Solenidade de todos os Santos e Santas de Deus

As bem-aventuranças, no início do sermão da montanha (caps. 5-7), indicam o caminho do seguimento a Jesus até a perfeição como o Pai (5,48).  Na montanha, que remete ao Sinai onde Moisés recebeu a Lei (Ex 24,12), Jesus “senta-se” e ensina a viver a justiça do Reino (6,33).  Enquanto a riqueza era considerada recompensa da virtude e a pobreza um castigo, ele proclama felizes os pobres que colocam a confiança em Deus (Sl 34,7.9; Is 30,18). Os aflitos são consolados pela Boa Notícia de Jesus que revela o amor especial de Deus pelos mais sofridos (Lc 4,16-21; cf. Is 61,1-2). A herança da terra (Sl 37,11), o Reino pertence aos mansos que seguem Jesus, o Servo (12,15-21), através de ações sem violência e sem opressão. Os famintos e sedentos de justiça, que praticam a vontade de Deus, serão plenamente saciados. Os misericordiosos, como o Pai (Lc 6,36) mediante o amor solidário (25,31-46), o perdão (18,21-35), alcançarão misericórdia. Os puros de coração, que agem e servem com integridade, contemplarão a Deus para sempre. Os que promovem a paz experimentarão a felicidade de filhos de Deus (5,45). Os perseguidos por causa da justiça, da Boa Nova de Jesus (1Pd 3,14) alegram-se com a esperança da participação plena no Reino. Os cristãos, na época que o evangelho de Mateus foi escrito, por volta do ano 85, eram perseguidos pelo império romano e as autoridades judaicas (10,16-18; 23,34-35).

A leitura do Apocalipse fala do testemunho de uma multidão incontável, que seguiu Jesus: Lavou suas vestes no sangue do Cordeiro.

O salmista convida a buscar a face do Senhor com um coração puro.

A segunda leitura acentua que o Pai em seu imenso amor faz de nós filhos e filhas, e nos conduz no caminho da santidade com Cristo, até sermos semelhantes a ele porque o veremos como ele é.

As bem-aventuranças indicam um estilo de vida conforme a vida e o ensinamento de Jesus. Ensinam que pelo caminho da simplicidade evangélica se alcança a santidade. É o que o papa Francisco vem recordando a toda a Igreja, com os seus gestos e palavras.
 
Nesta solenidade em que celebramos a vitória daqueles que nos precederam na fé e lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro, recebemos a força transformadora do Espírito de Deus para seguirmos com fidelidade o caminho de Jesus, o servo de Deus, que venceu a morte escolhendo sempre o caminho do amor e da compaixão.
                     
Revista de Liturgia
            

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