O aborto tem uma consequência social gravíssima

Na vida, como todos sabem, existem consequências para nossas atitudes. São leis que nosso Deus nos deixou, leis morais, espirituais, físicas, sociais. À medida que vivenciamos essas leis, melhor para nós! Porém, o contrário também acontece: à medida que não vivenciamos essas leis, pior para nós. É uma lei de efeito e causa.

Em Gálatas 6, 7-9, o Senhor nos fala: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá. Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos”.

A passagem que acabamos de ler nos apresenta uma lei de Deus, que Ele mesmo nos deixou. Dom Cipriano, do Rio de Janeiro (RJ), e sua comunidade Emanuel, chamam isso de LEI DA SEMEADURA, o que você semeia, isso mesmo colherá.

Um homem, recentemente, veio me procurar para perguntar o que fazer com pensamentos e lembranças do passado que, constantemente, o atormentam. Coisas erradas que ele tinha vivido na juventude e que vinham à sua lembrança. Eu disse a ele: “Paciência, ore, mas entenda que isso é consequência do que você viveu no passado. Deus te perdoou, mas há consequências dos seus atos”.

Isso está relacionado ao tema do aborto, que cobra um preço muito alto em suas consequências. A Encíclica de JPII, Evangelium Vitae, tem uma citação que diz “nos encontramos perante um combate gigantesco e dramático entre o mal e o bem, a morte e a vida, a « cultura da morte » e a « cultura da vida ». Encontramo-nos não só « diante », mas necessariamente « no meio » de tal conflito: todos estamos implicados e tomamos parte nele, com a responsabilidade iniludível de decidir incondicionalmente a favor da vida”.

Professor Felipe Aquino, nesta manhã, dizia sobre o cristão ter de tomar a decisão de estar à favor da vida e, de fato, precisamos estar à favor da vida, precisamos nos posicionar!

O aborto está nessa lei da semeadura: o que se semeia na carne de forma negativa, se colhe, infelizmente, na própria vida.

Algumas consequências do aborto, segundo estudos:
-aumenta em seis vezes o caso de câncer de mama nas mulheres. Os médicos explicam que as grandes quantidades de hormônio para a produção do leite e para acolher o bebê, uma vez que a gravidez é abruptamente interrompida, fazem aumentar riscos para a mulher. Não quero dizer que a causa do câncer de mama é por causa do aborto, mas é comprovado que aumenta, em seis vezes, a chance de se desenvolver a doença;

– expõe a mulher ao risco de perfuração uterina, o que leva a infecções e até a esterilidade;
– pode provocar hemorragia uterina, cujos índices de ocorrência são muito elevados;
– possibilidade de futura gravidez ectópica, ou fora do útero. Há uma maior probabilidade desse tipo de gravidez em mulheres que já fizeram aborto, o que complica para elas uma nova possibilidade de gestação;
– possibilidade de futuro parto prematuro, pelo fato do útero da mulher que já abortou poder tornar-se flácido pela agressividade do procedimento;
– aumento de infertilidade. Ainda é explicado da seguinte forma: qndo a criança é abortada, em especial quando a criança precisa ser retalhada no útero, pode ser que o aborteiro esqueça algum pedacinho de tecido, de órgão da criança dentro da mulher. Isso gera futuras infecções, casos graves em que é preciso retirar o útero da mulher;
– estresse pós-traumático na mulher que abortou: sentimento de culpa profundo (muitas mulheres tentam negar esse sentimento, mas ele está al), perda da autoestima, depressão com tendência suicida, ansiedade, insônia, pesadelos com o bebê abortado, transtornos sexuais (ou ela não quer mais sexo ou, ao contrário, torna-se promíscua), dificuldade de manter relacionamentos futuros, tendência ao alcoolismo e ao consumo de drogas, incidência maior de maus tratos infantis aos outros filhos, frustração na maternidade, entre outros.

O dom da maternidade
A maternidade, especificadamente, é a capacidade de doação para o outro, de acolhida, de cuidado, de ternura que só a mulher tem. Os homens podem ter essas características, mas na mulher isso é inato, isso é até mais potencializado na maternidade. A mulher que abortou, que cortou seu processo de maternidade, pode ir ao oposto dessa doação, da ternura, e ir para a amargura.

Segundo estudo científico publicado pelo jornal britânico de psiquiatria, mulheres que fizeram aborto tem 30% mais de possibilidade de ter problemas mentais do que as demais. Os problemas se agravam quando essas mulheres veem outra mulher grávida, outro bebês, quando pensam no possível aniversário do filho, etc. Vale ressaltar aqui que a Igreja católica tem um trabalho para as mulheres que abortaram, para ajudá-las nesses conflitos.

As melhores que não abortam são mais felizes, de acordo com a UNIFESP
Quanto a questão do estupro, ponto de divergência de opiniões diante da violência do ato sexual, num levantamento realizado na UNIFESP em 2004, constatou-se que 80% das mulheres estupradas que não abortaram estão felizes com os filhos que tem. Em oposição aos 20% que abortaram e que sofrem, ainda hoje, consequências do arrependimento desse aborto.

Todos esses dados são possibilidades, não significa que toda mulher que abortou sofrem todas essas consequências. Mas são comprovadamente altos os índices dentre essas mulheres.

Há consequências do aborto também para os homens, pois, muitas vezes, são eles que insistem para a mulher abortar: sentimentos de culpa, frustração, depressão e sensação de vazio interior.

A crise da paternidade
Estamos num tempo de homens fracos, homens que não querem assumir a responsabilidade familiar, a responsabilidade de ser pai, chefe de família. Isso pode estar ligado a um problema sério na paternidade, que, por sua vez está ligado à autoridade. A autoridade masculina (relacionada a paternidade), devido um aborto, faz com que o homem comece a desconfiar de si próprio, mesmo inconscientemente, achando que não é mais capaz.

Há, ainda, as consequências do aborto para a família, pois estatísticas revelam que 70% dos casais que abortaram se separam. No documentário “Blood Money” (expressão que significa dinheiro sujo, em português), é retratada a questão do aborto. Uma das mulheres falam que seu filhinho a cobrava sobre seu irmãozinho, onde ele estava, o que tinha acontecido com ele, mesmo sem saber que a mãe tinha engravidado e, depois, abortado.

Na Suécia já tem uma lei que a mulher pode matar a criança dentro de seu útero dependendo do sexo: se não for o que ela quer, pode matar. Há abortos por questões psicológicas. Há abortos de crianças com síndrome de down, anencéfalos, com necessidades especiais. O que parece é que querem “limpar” a sociedade. O ser humano é tido como descartável. Estamos criando uma sociedade onde o fraco não tem vez, tem que ser abortado. O aborto tem essa consequência social gravíssima.

A indústria abortista quer persuadir, a qualquer custo, a legalização do aborto porque tem muita gente ganhando dinheiro em cima disso. Não é pelo interesse da mulher. Aliás, as feministas são as primeiras a traírem a mulher, pois o aborto não é pelo seu bem, mas para que ela seja prostituída. Exemplos disso são os lucros com isso: tirar células tronco do feto para a indústria de cosmético, fazer comércio dos órgãos das crianças e tantas outras vias de se ganhar dinheiro em cima das mulheres.

Mas uma das piores consequências de tudo o que foi falado aqui é aquela mulher, aquele casal que faz o aborto e segue adiante friamente, sem sentimento algum. Há casos de casais que sabem o que estão fazendo, tem consciência e alegam que farão quantos abortos forem precisos. Essas pessoas assinam a própria condenação, a própria entrega da alma para satanás.
Quanto mais você for uma pessoa virtuosa, melhor pessoa você se torna, está caminhando para uma comunhão com Deus. E o contrário é também verdadeiro: quando menos virtuoso você for, quanto mais as suas escolhas te afastarem de Deus, mais o seu coração vai se endurecendo, mais difícil é a sua volta.

Mensagem do São João Paulo II, para as mulheres que cometeram aborto
Meus irmãos, lutemos pela vida! Encerro aqui com o escrito feito pelo saudoso Papa João Paulo II para as mulheres que já cometeram aborto em suas vidas:

“Um pensamento especial quereria reservá-lo para vós, mulheres, que recorrestes ao aborto. A Igreja está a par dos numerosos condicionalismos que poderiam ter influído sobre a vossa decisão, e não duvida que, em muitos casos, se tratou de uma decisão difícil, talvez dramática. Provavelmente a ferida no vosso espírito ainda não está sarada. Na realidade, aquilo que aconteceu, foi e permanece profundamente injusto. Mas não vos deixeis cair no desânimo, nem percais a esperança. Sabei, antes, compreender o que se verificou e interpretai-o em toda a sua verdade. Se não o fizestes ainda, abri-vos com humildade e confiança ao arrependimento: o Pai de toda a misericórdia espera-vos para vos oferecer o seu perdão e a sua paz no sacramento da Reconciliação. A este mesmo Pai e à sua misericórdia, podeis com esperança confiar o vosso menino. Ajudadas pelo conselho e pela solidariedade de pessoas amigas e competentes, podereis contar-vos, com o vosso doloroso testemunho, entre os mais eloquentes defensores do direito de todos à vida. Através do vosso compromisso a favor da vida, coroado eventualmente com o nascimento de novos filhos e exercido através do acolhimento e atenção a quem está mais carecido de solidariedade, sereis artífices de um novo modo de olhar a vida do homem”(Evangelium Vitae).

Padre Silvio Roberto
Pároco da Paróquia São Jorge

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