova na outra margem. Enquanto fazem a travessia, ele permanece em comunhão com o Pai. Como no Getsêmani, a oração precede as provações dos discípulos. As comunidades eram ameaçadas pelo vento contrário e pela pouca fé que levava a afundar nas águas. Jesus se aproxima dos discípulos caminhando sobre o mar, na quarta vigília da noite, entre as três e seis horas da madrugada, no amanhecer que evoca a ressurreição de Cristo. A presença de Jesus transmite a confiança no Pai, que liberta do medo: Coragem! Sou eu. Não tenhais medo! A expressão “Sou eu” remete à revelação do Deus da libertação, cuja ação plenifica-se em Jesus, o Deus conosco. Pedro caminha sobre as águas, representando a entrega confiante dos discípulos em meio à fragilidade da fé. A falta de confiança plena no Senhor e na sua palavra leva a afundar em meio às adversidades. Mas o Senhor salva e estende a mão; fortalece a fé dos seus seguidores para que realizem a missão com eficácia. O caminho do discipulado conduz ao reconhecimento da presença viva do Senhor e a professar a fé com firmeza: Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus! Elias, em meio às dificuldades, volta ao deserto e ao monte Horeb, onde o povo fez a experiência do Deus que ouve o clamor do oprimido (1ª leitura). Assim, ele encontra o Deus que se manifesta bem próximo, na brisa suave.

Na 2ª leitura o plano de salvação destina-se a todos os povos. Os cristãos são chamados a testemunhar a fé em Cristo, Deus bendito para sempre!


Revista de Liturgia

18º Domingo do Tempo Comum

O profeta, na 1ª leitura, alimenta a esperança dos exilados na Babilônia, o sonho de vida nova com o retorno a Jerusalém. O povo sofrido, com sede e fome de justiça, é chamado a retornar para o Senhor a fim de participar da aliança da vida.

A 2ª leitura celebra a realização plena do projeto do amor de Deus manifestado em Cristo. Assim, nenhuma adversidade pode separar os que continuam a missão a serviço do Reino.

No Evangelho, a multiplicação dos pães é narrada também pelos outros evangelistas. Jesus foi de barco para um lugar deserto, afastado, mas as multidões o seguem. O deserto recorda Deus alimentando o povo de forma maravilhosa, após a libertação da escravidão no Egito. Jesus é o Messias enviado para oferecer a salvação, a vida plena: Ao sair do barco, viu uma grande multidão, encheu-se de compaixão e curou os doentes. Ele compromete os discípulos com o seu projeto a serviço da vida: Dai-lhes vós mesmos de comer! Ensina que o pouco compartilhado pode saciar a fome de todos. Cinco pães e dois peixes têm sentido simbólico, pois 5+2=7, número da perfeição, da totalidade. Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu, deu graças, partiu os pães e os deu aos discípulos e eles os distribuíram à multidão. Todos comeram e ficaram saciados e ainda recolheram doze cestos cheios com as sobras. Na última ceia, ele repetiu esse gesto como sinal de sua vida entregue por amor. Elizeu, quando levou o servo a partilhar os vinte pães com cem pessoas, profetizou: Comerão e ainda sobrará. O número doze recorda as doze tribos de Israel, os doze apóstolos, ou seja, todo o povo alimentado por Jesus, que oferece a vida em abundância.


Revista de Liturgia