5º Domingo da Páscoa

A leitura dos Atos realça o exemplo de Paulo e Barnabé, que após a evangelização visitam as novas comunidades cristãs para confirmar os discípulos na fé. Eles estabelecem lideranças para animar as comunidades, que enfrentavam tribulações por causa da Boa Nova do Reino de Deus.

O salmo é um hino de louvor ao Senhor, bom e compassivo com todas as suas criaturas.

A leitura do Apocalipse descreve o novo céu e a nova terra, o mundo renovado que surge da ressurreição de Jesus, de sua vitória sobre a morte, a dominação e a violência. A presença de Deus no meio da humanidade faz novas todas as coisas.

O texto do evangelho de hoje se insere no capítulo 13 em que Jesus, depois de realizar o gesto profético de lavar os pés dos discípulos na Última Ceia  (13,1-20), anunciou sua entrega (13,21-30). Ao repetir o verbo “glorificar” cinco vezes (13,31-32), apresenta a morte de Jesus como sua glorificação (12,23.27-28; 17,1-5), na qual oferece a vida em plenitude e o dom do Espírito Santo. Ao ser exaltado na cruz pela luta contra tudo o que desumaniza o ser humano, revela a dimensão do amor de Deus, sem medida, pela humanidade (3,16; Rm 5,8). Em sua despedida, Jesus se dirige à pequena e frágil comunidade dos discípulos com ternura especial, deixando o mandamento do amor como herança. Trata-se do amor “ágape”, fundamentado na sua   entrega total. O mandamento do amor fraterno, já presente em Lv 19,18, é levado à perfeição em Cristo que dá a vida (15,13). O apelo a amar como o Mestre, no contexto do lava-pés, supõe uma atitude cotidiana de serviço solidário: Dou-vos um novo mandamento; que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei. O amor até a doação da vida (1Jo 3,16-18) é o sinal distintivo dos que continuam o caminho da vida nova indicado por Jesus: Nisto reconhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros.

Como as comunidades cristãs primitivas, enquanto nos amarmos mutuamente com o amor com que Jesus nos amou experimentamos sua presença viva em nosso meio. O amor que recebemos como mandamento novo continuará se multiplicando em gestos de solidariedade.

Só o amor pode transformar a sociedade em que vivemos e a fonte desse amor é o próprio Jesus palavra e pão que alimenta. Que esta celebração reacenda em nós o desejo do amor fraterno e nos renove na alegria de estarmos a serviço do reino de Deus.

Revista de Liturgia

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